sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

MENSAGEM DE ANO NOVO.







NOVE DE JULHO DE 1932.

Laurindo de Brito.


Crente ou ateu, rico ou pobre, fraco ou forte,
poderoso ou humilde, operário ou artista,
Tu encarnas, ó Paulista,
a imagem do Brasil!

Vinde,
ó irmãos do sul, do centro e do norte,
desfraldar , conosco,
a Bandeira Sagrada da Constituição,
numa arrancada homérica, divina,
transfigurando a própria morte.

Os homens do mar, do campo e da cidade,
abrasando-se em sonhos, transmudando-se
em hinos,
contorcendo-se em dores, alucinando-se em fúrias;
abismando-se,
nos matagais informes, nas florestas espessas,
vadeando os rios de fogo e as montanhas fragosas,
plantam,
(em cada luta acesa em chamas de holocausto,
em cada trincheira ensopada de sangue,
em cada chão apunhalante de “entreveros”,)
o estandarte olímpico do civismo,
da renúncia, do amor e da coragem,
na terra de ninguém da  anarquia e da  opressão.

Cantando o mesmo cântico de guerra
em prol da paisagem multissecular,
da liberdade, do direito e da Justiça,
cingem
a coroa de espinhos do martírio,
escrevendo com as próprias vidas,
o poema imortal da nossa história.

Comungando a hóstia multiforme
da redenção de nossa terra,
sublimando
o criador, a criatura e a criação,
os soldados paulistas, paulistanos e brasileiros,
(evangelho do heroísmo, de honra e de caráter,
ensimesmando,
as gerações de ontem, de hoje e de amanhã)
ouvindo ao longe o eco das vozes imortais,
de um Anchieta, de um Nobrega, de um Tibiriçá,
de um Caiubi, de um João Ramalho, de uma Bartira
combatem como os apóstolos e morrem como os santos
perpetuando,
o som, a cor, a forma, o espaço e o tempo,
nos bronzes e nos mármores eternos,
de uma raça de leões, de um povo de gigantes!



O poema acima foi criado durante a Revolução em julho de 1932. Foi publicado no Jornal “A Gazeta” de 9 de julho de 1954. (arquivo pessoal).





  
Desejo a todos um Feliz Ano Novo!!!
Maria Helena.




“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." (Chico Xavier)


Editado e Publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

LISTA - “BATALHÃO PIRACICABANO”.






 Este recorte de jornal foi guardado por meu pai (ele destacou somente a parte que tinha seu nome), é parte de uma lista índice com os nomes de todos integrantes do “Batalhão Piracicabano” em 1932 e foi publicado no “Diário de Piracicaba” em 07 de setembro de 1949.
Alguns dados estão danificados e a leitura ficou comprometida.
A seguir a transcrição das informações publicadas:


“Diário de Piracicaba” em 07 de setembro de 1949”.

“O Artigo 30 e o “Batalhão Piracicabano.

Eng. Agr. Augusto Frota de Souza.


(Continuação e conclusão do índice)



865) TOLEDO, Luiz Pinto: Nº 121 – L.2 – p. 4; excluído (Prot. 7068).

866) TOLEDO, Paulo de Campos: Nº 412 – L. 1 – p. 24; - L.2 – p. 14; Padioleiro; L. “Bat. Pirac.” – p. 60; Nom: Paulo de Campos Toledo (Prot. 7068 e 7777).

867) TOLEDO FILHO, Luiz Alves C. de: Nº 367 – L. 1 – p. 6v; L.2 – p. 13; excluído p. doença. (Prot. 7068).

868) TOLEDO JUNIOR, Joaquim Norberto: Nº 45 – L.1 – p. 1v; L.2 – p.2 e 30; 1º Pel. – 2ª Comp. – Ficha 1079; L. “Bat. Pirac.” – p.73; Nom. Joaquim Norberto de Toledo Jr. e Quincas (Prot.7068 e 7777).

