... Um 25 de Janeiro ficou para sempre na História desta parte do Novo Mundo. Foi o de 1554 em que alguns clérigos, deixando o lugarejo de São Vicente, a beira do Atlântico, subiram a Serra do Mar e, chegando aos campos, chamados Piratininga pela nação que neles habitava, aí inauguraram seu primeiro e rústico templo... (A. Schimidt).
A CASA DO SENHOR SÃO PAULO
Narbal Fontes.
Que fim levou a casa do Senhor São Paulo
que era de pau a pique
e de sapé,
recoberta de palmas de pindá
e construída com a ajuda do cacique
Tibiriçá?!
Tinha catorze passos de comprido
e dez de largo.
Era, pois, bem modesta e, sem embargo
do espaço reduzido,
era, a um tempo, colégio, refeitório,
cozinha, enfermaria, dormitório,
além de oficina... E, ao lado dela,
uma pobre capela.
Aos fundos, um pomar recém plantado,
um poço de boa água, romãzeiras,
hortaliças viçosas
e, no cercado,
roseiras trepadeiras
se desmanchando em rosas...
Na casa do Senhor São Paulo
era uma trabalheira
noite e dia.
O primeiro professor,
o Irmão José de Anchieta,
que além de grande língua era poeta,
ensinava aos piás
canções em nhengatú, de sua lavra,
louvando ao Senhor...
O Irmão carpinteiro
batia sola o dia inteiro;
o Irmão imaginário
lavrava imagens e contas de rosário;
o primeiro arquiteto,
- o padre Afonso Braz,
traçava com o petipé
graciosos projetos
de construções, para todos os fins,
que iam sendo erguidas no povoado.
E durante a noite, ainda, o Irmão José,
tão, desencadernado das costas,
quando não estava orando, de mãos postas,
estava à mesa debruçado,
escrevendo as cartinhas do abecê
para os curumins...
A casa do Senhor São Paulo
não desapareceu...
graças ao divino fermento,
transformou em monumento
cresceu, cresceu, cresceu...
Cresceu para trás e para frente,
para cima e para os lados,
alastrou-se em telhados,
multiplicou-se em paredes e andares,
dividiu-se em aposentos aos milhares,
fenestrou-se em milhões de portas e janelas,
rompeu em avenidas, por ladeiras e vielas,
várzeas e pontes, colinas e montes,
e ei-la feita São Paulo,
- São Paulo simplesmente
ao qual, em gesto fecundo,
o destino concedeu o privilégio
de ser a cidade única do mundo
que nasceu de um colégio!...
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Flagrantes, em fotografias, do desfile realizado em 1954, durante as comemorações do IV Centenário de São Paulo.
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Banda Militar em desfile representando o famoso Batalhão de Guardas, 1954. |
Comemorações em frente à Faculdade de Direito em S. Paulo, 1954. |
Banda da Guarda Civil |
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O Portal “Trincheiras Paulistas de 32 de Jaguariúna” parabeniza a cidade de São Paulo na passagem do seu 464º aniversário.
Fonte, arquivo pessoal.
Revista “13 Listas”, abril de 1953, Ano I, Nº1.
Revista “A Noite Ilustrada”, 20 de julho de 1954, Ano XXV, Nº1325.
Jornal “A Gazeta”, Edição Comemorativa do 4º Centenário de São Paulo, 25 de janeiro de 1954.
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
24/01/2018.
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