sábado, 8 de março de 2025

HOMENAGEM ÀS MULHERES NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER.

 




No dia Internacional da Mulher, minha homenagem às mulheres guerreiras que participaram da Revolução de 1932, nas frentes de batalhas, nos hospitais, nas oficinas de costuras e de confecção de capacetes, na organização e distribuição de alimentos, vestimentas e outros apetrechos, enfim à todas as mulheres que de alguma maneira prestaram qualquer serviço em prol da Revolução ou para os Soldados Constitucionalistas e à população em geral.

 





Uma das características mais marcantes da Revolução Constitucionalista de 1932, foi a participação feminina. A colaboração das mulheres paulistas foi inestimável e honraram a tradição. No primeiro mês da revolução, 7200 mulheres confeccionaram 440 mil peças de farda destinadas aos soldados. Refeições eram servidas pelas mulheres aos combatentes nas “Casas de Soldado” localizadas em todo o estado. Só em uma delas, sediada na “Bolsa de Mercadorias”, foram servidos 149 mil almoços nos dois primeiros meses de atividades. O apoio das mulheres paulistas foi tanto que elas chegaram a envolver seus filhos em idade escolar na causa constitucionalista.

Dr. Plinio Barreto disse em seu discurso acerca da MULHER PAULISTA, endereçado à todas as mulheres participantes da Revolução Constitucionalista de 1932:

As senhoras paulistas têm sido a alma do movimento libertador que levou para as trincheiras quase a totalidade da população válida de São Paulo. De tudo, dos tesouros do coração, das joias maternas mais valiosas, se têm elas despojado para alimentar a guerra. Não há sacrifício a que se furtem nem heroísmo de que se não tenham mostrado capazes para que não faltem soldados a São Paulo e aos soldados nunca desfaleça o ânimo. A tudo têm renunciado, inclusive à felicidade dos lares, para que São Paulo seja na guerra o que tem sido na paz – um lutador indomável.

De todas as doçuras da vida, de todos os triunfos sociais, de todas as caricias da prosperidade abdicaram elas para que São Paulo restitua ao Brasil a dignidade perdida e para que os paulistas não consintam que se implante no território nacional a escravidão política, que é a maior das ignominias a que um povo pode descer.

As afeições mais ternas, os sentimentos mais delicados, tudo foi imolado pelas admiráveis damas paulistas em holocausto a São Paulo e ao Brasil. Pode-se dizer que a parte principal na epopéia que São Paulo está escrevendo com o sangue de seus filhos, cabe às mulheres. Não há sofrimento que se compare ao desses nobres corações que se despedaçam em silêncio, enquanto nos lábios sorrisos heroicos se afloram e palavras de entusiasmo desabrocham num estimulo irresistível aos que vão para as trincheiras jogar numa partida suprema, a felicidade e a vida.

Esse heroísmo, que faz a admiração de todos nós, já começa a causar impressão fora de São Paulo. As damas cariocas, tocadas por ele, já se aprestam também a concorrer para a causa constitucionalista com sacrifícios fora do comum. É uma notícia consoladora. O concurso à campanha constitucionalista, se não nos viesse da intrepidez vigorosa dos homens, nos viria da bravura encantadora das mulheres.

 

Que o exemplo das mulheres que se dedicaram na Revolução Constitucionalista de 1932 seja seguido por todas as mulheres do nosso País, que nunca se cansem de lutar por seus direitos, pela Ordem, pela Lei, pela liberdade e igualdade de condições e ao pleno cumprimento da nossa Constituição.

 

Maria Stela Sguassábia











FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!!!!!

 

 



As imagens acima são de algumas mulheres que se destacaram na Revolução Constitucionalista de 1932.






Fonte.

Rodrigues, J., A Mulher Paulista no Movimento Pró Constituinte, Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1933. 192p. 

https://trincheirasdejaguariuna.blogspot.com/

https://depositphotos.com/br/photos/mulheres.html

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.


domingo, 9 de fevereiro de 2025

MARIA SOLDADO.

    





Em 1932, enquanto os homens lutavam nas trincheiras, mulheres trabalhavam nas industrias bélicas, como costureiras, enfermeiras e cozinheiras. Maria Jose Bezerra – a Maria Soldado não era uma delas. Negra, filha de ex-libertos da Lei Áurea, Maria Soldado nasceu em Limeira em 1º de dezembro de 1895 e era cozinheira da família de Paulo Bonfim. Sempre muito fiel à sua patroa, dona Nicota Pinto Alves – senhora da sociedade – ela sentiu que tinha que cumprir seu dever na guerra e desapareceu.

