sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

HOMENAGEM À DRA. ZULEIkA SUCUPIRA KENWORTHY





Dra. Zuleika Sucupira Kenworth. (foto Estadão)





 Zuleika Sucupira Kenworthy enfrentou preconceitos, quebrou tabus e abriu caminho para tantas outras mulheres, deixando um legado de excelência prestada ao Ministério Público de São Paulo, exemplo de mulher forte e destemida foi voluntária na Revolução Constitucionalista de 1932.
“Emsua juventude, morando com a família no bairro Aclimação, em São Paulo, Zuleika se apresentou como voluntária para combater as tropas de Getúlio Vargas, na Revolução de 32, como contou ao Estado, no início de julho deste ano:
“Eu queria ir para a frente de combate como enfermeira, mas era preciso ter 21 anos. Então fui destacada para montar as caixas de primeiros socorros para os combatentes, com outras mulheres.”. “Me lembro de que eu era uma mocinha com menos de 20 anos, e várias outras como eu trabalharam na Cruz Vermelha, preparando pacotes para o socorro dos soldados. Eles já iam para a luta dizendo que estavam prontos para morrer pela revolução”.
“Ela recordou os ataques das tropas federais à capital e a forte resistência dos paulistas. Contou ainda como Getúlio usava as rádios oficiais para fazer propaganda contra a população de São Paulo, especialmente os imigrantes italianos. “Ele dizia que os imigrantes queriam entregar São Paulo para o Mussolini (Benito Mussolini, primeiro-ministro italiano) e o fascismo”.      

“Quando as tropas federais do Norte e Nordeste vieram pelo Rio de Janeiro e entraram em São Paulo, elas não atacaram a Sé, foram direto para o Brás e deram muitos tiros nas paredes das fábricas, nas casas, porque eles estavam com muita raiva dos italianos”, revelou, na ocasião. A ex-combatente revelou que, anos depois, a revolução ainda era o principal assunto entre os paulistanos. “Quando fui estudar Direito no Largo de São Francisco, encontrei muitos revolucionários. Éramos só três mulheres no curso e a gente se perguntava por que São Paulo fez a revolução. Acho que a luta não era contra o Getúlio, mas contra a ditadura. São Paulo não queria ser capacho de um ditador.”

Em um discurso, durante as comemorações de 9 de Julho em Sorocaba, SP, Dra. Zuleika recomendou que os atuais militares lembrem sempre dos constitucionalistas. “Que os de hoje em dia sigam o exemplo daqueles que deram a vida pela nossa união. Eu lembro de tudo aquilo como se fosse hoje. O que se aprendeu com a revolta serve como direção para todos os nossos dias de existência”. (09/07/2011)



A Sociedade Veteranos de 32- MMDC homenageou a Dra. Zuleika com a Medalha MMDC em 19/05/2017.





Dra. Zuleika participando de Solenidade ao 9 de Julho em Sorocaba, SP.




Dra. Zuleika foi a primeira mulher brasileira a ingressar por concurso no Ministério Público, numa época em que a profissão era exclusividade masculina e a primeira promotora de Justiça do Estado, no Brasil e da América Latina,
Em 1963, representou o Brasil no encontro sul-americano sobre criminologia e prevenção da delinquência promovido pela Organização das Nações Unidades (ONU). Dois anos depois, participou como convidada de um congresso da ONU sobre o tema em Estocolmo, na Suécia.
Dra. Zuleika Sucupira Kenworthy nasceu em Jundiaí, SP e desde que se aposentou vivia em Sorocaba, onde recebeu o título de Cidadã Sorocabana. Era neta de John Kenworthy, empresário inglês que, ao final do século 19, deixou a região de Manchester, na Inglaterra, para montar indústrias têxteis no Brasil. Em Sorocaba, ele construiu a fábrica de tecidos Santo Antônio, que se tornou a base da Companhia Nacional de Estamparia (Cianê), o maior conglomerado têxtil do País no fim do século passado.

Dra. Zuleika Sucupira Kenworthy faleceu, na noite de quarta-feira, 13 de dezembro de 2017, aos 105 anos de idade, em Sorocaba. De acordo com a sobrinha Elza Mônica, que estava com ela em seu último momento, Zuleika teve uma morte serena, em sua casa, como era seu desejo. “Foi um exemplo a vida toda, até na morte”.


Dra. Zuleika encorajou muitas mulheres a seguir carreira em promotoria.



O 10º Núcleo de Correspondência ‘Trincheiras Paulistas de 32 de Jaguariúna” faz esta singela homenagem à Dra. Zuleika e se solidariza aos familiares e amigos.



Fonte.

 http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,aos-105-anos-morre-ex-combatente-de-1932-e-primeira-promotora-do-brasil,70002120035



http://diariodesorocaba.com.br/noticia/219357

 http://jornalipanema.com.br/primeira-promotora-a-ingressar-no-ministerio-publico-morre-aos-105-anos/ 




Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
22/12/2017.


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