quarta-feira, 23 de outubro de 2019

DIA 23 DE OUTUBRO DIA DO AVIADOR.





Em 23 de outubro, comemora-se o Dia do Aviador, instituído pela Lei 218, de 4 de julho de 1936, aprovada pelo congresso Nacional e sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, em homenagem ao vôo do 14-Bis, realizado por Santos-Dumont no Campo de Bagatelle, na França, em 1906.

Campo de Bagatelle, França, 1906.




No dia 9 de julho de 1932 irrompeu a Revolução Constitucionalista em São Paulo contra o governo de Getúlio Vargas, e em 14 de julho Alberto Santos-Dumont divulgou uma proclamação aos seus patrícios, no qual aplaudia o movimento e concitava os brasileiros, e no final escreveu: "... somente dentro da lei magna poderão ser resolvidos, de forma a conduzir a nossa Pátria a superior finalidade dos seus altos destinos. Viva o Brasil unido!"
Desde 5 de dezembro 1947, quando foi sancionada a Lei 165, seu nome encabeça anualmente a lista de oficiais-aviadores, no Almanaque da Aeronáutica, e por essa mesma norma legal foi promovido na Força Aérea Brasileira ao posto de Tenente-Brigadeiro. Pela Lei 3636 de 1959, foi concedido a Santos-Dumont o posto honorífico de Marechal-do-Ar, e também por lei aprovada pelo Congresso Nacional, 5716, de 19 de outubro de 1971, foi proclamado Patrono da FAB.




Alberto Santos Dumont à esquerda.





Nossas homenagens a todos os AVIADORES e aos AVIADORES CONSTITUCIONALISTAS!



Combate sobre Buri, 08/08/1932. Avião constitucionalista, abaixo,
atinge o avião governista com uma rajada de metralhadora obrigando-o a aterrissar, com perda total do aparelho.




Aviadores Constitucionalistas – GAVIÕES DE PENACHO


                                                                                             Jefferson Biajone



"A Aviação Constitucionalista remonta da criação da Força Aérea da Força Pública do Estado de São Paulo em 17 de dezembro de 1913, a qual extinta foi pelo Governo de Getúlio Vargas em 18 de dezembro de 1930.
Com a deflagração da Revolução de 32 em 9 de Julho, o Governo de São Paulo houve por bem recriar a Arma da Aviação, agora sob o nome de Grupo Misto de Aviação da Força Pública, misto assim chamado por compor-se de aviadores da Força Pública e do Exército Brasileiro e que sob a célebre autonomásia de GAVIÕES DE PENACHO, compreendeu o esforço da aviação constitucionalista nos céus e ares de São Paulo nos 89 dias de luta que compreenderam a Revolução.
Iniciando suas atividades bélicas em base e campo de pouso e decolagem situados  em área atualmente compreendida pelo SESI de Itapetininga a 17 de julho de 1932, os  pilotos do Exército Brasileiro, da Força Pública e civis voluntários, bem como o pessoal de  apoio e manutenção contavam inicialmente com apenas cinco aeronaves, dois aviões Potez- 25, dois Wacos CSO e um Newport-Delage 72, para fazer frente a dezenas de aeronaves  pertencentes às forças adversárias, tanto da aviação do Exército quanto da Marinha.
Cabia também aos Gaviões de Penacho a defesa do três setores que dividido foi o Estado de São Paulo durante a revolução, fosse no bombardeio contra efetivos e instalações inimigas, fosse nos combates aéreos contra os “vermelhinhos” adversários.
A imensa extensão territorial do Estado, aliada ao enorme quantitativo de missões que atribuídas foram aos aviadores constitucionalistas levaram suas aeronaves ao extremo do uso operacional, bem com a realizarem verdadeiros atos de bravura e heroísmo nos céus de nosso estado, na maioria das vezes contra número superior de contendores.
Que as gerações presentes e futuras agradeçam e honrem os nossos guardiões alados de ontem e hoje pelos relevantes serviços prestados tanta na paz quanto na guerra e pela glória imarcescível que colheram por São Paulo e pelo Brasil.”




Capa da Revista O Cruzeiro, 12/11/1932.(Arquivo pessoal)





Imagem do Jornal Diário Da Noite, 1957. (Arquivo pessoal)











Fonte.










Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
22/10/2019.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

PROFESSORES NA REVOLUÇÃO DE 1932.



Homenagem aos Professores!




Homenagem especial aos Professores, Heróis da Revolução Constitucionalista.



O Professorado Paulista – superior, secundário e primário prestou os mais inestimáveis serviços à Revolução Constitucionalista.
Não houve faculdade, ginásio, grupo escolar ou escola isolada, cujas portas não se abrissem para abrigar hospitais de emergência, postos de assistência à população civil, oficinas de costura, contando para tanto com a colaboração dos professores.
Ao atual professorado paulista cabe fazer justiça aos seus antecessores, os quais dotados do mais alevantado sentimento cívico patriótico, deram tudo quanto estava ao seu alcance em favor da vitória.
Muitos professores se destacaram em serviços realizados junto aos seus alunos e também à população em geral, foram voluntários na retaguarda, muitos nas frentes de batalhas, professoras alistaram-se na Cruz Vermelha como enfermeiras, estes educadores deixaram um legado de grande importância, um exemplo ímpar de solidariedade e civismo que jamais poderá ser esquecido.







