O
Portal trincheiras de Jaguariúna faz uma homenagem ao Comandante ALFREDO PIRES
FILHO, falecido em 16 de agosto de 2021. Nasceu em Sorocaba no dia 21 de agosto
de 1920 filho de Alfredo Pires de Almeida Mello e de Elvira Gonçalves Pires.
Comandante Alfredo Pires Filho. |
Participou
da Revolução Constitucionalista s 1932, quando tinha apenas 12 anos, era escoteiro
da Tribo
Piratininga, e trabalhou como mensageiro ou estafeta, como gostava de dizer. Com
as aulas suspensas naquele período, por causa dos confrontos, Pires começou a
prestar serviços num batalhão do Exército comandado pelo capitão Bento Bicudo
Neto. Trajando a tradicional roupa de escoteiro na cor cáqui, calça curta,
meias três quartos, cinto de couro, Pires levava correspondências do batalhão,
localizado na Rua Conselheiro Brotero, bairro de Santa Cecília, na zona oeste
de São Paulo, para o Quartel General do Exército, situado na Rua Conselheiro
Crispiniano, no centro, viagem que fazia de bonde, e também para a unidade
militar de Quitaúna, em Osasco, na Grande São Paulo, trajeto onde utilizava o
trem da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) – que ligava São Paulo a
Sorocaba. Também levou ataduras para os hospitais Samaritano e Santa Casa.
Os
envelopes das correspondências que transportava eram fechados e Pires não tinha
ideia do que eles continham, mas não tinha dúvida de que pelas suas mãos
passaram informações importantes entre os comandos do batalhão, onde prestava
serviços, e as unidades para as quais levava as mensagens.
Estudou
no Colégio São Bento que foi invadido durante a Revolução Constitucionalista,
porque os opositores souberam que lá havia armas escondidas e isso poderia
significar que abrigavam no local uma resistência. Sua rotina diária era sair
do Colégio São Bento, almoçar na casa de sua tia no bairro de Santana, e, após,
escondido de sua família, ia ao Aeroclube de São Paulo, no Campo de Marte, para
aprender a pilotar. Aos doze anos de idade, voou pela primeira vez em um avião
planador, que era do CPP (Clube Paulista de Planadores). Iniciou o curso de
piloto, para tirar seu brevê e, depois fez o curso de instrutor. Sua carteira
de instrutor é de número 119 e sua carteira internacional é 34. Foi instrutor
dos pilotos brasileiros que atuaram na 2a. Guerra Mundial, que iniciavam aqui
no Brasil seus estudos sobre aviação e, depois, iam complementar nos EUA o
curso para os armamentos das aeronaves.
Por
esse motivo, é sempre lembrado e homenageado pelo Exército Brasileiro e
Aeronáutica.
A
história da família Pires começa no Brasil junto com a chegada de Pedro Álvares
Cabral, cuja Nau era comandada por Luís Pires. Aportaram onde hoje é a cidade
de São Vicente. A família subiu a serra e parou no seu topo, criando a cidade
de Ribeirão dos Pires, que hoje é denominada de Ribeirão Pires. Casaram-se com
as filhas do Cacique Piquerobi. Uma parte da família foi para Campinas e outra
parte para Sorocaba, a parte de seus ascendentes diretos.
O
Comandante Alfredo Pires Filho contava, emocionado, sua história de vida, e a
emoção atingia o ápice quando falava de seu pai, Alfredo Pires, um advogado
que, na época da Revolução, teve seu escritório de advocacia invadido e
destruído, pois tinha como estagiário o filho de Ataliba Leonel, ex-senador
pelo Estado de São Paulo e que era opositor do governo Vargas.
Em
2011 Alfredo Pires Filho, muito emocionado pelo reconhecimento, tomou posse
como Comandante Constitucionalista da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC.
Com dois filhos, três
netos e quatro bisnetos, Pires Filho disse ter orgulho do seu passado e não
hesita em dizer que “fez história”. Mas, humilde, contou apenas que soube
aproveitar as oportunidades. Uma delas foi ter trabalhado como instrutor de voo
durante a Segunda Guerra. Já foi também vendedor e nadador. Ele se recorda das
provas de natação no Rio Tietê. “A água era limpíssima e os peixes ficavam
beliscando o pé.” Tinha uns 16 anos na época.
É muito bom ser
reconhecido pelo o que você fez"
Cel. Mario Fonseca Ventura, Antônio Carlos Aristides e Alfredo Pires Filho |
Sr. Alfredo e sua esposa Sra. Nair Brandão Pires. |
Fonte.
http://revistasp.org/vip/?p=2292
Fotógrafo Antônio
Carlos Aristides.
Editado
e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo
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