Munida do uniforme constitucionalista, não foi notada entre os homens. Só descobriram que ela era mulher um mês depois, quando foi ferida e teve de ser atendida por um médico. Estava combatendo junto da Legião Negra, composta de três batalhões de infantaria, totalizando aproximadamente 3.500 soldados de “homens de cor” – como eram chamados - e depois apelidados de “Perolas Negras”.

Anos depois, seria convidada para uma cerimônia com Getúlio Vargas, em pleno Estado Novo.

Recusou-se a cumprimenta-lo, dizendo:  - Eu não pego na mão de um ditador. Já lutei contra o senhor na trincheira.

Morreu em 1958. Duas outras paulistas também se passaram por homens para lutar em 1932: Maria Sguassábia, de Araraquara e Francisca das Chagas Oliveira, de Itu.

 

Transcrição, acima, de texto publicado na revista Aventuras na História em 2017.



O jornal A Gazeta (5/9/32) referiu-se sobre ela assim: "Uma mulher de cor, alistada na Legião Negra, vencendo toda a sorte de obstáculos e as durezas de uma viagem acidentada, uniu-se aos seus irmãos negros em pleno entrincheiramento na frente do sul, descrevendo a página mais profundamente comovedora, mais cheia de civismo, mais profundamente brasileira, da campanha constitucionalista, ao desafiar a morte nos combates encarniçados e mortíferos para o inimigo, MARIA DA LEGIÃO NEGRA! Mulher abnegada e nobre da sua raça". (1859-1944).

 

Fonte.

Revista Aventuras na História, ed. 170, julho de 2017, pág. 37.

https://trincheirasdejaguariuna.blogspot.com/2013/03/heroinas-de-1932.html

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo, 2025.

sábado, 25 de janeiro de 2025

PARABÉNS SÃO PAULO!

 

Assim pois, surgiu São Paulo, pelo século XVII a dentro, murado de toras e rudes taipas, como se fora uma praça de guerra medieval.  (Taunay).

 




Quanto mais se compreender que a verdadeira história de uma nação e de um povo baseia-se não em episódios e acontecimentos superficiais, mas nas características substanciais de sua organização constitucional e social, mais valorizados e preservados serão os arquivos... Tem sido afirmado que o cuidado que uma nação devota à preservação dos monumentos do seu passado pode servir como uma verdadeira medida do seu grau de civilização que atingiu. Entre tais monumentos, e desfrutando o primeiro lugar em valor e importância, estão os arquivos nacionais e locais.







 Planta da cidade de São Paulo por Jorge Sekcler & Cia,1883 (pág.110)

                       



 

PARABÉNS SÃO PAULO!!!!

471 ANOS

A TERRA DE HERÓIS!

 

MASP

Hoje, 25 de janeiro de 2025 o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) abrirá o novo prédio pela primeira vez para atividades no aniversário da capital. Durante todo o final de semana, o segundo endereço do museu, chamado de Pietro Maria Bardi, tem leituras dramáticas de cartas da arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992), que projetou o prédio original, visitas aos andares expositivos e atividades infantis.

 

HONRAS AOS HERÓIS DE 32!

93º ano do primeiro comício popular contra a ditadura e pela Constituição.

A primeira grande manifestação dos paulistas foi um grande comício na Praça da Sé, no dia do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro de 1932, com um público estimado em 200 000 pessoas.

 

 





Bibliografia.

MENEZES, R., Histórias da História de São Paulo, Comp. Melhoramentos de São Paulo, Industrias de Papel, São Paulo, 1954

 

São Paulo onde está sua história, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, 1981.Raízes Artes Gráficas.

 

https://www.masp.org.br/emexpansao


https://trincheirasdejaguariuna.blogspot.com/2020/01/aniversario-de-sao-paulo-2020.html



Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo, 2025.


HOMENAGEM ÀS MULHERES NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER.

  No dia Internacional da Mulher, minha homenagem às mulheres guerreiras que participaram da Revolução de 1932, nas frentes de batalhas, nos...