terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ELES CUMPRIRAM A SAGRADA PROMESSA.



Os Clarins tocam “Silêncio!”


“São Paulo curva-se, reverente e comovido, ante os despojos dos combatentes de 32 que vão descansar, para sempre, no Monumento do Ibirapuera. São mais onze a receberem, após vinte e seis anos decorridos da grandiosa jornada, a recompensa do repouso definitivo, as bênçãos e as homenagens do seu povo. Sucedem-se agora, por ocasião da passagem da efeméride imortal, as romarias, no interior e na Pauliceia, conduzindo ao Mausoléu os ossos que são relíquias para o Santuário do Nove de Julho. Bem justa é esta consagração, perpetuando-se no culto de nossos sentimentos e do nosso amor ao chão onde nascemos. Nos pórticos do cenotáfio, o artista gravou a figuração simbólica do mártir da Luta dos Noventa Dias. Na imponência sacral da inspiração esculpida em bronze, não se dilui a grandeza da simplicidade do morto. Grandeza a ultrapassar tudo quanto possa idealizar a imaginação humana. Por isso, esse tudo quanto é pouco, é ínfimo, diante do imenso sacrifício dos que lutaram por aquilo que é a razão de ser das criaturas: a liberdade. Hoje, as relíquias de onze combatentes estão no velório do civismo bandeirante. E ao alvorecer do Nove de Julho, amanhã, seguirão à morada última, ao som dos clarins, como na tarde inesquecível. Há vinte e seis anos, eles partiram, confiantes na fé indestrutível do seu ideal, rumo à frente da batalha. Os clarins tocavam o hino marcial da esplendida arrancada. Vinte e seis anos depois, os clarins tocam “Silencio!”, que é a prece marcial dos que triunfaram na eternidade da gratidão de sua terra e de sua gente!”



 
Capa - "A Gazeta" - 8/07/1958.


Em 8 de julho de 1958, na primeira página do Jornal “A Gazeta”, foi publicada esta bela homenagem aos combatentes que morreram na Revolução de 1932 e os despojos, de onze deles, seriam levados ao Mausoléu no dia seguinte, 9 de julho de 1958.




Fonte.
Jornal” A Gazeta” de 8 de julho de 1958, ano LIII, nº 15.927, Diretor Américo Bologna. Arquivo pessoal.



 Editado e publicado por Maria Helena de Toledo S. Melo.


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