sexta-feira, 26 de abril de 2013

EXALTEMOS A MEMÓRIA DELES



Esta é uma matéria que foi publicada em um suplemento comemorativo ao 9 de julho de 1957, pelo jornal O Comércio da cidade de Amparo.
Nesta publicação temos pequenas biografias de combatentes amparenses que morreram durante a Revolução Constitucionalista, inclusive a biografia de Antônio Américo de Camargo Andrade que foi um dos quatro mortos na Sede da Legião Revolucionária, na sigla MMDC a letra C representa o seu nome.






                                                      http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_1932/pdf









Antônio Américo de Camargo Andrade

Nasceu no dia 3 de dezembro de 1901, filho do Sr. Nabor de Camargo Andrade, falecido e da Sra. Hermelinda Nogueira de Camargo. Era casado com a Sra. Inaiah Teixeira de Camargo e deixou três filhos: Clesio, Yara e Hermelinda.
Era irmão do Sr. Cyro de Camargo Andrade e da Sras. Laura e Rita de Camargo Sampaio Ferraz.





Alonso Ferreira de Camargo (Voluntário)

Com idade bastante para prestar seus serviços em trabalhos menos pesados da retaguarda. Alonso Ferreira de Camargo preferiu, no entanto, as agruras da trincheira. Alistou-se no batalhão “14 de Julho”, em cujo encalço embarcou para Itararé. Com ele, tomou parte em vários renhidos combates, até 23 de agosto, quando colhido por estilhaços de granada, em Buri, ficou gravemente ferido. Trazido para a Capital e internado no Instituto Paulista, ali faleceu a 30 do mesmo mês. Seu corpo foi transladado para Amparo, onde nascera.
Alonso era filho do Sr. João Bellarmino Ferreira e da Sra. Francisca Viegas Ferreira de Camargo, nascera em Amparo, aos 27 de setembro de 1887. Contava, pois, 45 anos ao incorporar-se. Casado com a Sra. Maria Fausta Nogueira de Camargo, deixou duas filhas: Celina e Inah. Era irmão dos Srs. Dr. Lauro Ferreira de Camargo, desembargador na Côrte Suprema e ex-interventor federal de São Paulo, casado com a Sra. Noêmia de Almeida Camargo; Sr. Clóvis Ferreira de Camargo; e Sras. Lecticia, casada com o Sr. Benedito Lino de Campos e Ottilia, casada com o Sr. Paulo Nogueira.
Alonso Ferreira de Camargo ocupava cargo de alto relevo na Secretaria da Agricultura, tendo sido escolhido, por varias vezes, para importantes comissões. Viajado, conhecia a Inglaterra, a França, a Suíça e a Alemanha, falando corretamente, além do português, o francês e o alemão.   





Argemiro Alves Silvestre  (Voluntário)

Dos bancos da Faculdade de Direito, quase desertos naqueles dias inesquecíveis de 32, partiram muitos moços para as lides heróicas das trincheiras constitucionalistas. Dentre os que foram Argemiro figurava na dianteira. A mesma data marcou a sua incorporação e deu nome ao batalhão que o levaria para a glória e para a morte: “14 de Julho”. Integrado na 3ª cia., 2º pelotão, lutou bravamente no setor Sul. E morreu com a vista esquerda atravessada por uma bala, na posição que ocupava numa trincheira do Serrado, à margem do rio das Almas. Sepultado ali mesmo, foi mais tarde seu corpo levado para Amparo, sua cidade natal. Incorporado a 14 de julho, embarcou para a frente dia 18 e, exatamente dois meses depois, a 18 de setembro tombou, completando seu sacrifício.
Argemiro era quartanista de Direito, professor do Lyceu Coração de Jesus, do qual houvera sido também aluno, sua memória recebeu deste estabelecimento de ensino varias homenagens, entre as quais uma série de cartões com os seguintes dizeres:
“PROF. ARGEMIRO ALVES SYLVESTRE – Era filho do Sr. José Sylvestre Martins e da Sra. Maria Rita da Conceição Sylvestre. Nasceu em Amparo a 28 de Junho de 1904. Modelar ex-aluno do Lyceu, quartanista de Direito, fez parte do Batalhão “14 de Julho” dando à causa de São Paulo o máximo de seu contingente: a vida que perdeu heroicamente nos campos do Serrado (Rio das Almas) no combate de 18 de setembro último. Portanto, Mestre incansável e dedicadíssimo do nosso externato, a sua morte prematura, si bem que heroica, deixa um vácuo profundo em todos os seus colegas e discípulos. A ele conceda Nosso Senhor o descanso eterno”.




