quarta-feira, 31 de maio de 2017

La Marseillaise.


A estampa com o Hino da França, “La Marseillaise” e desenho de Jules Martin, pertenceu ao meu avô, Cel. Joaquim Norberto de Toledo, imagino que tenha recebido durante alguma comemoração em São Paulo, consta uma anotação a lápis com a data de 14 de julho de 1882.



Detalhe da estampa com a data 21/05/1882. (arquivo pessoal).



Tradução da mensagem inserida na estampa: "Oferecido por Jules Martin a seus compatriotas por ocasião de sua partida para a França.  São Paulo, 22 de maio de 1882."




A estampa completa. (arquivo pessoal)




 Curiosamente a canção símbolo da Revolução Francesa foi entoada pelos republicanos brasileiros após a queda da Monarquia, executada em cerimônias oficiais da jovem república até o começo do ano seguinte e teve até uma letra em português composta.



La Marseillaise.


La Marseillaise (A Marselhesa, em português) é o hino nacional da França, seu título era originalmente Canto de Guerra Foi composto pelo oficial Claude Joseph Rouget de Lisle, oficial do exército francês, capitão da engenharia e músico autodidata, enquanto estacionados em Estrasburgo na noite de 25 para 26 de abril de 1792, como canção revolucionária. Foi composta a pedido do prefeito de Estrasburgo, Philippe-Frédéric de Dietrich, depois da declaração de guerra ao imperador da Áustria, em 25 de abril de 1792. O canto deveria ser um estímulo para encorajar os soldados no combate de fronteira, na região do rio Reno. A canção adquiriu grande popularidade e sucesso imediato durante a Revolução Francesa, especialmente entre as unidades do exército de Marselha, ficando conhecida como A Marselhesa.
No dia 4 de agosto o jornal La Chronique de Paris evocou o canto dos marselheses, e seis dias depois ele seria entoado durante a famosa tomada do Palácio das Tulherias.

Em 20 de setembro de 1792, o exército revolucionário, comandado pelo general Dumouriez, venceu a Batalha de Valmy, travada contra a nobreza francesa e seus aliados austríacos e prussianos, que tentavam derrubar o regime instaurado em 1789. Na ocasião, Servan de Gerbey, ministro da Guerra da França, escreveu a Dumouriez: "O hino conhecido pelo nome de La Marseillaise é o Te Deum da República".
Em 1795, foi instituída pela Convenção como Hino Nacional da França.



Jules Martin


Jules-Victor-André Martin (Montiers, França, 1832 - São Paulo, SP, 1906). Pintor, professor, arquiteto, litógrafo e empresário. Em 1844, ingressa na Escola de Belas Artes de Marselha. Em 1852, vai a Paris, e trabalha por três anos no ateliê de George Schlater1. Chega a São Paulo em 1868, a convite do seu irmão, Pierre, sócio do livreiro André Luis Garraux.
Em 1877, produzIU o primeiro Mapa da Província de São Paulo.
Foi o idealizador de vários projetos desenvolvidos em São Paulo entre os de maior destaque está o Viaduto do Chá.





Ilustração da inauguração do primeiro viaduto em 1892.







