Devemos
sempre nos lembrar da importante participação da Mulher Paulista na Revolução
Constitucionalista, um dos maiores movimentos armados da história do Brasil. Colocadas
sob segundo plano quando se trata da história das guerras, mais de 72 mil
mulheres provaram sua importância e o valor de seu legado em 1932.
Honras
às admiráveis mulheres paulistas que, com coragem e determinação deixaram um
exemplo de civismo e determinação na luta pela Liberdade e a Democracia em
defesa do Estado de Direito.
EU
SOU A MULHER PAULISTA
Obrigada,
Homem Paulista!
Em
nome da vossa Mãe, em nome da vossa irmã, em nome da vossa esposa. O sangue “brasil”
que circula nestas minhas veias, dá-me o sagrado direito de gritar neste
momento tão decisivo para os destinos da nossa terra: Eu sou a Mulher
Paulista. Sou filha e neta de Bandeirantes.
Os nossos maiores que rasgaram brumas e brenhas, que traçaram, no planalto,
caminhos, sonhos e destinos, vivem e exercem a sua influência sobre a nossa
vida de todos os dias. Foi desse passado glorioso que nos vieram essa pujança
afetiva, essa firmeza intrépida e esse indomável impulso para as causas que
elevam as nossas capacidades físicas e intelectuais até às ambições sadias e
boas de um futuro melhor.
A
Constituição é a meta ambicionada. E hoje eu vejo gota a gota, passo a passo,
dia a dia, se avolumar, despontar, crescer, florir, em torno desta Cruzada
patriótica, toda a energia represada por muitos anos de opressão. Tudo o que
vos anima neste momento. Homem Paulista, coragem, brio, consciência do dever,
expansão cívica, já animou outrora os heróis das Bandeiras Paulistas, que
revivem hoje nos nossos filhos, nos nossos pais e nos filhos, dos nossos
filhos.
Estas
palavras não são um apelo porque São Paulo já está de pé, já está alerta e
intemerato na convicta esperança de que sejam bem compreendidos os seus ideais.
Não. Não é um apelo. É apenas um agradecimento. Agradecimento humilde da mais
humilde filha de Piratininga. Obrigada Homem Paulista!
Este
texto foi lido por Dulce Amaral no microfone da Rádio Record também foi
publicado na Folha da Noite em 14 de
julho de 1932.
A
estas Mulheres maravilhosas nossas honras e eterna gratidão!
Rink Republica - Salão de costura. (MIS) |
Fonte.
Rodrigues, J., A
Mulher Paulista no Movimento Pró Constituinte, Empresa Gráfica da Revista
dos Tribunais, 1933. 192p.
https://artsandculture.google.com/story/AwVRXg7DS8ZpKg?hl=pt-BR
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira
Melo.
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