Humberto Angelo Beretta (Voluntário)

 Incorporado ao “Batalhão 23 de Maio” desde 13 de julho, com batismo de fogo recebido a 17, Humberto Angelo Beretta tomou parte em diversas arriscadas operações, valendo-lhe a sua atuação divisas de sargento, posto que honrava quando da retomada de Amparo, a 18 de setembro. Nesse dia, atingido na garganta, morreu combatendo. Está sepultado no cemitério do Sylvestre em Amparo.
Amparense, nascido a 14 de julho de 1904, era Humberto filho do Sr. Joaquim Beretta e da Sra. Anna Maria Bertholdi e irmão de José Carlos, Benevenuto João, Amadeu, Elvira, Iracema e Yolanda Beretta. Solteiro, trabalhava no comércio em sua terra, onde era estimadíssimo e onde sua memória foi largamente homenageada.









João Garibaldi dos Santos (Exercito)

Sorteado em São Paulo, João Garibaldi dos Santos, foi designado, como tantos outros, para servir em Mato Grosso. Entretanto estalou a Revolução Constitucionalista. As tropas de Mato Grosso aderiram ao movimento. E foi como cabo da 2ª companhia, nº320, do 18 B.C.de Campo Grande, sob o comando do tenente coronel Aquino Correia, que João Garibaldi dos Santos trabalhou, bravamente, no exercito, que batalhava pela reconstitucionalização do país. Morreu a 10 de setembro, em Porto Murtinho, naquele Estado, vitima de uma rajada de metralhadora. Foi sepultado no local onde caiu e, em outubro de 1935, foi transladado para Amparo.
João Garibaldi dos Santos nasceu em Amparo, a 6 de maio de 1909,filho do Dr. Garibaldi José dos Santos e da Sra. Josephina Maria da Conceição. Era solteiro e, antes de ingressar no exercito lavrador.





Nicolau Maffei (Voluntário)

Estamos em frente ao nome de um lidimo herói da Revolução Constitucionalista. Soldados e comandantes do batalhão a que pertencia o reconheceram. E o próprio adversário prestou-lhe as homenagens a que lhe davam direito sua bravura e seu patriotismo.
Nicolau Maffei incorporou-se ao Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente e seguiu para a frente das operações sob o comando do Coronel Miguel de Oliveira Brisola. Morreu no combate de Ribeirópolis, foi sepultado em Ribeirópolis pelo inimigo, o qual lhe prestou honras militares a que fazia jus, quer por ser oficial quer pela sua bravura que revelou o que foi reconhecida pelo próprio adversário.
Seu último combate é episódico: Cercado e intimado a render-se disse alto e bom som “Um paulista não se entrega”, caindo, segundos depois, varado pelas balas adversárias. Era, nesse dia, o terceiro ferimento que recebia, pois que as oito horas fora atingido na mão e as dez horas no peito. Continuara a combater. Indiferente aos rogos de seus camaradas não quis abandonar sua trincheira até que à tarde, cercado e já sem munição, preferiu morrer a se entregar.
Nicolau Maffei nascera em Amparo a 26 de fevereiro de 1905, filho do Sr. André Maffei e da Sra. Francisca Maffei. Era casado com Sra. Mathilde Alves Maffei, tendo deixado um filhinho de nome Nelson Tabajara Maffei. Era funcionário da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente. A uma das ruas dessa cidade, em sua homenagem, foi dado seu nome.


                             
Fonte das biografias.
Livro Cruzes Paulista.


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