 

Entre tantos nomes importantes destaco, como exemplo, os Professores: Dr. Otávio Teixeira Mendes e Maria Stela Rosa Sguassábia.

Dr. Otávio Teixeira Mendes, nasceu no município de Piracicaba, SP, em 21 de março de 1882. Casou-se em 1905 com Leonina Marques. Octávio formou-se em engenharia mecânica pela escola Politécnica da USP, lecionando na ESALQ e também possuía uma oficina de fundição de ferro e bronze, mecânica, carpintaria e veículos.
Dr. Octavio e cinco de seus filhos alistaram-se no Batalhão Piracicabano assim que houve a convocação de Voluntários, logo no início do Movimento Constitucionalista.
Inventor por natureza, em 1932 Octávio pensa em criar algum aparato que pudesse ter utilidade no conflito. Cria um dispositivo que simula o ruído de uma rajada de balas de metralhadora e o batiza de Catraca. Rapidamente o simulacro ganha fama sendo conhecido impropriamente como Matraca.
A Matraca, por exemplo, era uma roda dentada com uma manivela que, quando girada em alta velocidade, fazia os dentes da roda rasparem em uma lâmina de aço. O grande ruído provocado: “tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá, simulava uma potente metralhadora disparando, e sugeria um suposto alto poder de fogo das tropas paulistas.






Dr. Octávio Teixeira Mendes à esquerda, encostado no veículo.





"A Matraca"



Maria Stela Rosa Sguassábia, a Professora Heroína, vestiu uma farda e foi para a frente de batalha tornando-se Mario Soldado.
Nascida em Araraquara, em 12 de março de 1889, filha de José Saguassábia e Palpello Clotildes, mudou-se ainda com 3 anos para São João da Boa Vista. Maria Sguassábia foi professora primária na Fazenda Paulicélia, próxima a cidade de Santo Antônio do Jardim. Quando viu tropas revolucionárias passarem e, um dos soldados desertou e jogou a farda fora, Maria recolheu as roupas, vestiu e se infiltrou na tropa. Um de seus feitos heroicos foi quando conseguiu render um tenente federalista. “O tenente quando percebeu que era uma mulher não queria se render nem entregar de forma alguma as armas. Neste instante, o comandante do batalhão disse que o tenente teria que se sentir orgulhoso de ter sido rendido por uma heroína”.
  Maria Squassábia faleceu em 14 de março de 1973, aos 74 anos.



A Professora Maria Stela Rosa Sguassábia.



32 foi a soma dos sonhos e o sacrifício de um povo, a confraternização de raças e condições sociais no batismo das trincheiras, o esforço da indústria, o desprendimento do comércio, a grandeza de uma causa, a generosidade dos moços, a participação dos cabelos brancos, o entusiasmo das crianças, a força que vem da mulher terra paulista, o verbo dos poetas e dos tribunos, dos jornalistas e dos sacerdotes, a sacralidade da Lei, o fuzil ao lado do livro, a trincheira continuação da escola, a caserna  dependência do lar e o campo de batalha sementeira da justiça. [...]                                                                                                 Paulo Bomfim.





Fonte.

Cinquentenário da Revolução de 32, Gov.do Estado de São Paulo, Secretaria da Educação, 1982.





Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
14/10/2019.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

2 DE OUTUBRO DE 1932.




Dia da Cessação das Hostilidades.

Ainda hoje, 87 anos depois, a Revolução Constitucionalista de 1932 matem-se viva, na consciência nacional, como exemplo de coragem cívica de quanto é capaz a reação de um povo afrontado nos seus ideais democráticos. São Paulo pagou com o sangue dos seus melhores filhos a heróica ousadia de ter sabido enfrentar de armas nas mãos o governo tirano.
Foi uma luta de valentes na qual o povo paulista, mais do que nunca, soube interpretar o sentimento de toda a nacionalidade. Teve fim oficialmente a luta armada em 2 de outubro de 1932 com a assinatura do acordo para a Cessação das Hostilidades, o qual foi assinado na cidade de Cruzeiro. O acordo militar não foi assinado por todos os chefes militares constitucionalistas, uma vez que a intenção de suspender as hostilidades não fora previamente discutida e aprovada. Fora iniciativa do General Klinger, que enviara seus representantes ao General Góes Monteiro. Os representantes do comando da Força Pública, contudo, aceitaram as imposições após reunião em separado com o chefe do estado-maior do Destacamento do Exército do Leste, Coronel Pantaleão Pessoa.
  Posteriormente, em 3 de maio de 1933, houve a eleição para a Assembléia Nacional Constituinte e finalmente em 1934 foi promulgada a nossa Constituição.  



Telegrama informando o fim da luta armada.