869) TORRES, Luiz: Nº 278 – L. 2 – p. 10 e 33; 3º Pel. – 2ª Comp. Ficha1190 (Prot. 7068).

870) TOSELLO, André: nº 58 – L. 1 – p. 1v; L.2 – p. 2 e 28; 2º Pel. – 1ª Comp. – Ficha 939; L. “Bat. Pirac. – p. 6, 34, 37, 38, 40, 52, 55, 58, 59, 60, 61, 64, 82, 86; Nom: André Tosello e Tosello (Prot. 7068 e 7777).

871) TUNCI, Ernani: Nº 267 – L.2 – C. P. R. V. – p. 61; Enfermaria – 9/8/32 (Prot. 7068)

872) VACCARO, Anacleto Eberaldo: Nº444 – L.2 – p. 15; Nº 100 – L. 2 – C. P. R. V. – p. 55 (Prot. 7068).

873) VACCARO, Osvaldo: Nº 441 – L. 2 – p. 15 (Prot. 7068).

874) VALE, Venerando Ribeiro do: Nº 81 – L. 1 – p. 2; L. 2 – p. 3 (Prot. 7068).

875) VALLE, Wladmir Freitas: Nº 487 – L. 2 – p. 17 e 28; 3º Pel. – 1ª Comp. – Ficha 1039 (Prot. 7068).

876) VALENÇA, Pedro: Nº 216 – L. 2 – C. P. R. V. – p. 59 (Prot. 7068).

877) VALENTE, Alfredo: Nº 470 – L. 2 – p.16 e 33; Cabo – 3º Pel. – 2ª Comp. – Ficha 1187; L. “Bat. Pirac.” – p. 34, 36; Nom: Alfredo Valente (Prot. 7068 e 7777).

878) VALLIM, Domingos: Nº 9 – L. 2 – C. P. R. V. – p. 52 (Prot. 7068).

879) VALLIM, Luciano Manoel Aguiar: Nº 157 – L. 1 – p. 3 e 12; L. 2 – p. 6 e 30 Comte. – 1º Pel. – 2ª Comp. – Ficha...( Prot...7068)

880) VARELLA, Capitão Fagundes: L. “Bat. Pirac.” – p. 14,15; Nom. Cap. Fagundes Varella (Prot.7777).

881) VASCONCELLOS, Waldemar Antunes de: Nº 181 – L. 2 – C. P. R. V. – p. 58 (Prot. 708).

882) VEIGA, Olenio de Arruda: Nº 332 – L. 1 – p. 6 e 25v; L. 2 – p. 11; Nº5 – L. 2 – C. P. R. V. – p. 62(?) (prot. 7068).

883) VELHO, Walter: Nº 53 ou 63(?) – L. 1 – p. 2; L.2 – p....e 25; 1º Pel. – 1ª Comp. – Ficha 1003; L. “Bat. Pirac.” – p. 86, Nom: Walter Velho (Prot. 7068 e 7777)

884 VELHO NETO, Ambrósio: nº 253 – L. 1 – p. ...; L.2 – p. 9 e 33 – 3º Pel. – 2ª Comp. – Ficha 1156; L. “Bat. Pirac.” – p.54(?); 37, 41, 52. 58, 64, 81; Nome: Ambrósio Velho Neto (Prot. 7068 e 7777).

885) VENDITI, Pedro: Nº 508 – L. 2 – p. 17 (Prot.... 7068).

886) VIANNA, Cristiano C.: Nº 101 – L. 1 – p. 2v; L. 2(?) – p. 4; 2º Pel. - - 1ª Comp. – Ficha 951 (Prot. 7068).

887) VIANNA, Ulisses: Nº 122 – L. 2 – C. P. R. V. – p. 56; 3º Sarg. (Prot. 7068).

888) VIDA, Hermes Paz: Nº... – L. 2 – p. 26; L. 4 – 3; 1º Pel. – 1ª Comp. – Ficha 977 (Prot. 7068).

889) VIDAL JUNIOR, Ramon Rodrigues: Nº 232 – L. 1 – p. 4v; L. 2 – p.8 (Prot. 7068).