La Marseillaise

Allons enfants de la Patrie,
Avante, filhos da Pátria,
Le jour de gloire est arrivé!
O dia da Glória chegou!
Contre nous de la tyrannie,
Contra nós a tirania,
L'étendard sanglant est levé, (bis)
O estandarte ensanguentado se ergueu. (bis)
Entendez-vous dans les campagnes
Ouvis nos campos
Mugir ces féroces soldats?
Rugir esses ferozes soldados?
Ils viennent jusque dans vos bras
Vêm eles até os vossos braços
Égorger vos fils, vos compagnes!
Degolar vossos filhos, vossas mulheres!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchez, marchez!
Marchai, marchai!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Que veut cette horde d'esclaves,
O que quer essa horda de escravos,
De traîtres, de rois conjurés?
De traidores, de reis conjurados?
Pour qui ces ignobles entraves,
Para quem (são) esses ignóbeis entraves,
Ces fers dès longtemps préparés? (bis)
Esses grilhões há muito tempo preparados? (bis)
Français, pour nous, ah! quel outrage
Franceses, para nós, ah! que ultraje
Quels transports il doit exciter!
Que comoção deve suscitar!
C'est nous qu'on ose méditer
É a nós que ousam considerar
De rendre à l'antique esclavage!
Fazer retornar à antiga escravidão!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchez, marchez!
Marchai, marchai!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Quoi! des cohortes étrangères
O quê! Tais multidões estrangeiras
Feraient la loi dans nos foyers!
Fariam a lei em nossos lares!
Quoi! ces phalanges mercenaires
O quê! Essas falanges mercenárias
Terrasseraient nos fiers guerriers! (bis)
Arrasariam os nossos nobres guerreiros! (bis)
Grand Dieu! par des mains enchaînées
Grande Deus! Por mãos acorrentadas
Nos fronts sous le joug se ploieraient
Nossas frontes sob o jugo se curvariam
De vils despotes deviendraient
E déspotas vis tornar-se-iam
Les maîtres de nos destinées!
Os mestres dos nossos destinos!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchez, marchez!
Marchai, marchai!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Tremblez, tyrans et vous perfides
Tremei, tiranos! e vós pérfidos,
L'opprobre de tous les partis,
O opróbrio de todos os partidos,
Tremblez! vos projets parricides
Tremei! vossos projetos parricidas
Vont enfin recevoir leurs prix ! (bis)
Vão finalmente receber seu preço! (bis)
Tout est soldat pour vous combattre,
Somos todos soldados para vos combater.
S'ils tombent, nos jeunes héros,
Se tombarem os nossos jovens heróis,
La terre en produit de nouveaux,
A terra novos produzirá,
Contre vous tout prêts à se battre !
Contra vós, todos prestes a lutarem!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchez, marchez!
Marchai, marchai!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Français, en guerriers magnanimes,
Franceses, guerreiros magnânicos,
Portez ou retenez vos coups!
Levai ou retende os vossos tiros!
Épargnez ces tristes victimes,
Poupai essas tristes vítimas,
À regret s'armant contre nous. (bis)
A contragosto armando-se contra nós. (bis)
Mais ces despotes sanguinaires,
Mas esses déspotas sanguinários,
Mais ces complices de Bouillé,
Mas esses cúmplices de Bouillé,
Tous ces tigres qui, sans pitié,
Todos os tigres que, sem piedade,
Déchirent le sein de leur mère !
Rasgam o seio de suas mães!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchez, marchez!
Marchai, marchai!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Amour sacré de la Patrie,
Amor Sagrado pela Pátria
Conduis, soutiens nos bras vengeurs
Conduz, sustém nossos braços vingativos.
Liberté, Liberté chérie,
Liberdade, liberdade querida,
Combats avec tes défenseurs ! (bis)
Combate com os teus defensores! (bis)
Sous nos drapeaux que la victoire
Debaixo as nossas bandeiras, que a vitória
Accoure à tes mâles accents,
Chegue logo às tuas vozes viris!
Que tes ennemis expirants
Que teus inimigos agonizantes
Voient ton triomphe et notre gloire !
Vejam teu triunfo e nossa glória.

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchez, marchez!
Marchai, marchai!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

(Couplet des enfants)
(Verso das crianças)
Nous entrerons dans la carrière,
Entraremos na carreira (militar),
Quand nos aînés n'y seront plus,
Quando nossos anciãos não mais lá estiverem.
Nous y trouverons leur poussière
Lá encontraremos suas cinzas
Et la trace de leurs vertus (bis)
E o resquício das suas virtudes (bis)
Bien moins jaloux de leur survivre
Bem menos desejosos de lhes sobreviver
Que de partager leur cercueil,
Que de partilhar seus caixões,
Nous aurons le sublime orgueil
Teremos o sublime orgulho
De les venger ou de les suivre.
De vingá-los ou de segui-los.

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!

Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchez, marchez!
Marchai, marchai!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Banhe o nosso solo!



Fonte.




Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo

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