Neste 2 de outubro de 2019 devemos rememorar e enaltecer os feitos dos Soldados Constitucionalistas que nos deixaram como herança, após muitos sacrifícios, a Constituição restabelecendo a Lei e a Ordem no País.



A seguir a transcrição do editorial, da revista Mundo Ilustrado, de 16 de julho de 1932 onde o editor faz considerações sobre diversos fatos e feitos relevantes da Revolução Constitucionalista de 1932:


A BANDEIRA NACIONAL FOI SÍMBOLO DA REVOLUÇÃO LIBERTÁRIA DE 32.


O 9 de Julho, data da Revolução Constitucionalista de 1932, é uma página gloriosa da História do Brasil. Levantando-se contra a ditadura, São Paulo despertou a consciência nacional, obrigando aos que se impunham pela força a desenvolverem ao povo o seu direito de ser livre manifestação, através de seus representantes legítimos, no Congresso, principalmente. A luta dos paulistas, à qual se juntaram outros brasileiros, não foi em vão, nem a sua derrota no plano militar significou o esmagamento dos ideais que sustentavam. A semente da Revolução de 32 germinou, em direção a uma maior unidade nacional, dentro de preceitos democráticos. Com o seu movimento revolucionário, os paulistas não alimentavam nenhuma intenção separatista, como difundiam os agentes da ditadura. Todo o movimento constitucionalista processou-se em torno do Pavilhão Nacional. As proclamações, os boletins, todos os impressos relativos ao movimento continham palavras de patriotismo eloquente. São Paulo saiu à luta por um Brasil melhor. São Paulo saiu à luta contra a opressão e o livre arbítrio. Foi na sede do jornal “O Estado de São Paulo”, hoje um dos maiores jornais do continente, que se realizaram as primeiras reuniões, culminando com a entrega da chefia do movimento ao General Izidoro Dias Lopes. Para auxiliares diretos do General foram escolhidos Júlio de Mesquita Filho e Coronel Salgado, da Força Pública do Estado. Foi Júlio Mesquita Filho quem conseguiu reaver, através de processo judicial, os prejuízos que a ditadura do Sr. Getúlio Vargas deu aos proprietários do “O Estado de São Paulo”, confiscado durante algum tempo. O Coronel Salgado já está morto. No plano militar, São Paulo realizou proeza notável, lutando com corpos de tropas e armamentos improvisados durante três meses. Esse feito foi considerado extraordinário não apenas no plano nacional, como também no internacional. Com um exército de bravas mulheres compondo uma retaguarda de trabalho e dedicação, os paulistas saíram para as suas frentes de luta, de Mogi a Cruzeiro, no Túnel, em Silveiras, com armamentos muitos deles fabricados em arsenais improvisados, no próprio Estado. Para o Movimento Constitucionalista de 32, São Paulo fabricou lança-chamas, metralhadoras antiaéreas e até tanques. Em muitos momentos, pela falta absoluta de armas, mas vontade indomável de lutar, foi necessário a aplicação de truques. Em algumas frentes, chaminés velhas camufladas davam aos legalistas a impressão de canhões prontos para atirar. Estourando “bananas” de dinamite, os paulistas procuravam transmitir ao inimigo a idéia de uma artilharia bem municiada. Com esse truque, conseguiam que aviões do governo desperdiçassem suas bombas em cima dos falsos canhões. Ao lado de São Paulo e em favor da liberdade, lutou um gaúcho remanescente de Canudos. É Antonio Paiva Sampaio, conhecido como o herói do Túnel da Mantiqueira, a frente mais importante da Revolução e local onde os paulistas resistiram mais bravamente. Foi um tiro de canhão, disparado nessa frente por um grupo comandado pelo então Major Ary da Rocha Nóbrega, que salvou a Revolução, prolongando-a por mais tempo e dando aos revolucionários mais força na conquista de suas reivindicações. O tiro caiu em cheio num parque de artilharia do governo. No Túnel, onde lutou Paiva Sampaio, de um lado estava o hoje Marechal Dutra, comandando cerca de sete mil homens das tropas legalistas; do outro, os dois mil e quinhentos paulistas que lutaram bravamente sob a verdadeira chuva de granadas e de balas de metralhadoras. Severo Founier, Saldanha da Gama e João Batista Prado, gravemente ferido, quase morrendo, ainda teve forças para dizer: - “São Paulo merece muito mais”. Como toda epopéia, o 9 de Julho também teve seu epilogo: em um dia de novembro de 1932, os seus líderes eram embarcados a bordo do “Pedro I”, navio pertencente à frota do Lóide Brasileiro, com destino à Lisboa, rumo ao exílio.














Imagens que acompanhavam o Editorial da revista Mundo Ilustrado.




Fonte.

Revista Mundo Ilustrado – Edição Comemorativa 26º Aniversário da Revolução de 1932, 16 de julho de 1958. (Arquivo pessoal).

http://www.eb.mil.br/exercito-brasileiro




Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
02/09/2019.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

  Os homens de cor e a causa sagrada do Brasil   Os patriotas pretos estão se arregimentando – Já seguiram vários batalhões – O entusias...