Homenagem aos Professores!
Homenagem especial aos Professores, Heróis da Revolução Constitucionalista.
O Professorado Paulista – superior, secundário e primário prestou os mais inestimáveis serviços à Revolução Constitucionalista.
Não houve faculdade, ginásio, grupo escolar ou escola isolada, cujas portas não se abrissem para abrigar hospitais de emergência, postos de assistência à população civil, oficinas de costura, contando para tanto com a colaboração dos professores.
Ao atual professorado paulista cabe fazer justiça aos seus antecessores, os quais dotados do mais alevantado sentimento cívico patriótico, deram tudo quanto estava ao seu alcance em favor da vitória.
Muitos professores se destacaram em serviços realizados junto aos seus alunos e também à população em geral, foram voluntários na retaguarda, muitos nas frentes de batalhas, professoras alistaram-se na Cruz Vermelha como enfermeiras, estes educadores deixaram um legado de grande importância, um exemplo ímpar de solidariedade e civismo que jamais poderá ser esquecido.
Entre tantos nomes importantes destaco, como exemplo, os Professores: Dr. Otávio Teixeira Mendes e Maria Stela Rosa Sguassábia.
Dr. Otávio Teixeira Mendes, nasceu no município de Piracicaba, SP, em 21 de março de 1882. Casou-se em 1905 com Leonina Marques. Octávio formou-se em engenharia mecânica pela escola Politécnica da USP, lecionando na ESALQ e também possuía uma oficina de fundição de ferro e bronze, mecânica, carpintaria e veículos.
Dr. Octavio e cinco de seus filhos alistaram-se no Batalhão Piracicabano assim que houve a convocação de Voluntários, logo no início do Movimento Constitucionalista.
Inventor por natureza, em 1932 Octávio pensa em criar algum aparato que pudesse ter utilidade no conflito. Cria um dispositivo que simula o ruído de uma rajada de balas de metralhadora e o batiza de Catraca. Rapidamente o simulacro ganha fama sendo conhecido impropriamente como Matraca.
A Matraca, por exemplo, era uma roda dentada com uma manivela que, quando girada em alta velocidade, fazia os dentes da roda rasparem em uma lâmina de aço. O grande ruído provocado: “tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, simulava uma potente metralhadora disparando, e sugeria um suposto alto poder de fogo das tropas paulistas.
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"A Matraca" |
Maria Stela Rosa Sguassábia, a Professora Heroína, vestiu uma farda e foi para a frente de batalha tornando-se Mario Soldado.
Nascida em Araraquara, em 12 de março de 1889, filha de José Saguassábia e Palpello Clotildes, mudou-se ainda com 3 anos para São João da Boa Vista. Maria Sguassábia foi professora primária na Fazenda Paulicélia, próxima a cidade de Santo Antônio do Jardim. Quando viu tropas revolucionárias passarem e, um dos soldados desertou e jogou a farda fora, Maria recolheu as roupas, vestiu e se infiltrou na tropa. Um de seus feitos heroicos foi quando conseguiu render um tenente federalista. “O tenente quando percebeu que era uma mulher não queria se render nem entregar de forma alguma as armas. Neste instante, o comandante do batalhão disse que o tenente teria que se sentir orgulhoso de ter sido rendido por uma heroína”.
Maria Squassábia faleceu em 14 de março de 1973, aos 74 anos.
32 foi a soma dos sonhos e o sacrifício de um povo, a confraternização de raças e condições sociais no batismo das trincheiras, o esforço da indústria, o desprendimento do comércio, a grandeza de uma causa, a generosidade dos moços, a participação dos cabelos brancos, o entusiasmo das crianças, a força que vem da mulher terra paulista, o verbo dos poetas e dos tribunos, dos jornalistas e dos sacerdotes, a sacralidade da Lei, o fuzil ao lado do livro, a trincheira continuação da escola, a caserna dependência do lar e o campo de batalha sementeira da justiça. [...] Paulo Bomfim.
Fonte.
Cinquentenário da Revolução de 32, Gov.do Estado de São Paulo, Secretaria da Educação, 1982.
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
14/10/2019.
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