segunda-feira, 2 de outubro de 2017

DIA 02 de OUTUBRO DE 1932 – “CESSAÇÃO DAS HOSTILIDADES”.



No dia 02 de outubro de 1932 chegava ao fim, por um acordo assinado entre o Governo e o Comando das Forças Constitucionalistas, os combates nas trincheiras dos Setores da Revolução Constitucionalista.


Telegrama informando a Cessação das Hostilidades.




Em São Paulo, já no dia 30 de setembro os jornais publicaram o seguinte manifesto do Governo Paulista:

                                                "AO POVO"

"Tendo o Comando do Exército Constitucionalista, General KLINGER, " com o fito de não causar à Nação mais sacrifícios de vidas, nem mais danos materiais", proposto à Ditadura a imediata suspensão das hostilidades, afim de serem assentadas as medidas para a cessação da luta armada - dirigimos a toda a população paulista um apelo, no sentido de confiar na atuação das autoridades civis e militares. Conservar-se-á o Governo do Estado no seu posto até que, assinado o armistício, sejam feitas as negociações para o restabelecimento da paz.

São Paulo, 29 de setembro de 1932.

(aa) Pedro de Toledo - Governador do Estado;  
Waldemar Ferreira - Secretário da Justiça;
Rodrigues Alves Sobrinho - Secretário da Educação;
F.E. da Fonseca Telles - Secretário da Viação;
Francisco da Cunha Junqueira - Secretário da Agricultura;
Paulo Moraes Barros - Secretário da Fazenda;
Godofredo da Silva Telles - Prefeito da Capital;
Joaquim Sampaio Vidal - Diretor do Departamento de Administração Municipal;
Coronel Brasilio Taborda - Chefe de Polícia."








Imagem publicada no "Diário da Noite", 09/07/1957.



Em homenagem aos Soldados Constitucionalistas transcrevo o seguinte texto do redator, que foi publicado no jornal “Diário da Noite” em 1957 que é um resumo do que ocorreu durante os dias da Revolução de 1932:

“Nas planícies, vales e montanhas e no rebordo das serras, pelas cidades e aldeias, junto às chaminés e os verdes cafeeiros, ecoavam os clamores cívicos. As flamas do ideal constitucionalista jorravam do planalto, entre cânticos e hinos, desciam pelos campos, ao longo das estradas, impelindo os homens em todas as direções.
E os jovens abandonaram os teares, os escritórios e escolas, os campos onde semeavam, deixando mães, noivas e esposas que acorreram aos hospitais e oficinas para ajuda-los na luta.
Adolescentes, adultos e velhos empunharam as poucas e obsoletas armas de que dispunham, e protegidos por alguns canhões e aeroplanos, brotaram de mil cidades, se aglutinaram marchando para as trincheiras do norte e os descampados do sul. Em Cunha, no Túnel, em Pouso Alegre e Buri, em Cachoeira e no Rio das Almas, em Ribeira e Eleutério, onde velhos fuzis enfrentaram obuses, metralhas, peças de artilharia modernas, o sangue salpicava as folhas verdes dos cafezais defendidos.
São Paulo era Cartago. Um frêmito de impavidez agitou seus filhos, entre as fronteiras rodeadas de baionetas. Nos laboratórios e oficinas, nas escolas e nos templos, nas usinas e nas praças, a retaguarda formigava, produzindo com uma ação febril, viveres, roupas, armas, munições improvisadas para a manutenção da luta em todas as frentes de guerra.
Subitamente o armistício. Depostas as armas, aparentemente vencido, São Paulo alcançava a primeira vitória: o Governo Central prometia um interventor paulista e civil.
Dois anos depois, dos escombros da luta, nasciam os textos sagrados da Constituição de 1934. Era a Vitória do Brasil.”





Ilustração de PUIG, publicada no "Diário da Noite" 09/07/1957.





Fonte.
Jornal “Diário da Noite” de 09 de julho de 1957, edição comemorativa, arquivo pessoal.
Disponível em acervo.folha.uol.com.br.,29/09/1932, acesso em 29/09/2017.



Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.


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