sexta-feira, 14 de outubro de 2022

O famoso Capacete perdido em 1932.

 



Foto ilustrativa - (al.sp.gov.br)


 O Capacete após 32 anos.

Tão famoso quanto o Sr. Onofre (Onofre Américo Gonçalves) em Mirassol é o Capacete dele. O ex Soldado Constitucionalista voltava para Mirassol quando o trem que ele estava foi parado pelo Exército oponente:  - Recolheram todos os nossos pertences!

Trinta e dois depois, ele conta que ouvia uma partida de futebol em uma rádio de Araraquara. Na época era costume das emissoras promover leilões.  Naquele dia, entre geladeiras e guarda roupas, tinha um capacete da Revolução, com as iniciais O. A. G.... Viajei para Araraquara no dia seguinte: O Capacete tinha sido arrematado pelo médico Santos Abreu, filho de Revolucionário.

Diante das provas do Sr. Onofre, o médico não teve alternativa a não ser vender a sua aquisição. -  Reconheci o Capacete, pois amarrei uma corda que se soltou com um arame. Além disso, tem meu nome nele, diz o senhor, enquanto alisa sorridente a maior relíquia de sua história.

 

Participação de Mirassol na Revolução

 

De acordo com o livro Estruturas & Gravuras, de Ariovaldo Corrêa, cerca de 200 voluntários mirassolenses se alistaram a lutaram nas frentes de batalhas espalhadas pelo Estado de São Paulo.

“Três dias, apenas, após declarada a revolução, Mirassol – primeira cidade da Alta Araraquarense a manifestar-se em praça pública sobre o histórico movimento – aplaudia a partida dos primeiros voluntários que se apresentariam em São Paulo, ao comando revolucionário, para formarem no corpo da tropa.”

Ainda segundo o livro, Victor Cândido de Souza (co-fundador de Mirassol), Sypriano José Moreira, e Antonio Batista da Silva, que compunham a Junta de Alistamento Militar, conclamavam voluntários para a luta. Já Cândido Brasil Estrela lançava no jornal Correio de Mirassol a incisiva conclamação aos mirassolenses: Não indaguemos mais nada. Se São Paulo nos chama, morramos por São Paulo!

 


Soldados de Mirassol ao lado do Padre da época na Praça da Matriz
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Mortos e feridos

 

No livro de Ariovaldo Corrêa não constam número de mirassolenses mortos ou feridos em combate. Oficialmente, oito pessoas do Noroeste Paulista morreram na revolução.

A região participou ativamente. Pelo menos mil homens aderiram aos propósitos revolucionários e lutaram. Estimam-se duas mil mortes no Estado nos 87 dias de conflito armado. Da região, tombaram oficialmente Antônio Amaro, João Batista de Araújo, Antônio Duarte da Fonseca, Carmo Turano, Elydio Antônio Verona, Ipiroldes Martins Borges, Joaquim Marques de Oliveira e Oswaldo Santini.

 

O historiador Lelé Arantes, de Rio Preto, afirmou, em entrevista ao Diário da Região, que 20 corpos de combatentes, sobretudo de moradores da região, jamais foram localizados. “Na divisa com o Mato Grosso do Sul, onde hoje fica Santa Fé do Sul, ocorreram combates com soldados goianos. Os corpos dos mortos foram jogados no rio Paraná e nunca mais encontrados”, contou.

 

O Museu Municipal Jezualdo D’ Oliveira, de Mirassol, tem em seu acervo material trazido pelos pracinhas que lutaram na Revolução Constitucionalista de 1932.

 


Fonte.

Combatentes de Mirassol – www.memorialdoimigrante.org.br, acesso setembro,2014.

https://jairlemosblog.com.br/hoje-e-dia-da-revolucao-constitucionalista-de-1932/, acesso outubro,2022.

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.


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