No
dia Internacional da Mulher, minha homenagem às mulheres guerreiras que
participaram da Revolução de 1932, nas frentes de batalhas, nos hospitais, nas
oficinas de costuras e de confecção de capacetes, na organização e distribuição
de alimentos, vestimentas e outros apetrechos, enfim à todas as mulheres que de
alguma maneira prestaram qualquer serviço em prol da Revolução ou para os
Soldados Constitucionalistas e à população em geral.
Uma
das características mais marcantes da Revolução Constitucionalista de 1932, foi
a participação feminina. A colaboração das mulheres paulistas foi inestimável e
honraram a tradição. No primeiro mês da revolução, 7200
mulheres confeccionaram 440 mil peças de farda destinadas aos soldados.
Refeições eram servidas pelas mulheres aos combatentes nas “Casas de Soldado”
localizadas em todo o estado. Só em uma delas, sediada na “Bolsa de
Mercadorias”, foram servidos 149 mil almoços nos dois primeiros meses de
atividades. O apoio das mulheres paulistas foi tanto que elas chegaram a
envolver seus filhos em idade escolar na causa constitucionalista.
Dr.
Plinio Barreto disse em seu discurso acerca da MULHER PAULISTA, endereçado à todas as mulheres participantes da
Revolução Constitucionalista de 1932:
As
senhoras paulistas têm sido a alma do movimento libertador que levou para as
trincheiras quase a totalidade da população válida de São Paulo. De tudo, dos
tesouros do coração, das joias maternas mais valiosas, se têm elas despojado
para alimentar a guerra. Não há sacrifício a que se furtem nem heroísmo de que
se não tenham mostrado capazes para que não faltem soldados a São Paulo e aos
soldados nunca desfaleça o ânimo. A tudo têm renunciado, inclusive à felicidade
dos lares, para que São Paulo seja na guerra o que tem sido na paz – um lutador
indomável.
De
todas as doçuras da vida, de todos os triunfos sociais, de todas as caricias da
prosperidade abdicaram elas para que São Paulo restitua ao Brasil a dignidade
perdida e para que os paulistas não consintam que se implante no território
nacional a escravidão política, que é a maior das ignominias a que um povo pode
descer.
As
afeições mais ternas, os sentimentos mais delicados, tudo foi imolado pelas
admiráveis damas paulistas em holocausto a São Paulo e ao Brasil. Pode-se dizer
que a parte principal na epopéia que São Paulo está escrevendo com o sangue de
seus filhos, cabe às mulheres. Não há sofrimento que se compare ao desses
nobres corações que se despedaçam em silêncio, enquanto nos lábios sorrisos
heroicos se afloram e palavras de entusiasmo desabrocham num estimulo
irresistível aos que vão para as trincheiras jogar numa partida suprema, a
felicidade e a vida.
Esse
heroísmo, que faz a admiração de todos nós, já começa a causar impressão fora
de São Paulo. As damas cariocas, tocadas por ele, já se aprestam também a concorrer
para a causa constitucionalista com sacrifícios fora do comum. É uma notícia
consoladora. O concurso à campanha constitucionalista, se não nos viesse da
intrepidez vigorosa dos homens, nos viria da bravura encantadora das mulheres.
Que
o exemplo das mulheres que se dedicaram na Revolução Constitucionalista de 1932
seja seguido por todas as mulheres do nosso País, que nunca se cansem de lutar
por seus direitos, pela Ordem, pela Lei, pela liberdade e igualdade de
condições e ao pleno cumprimento da nossa Constituição.
![]() |
Maria Stela Sguassábia |
FELIZ DIA INTERNACIONAL
DA MULHER!!!!!
As imagens acima são de
algumas mulheres que se destacaram na Revolução Constitucionalista de 1932.
Fonte.
Rodrigues, J., A Mulher Paulista no Movimento Pró Constituinte, Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1933. 192p.
https://trincheirasdejaguariuna.blogspot.com/
https://depositphotos.com/br/photos/mulheres.html
Editado e publicado por Maria Helena de
Toledo Silveira Melo.
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