890) VIEGAS, Álvaro: Nº 269- L.2 – C. P. R. V. – p.61 (Prot. 7068)

891) VIEGAS, Dargo Pinto: Nº 251- L. 1 – p. 4v (Prot. 7068).

892) VIEIRA, Francisco: L. “Bat. Pirac.” – p. 9; Nom: Francisco Vieira, Chico Vieira. (Prot. 7777)

893) VIEIRA, José: Nº 403 – L. 1 – p. 7; L. 2 – p. 14 (Prot. 7068)

894) VIEIRA, Marciano: Nº 248 – L. 1 – p. 4v (Prot. 7068)

895) VIEIRA, Ovídio Marçal: Nº 228 – L. 2 – p. 8 e 28; 3º Pel. – 1ª Comp. – Ficha 1052. (Prot.7068).

896) VIEIRA FILHO, Francisco: Nº 53 – L. 1 – p. 1v; L. 2 – p. 2 (excl. p. doença); L. “Bat. Pirac.” – p. 9, 25; Nom: Francisco Vieira Filho e Titico (Prot. 7068 e 7777).

897) VILLAR, Jeronimo da Costa: Nº 197 – L. 2 – C. P. R. V.
 – p. 58 (Prot. ...7068).

898) VIOLA, Nhô João da: L. “Bat. Pirac.” – p. 85 (Prot. 7777).

899) VIOLA, José: Nº 70 – L.2 – C. P. R. V. – p. 54 (Prot. 7068)

900) VIZIOLI, José Batista: Nº 187 – L. 1 – p. 3v (Prot.7068).

901) VOLLET, Armando Mendes: Nº 249 – L. 1 – p. 4v; L. 2 – p. 9 e 31; Cab0 – 2º Pel. – 2ª Comp. – Ficha ...1091(?) (Prot. 7068).

902) VOLLET, Raul Mendes: Nº 292 – L. 1 – p. 5v; L. “Bat. Pirac.” – p 86; Nom: Raul Vollet (prot. 7068 e 7777).

903) WHITAKER, Mucio Teixeira: Nº 241 – L. 1 p.4v; L. 2 – p. 8 (Prot. 7068).

904) ZABEU, José: Nº 451 – L. 2 – p. 16; Cabo (Prot. 7068).

905) ZAGATO, Vitorio: Nº 254(?) – L. 1 – p. 4v; L. 2 – p. 9 e 31; 2º Pel. – 2ª Comp. – Ficha 1135 (Prot. 7068).

906) ZAGUE, Waldomiro: Nº 314 – L. 1 – p. 5v; L. 2 – p. 11; excl.(?) (Prot. 7068).

907) ZAMITH, Fernão Paes Leme: Nº 60 – L. 1 p. 1v; L. 2 – p. 2 e 29; 3º Pel. – 1ª Comp. – Ficha 1048(?) L. “Bat. Pirac.” – p. 46, 73; Nom: Fernão Paes Leme Zamith (Prot. 7068 e 7777).

908) ZANIN, Antonio: Nº 278 – L. 1 – p. 5; L. 2 – p. 4 e 31; 1º Pel. – 2ª Comp. – ficha 1102 (Prot. 7068).

909) ZANIN, João: Nº 494 – L. 2 – p. 17; N.59 – L 2 – C. P. R. V – p. 54 (Prot. 7068).



                                        ****************




“Com a publicação de hoje fica completado o índice dos Nomes, abrangendo todas as pessoas constantes dos “Arquivos do Batalhão Piracicabano” do livro “Batalhão Piracicabano”.
Fazemos sinceros votos para que ele sirva ao nosso povo e a todos aqueles que, por uma forma heróica ou não, lutaram ao seu lado ou trabalharam, ativa e desinteressadamente, pela Causa Constitucionalista.
Se este objetivo foi atingido dar-nos-emos por suficientemente pagos. [...] sentir-nos-emos felizes por termos, com uma parcela de boa vontade, auxiliado o povo de nossa terra natal – a nossa terna e inesquecível Piracicaba”.


