Revolução de 32 em Pedreira.
Ângelo Ribeiro.
“Pedreira foi o último baluarte da resistência Paulista à Ditadura Vargas.
Existem ainda em vários pontos de nossa cidade, trincheiras e restos de materiais como cartuchos, munições intactas, estilhaços, fivelas de cintos militares e inúmeros outros itens.
Registrou-se assim a frase de um vereador de nossa cidade "Pedreira, marco final da Epopéia Paulista de 1932" (Atas da Câmara Municipal L. VI, fls. 133-3Ag.1966).
Existem em nosso Museu municipal, bombas, armas, trajes, capacetes etc.
Na madrugada de 19 de Setembro de 1932 seguiu de Amparo, para Pedreira o 14 C. Gaúcho, destacando um esquadrão para Entre Montes. Às 13:00 h do dia 20, dois oficiais constitucionalistas se apresentam ao PC do Batalhão Cearense em Ingatuba, pedindo suspensão das hostilidades, propostas pelo Gal. Klinger, Comandante Chefe da Revolução, ao Governo ditatorial. Assinou a mensagem o famoso Cap. Romão Gomes. O Cel. Eurico Dutra (futuro Presidente) respondeu que prosseguiria nos combates, por ordem do General Jorge Pinheiro. No dia seguinte Gois Monteiro transmite ao Cap. Lott a ordem de reabrir as hostilidades.
O Batalhão Paraibano alcança Entre Montes...O BC ocupou Pedreira e o 14 chegou à Usina Elétrica Macaco Branco...Pedreira fora bombardeada pelos "Vermelhinhos" (monomotores) ditatoriais, pondo em pânico a população que evacuou a cidade em 14 de Setembro de 1932.Uma das bombas caiu na casa dos "Pires de Ávila, em plena sala, momentos depois de a família sair, estraçalhando todos os móveis...A própria tropa entrara em pânico, abandonando Pedreira também, não por covardia, mas pela absoluta superioridade numérica dos Ditatoriais, tanto em homens, quanto em armas e munições, o que tornava absurda e impossível a resistência. Os oficiais Constitucionalistas analisaram a extensão e a gravidade do colapso sofrido, verificando que Pedreira, jaz apenas a 12 Km de Souzas, arraial de Campinas. Obstruíram então todas as pontes e caminhos entre Pedreira e Souzas, inutilmente. As forças Ditatoriais bombardearam e tomaram Campinas, Jundiaí e São Paulo sucessiva e rapidamente. Pedreira foi portanto, realmente a última esperança e baluarte da Revolução Constitucionalista de 1932.”
A cidade de Pedreira faz divisa com Jaguariúna. Na localidade chamada por Morro do Cristo encontra-se um marco, com o nome de seus principais combatentes, ao lado de uma depressão que, possivelmente, foi uma trincheira ou ninho de metralhadora.
Assim como Jaguariúna, Pedreira também estava inserida na chamada Zona Mogiana no Setor Leste.
Agradeço ao Sr. Paschoal Loner pela gentileza.
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
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