"(Impressos – Tip. Aloisi)
Redação - Praça José Bonifácio, 932 – Diretor – Otaviano Assis.
Exemplar nº 3.642, 07 de setembro de 1949."



Pelotão de Funcionário Públicos de Piracicaba (www.aprovincia.com.br).


       Com esta publicação espero poder ajudar algumas pessoas que procuram informações de parentes que participaram da Revolução Constitucionalista de 1932.



                                                                                  
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Mensagem de Natal 2016.



O Núcleo de Correspondência “Trincheiras Paulistas de 32 de Jaguariúna” deseja aos amigos, visitantes, curtidores e seguidores do blog e seus familiares um Feliz Natal!!!!




Embornal do Soldado Voluntário
 Joaquim Norberto de Toledo Junior, meu pai






No embornal de um Soldado Constitucionalista.

J. David Jorge (Aimoré) – Arquivo do Estado


Uma toalha de rosto:
“Parti pro campo de luta
Com as funções de toalha,
Mas, talvez, não voltarei...
Na trincheira, servirei
Ao soldado de mortalha!”

Uma caixa de fósforo:
“Covarde que sou! Sempre metida neste bornal!
Eu queria ser como a minha homônima
caixa de guerra, rufando heróica em
plena batalha!”

Um cravo emurchecido:
“Fui linda flor, fui cravo rubro
Como o sangue paulista!
Hoje sou apenas em ex...cravo. Mas o
soldado que me guarda, com tanto carinho,
aqui também, parece-me, que
excravo ficou pra guerra...!”

Um botão de osso:
“Que valho eu? Mísero botão de osso...
Ainda se eu fosse um botão de rosa,
Daquela rosa grande, linda, branca,
Muito branca de neve – a Frau Karl Druske...

Um pacotinho de algodão:
“Eu quisera ser um colchão, para descansar,
à noite, bravo soldado, das fatigantes lides
da guerra!”

Um vidrinho de iodo:
“Parte-me, guerreiro! Esgota todo o liquido
que o meu bojo encerra! São Paulo não
precisa de iodo precisa de sangue nas
veias para derrama-lo briosamente no
Campo de honra!”

Uma agulha de coser:
“Se eu fosse agulha de fuzil, eu
costuraria a bala o inimigo canalha!”

A pasta dentifrícia e a respectiva escovinha:
“Nada diremos, porque ainda não temos história: (a pasta) “sou dentifrícia”; que orgulho tenho deste nome! (a escovinha)... e eu sou a escova...dela...

Um cachimbo:
“O “fumo” está mesmo forte! e o uso
do cachimbo faz a boca torta...

Uma medalhinha de São Paulo:
“Combate, voluntário audaz! Combate com
Destemor, debaixo de minha guarda e proteção!
Abençoadas Colunas de Piratininganas!”

Um anel de ouro:
“Paulista! Quando regressar ao lar
amigo, ao aconchego feliz de tua família
(que Deus o permita) troca-me por uma
aliança de ferro, e manda gravar esta
frase: ”Dei fogo para o bem de São Paulo – 1932.”

Um subscrito de um envelope:
“Eu...M.M.D.C. Sargento...nº 140, grupo de
Comando, 2ª Companhia, Batalhão 14 de Julho – Itararé.”

Dizia um pedaço de fumo em corda:
“Fumo forte, o fumo está forte! Ouvi
ha pouco que diziam os soldados lá fora
Será fumo mais forte do que eu? Duvido,
não é possível! Eu sou afamado, pois
nasci lá no celebrado Poço Fundo!”

Um livrinho:
“Péssima idéia deste militar! Trazer-me
para cá, onde a vida da “gente” anda sempre
em perigo! Ando sempre neste embornal e
me não consulta! Antes me deixasse na
estante de uma biblioteca, ou casa de livros...
Não é pela razão de eu ser livro, que me
livre de levar algum balaço pela lombada...
só me livraria...numa livraria

Uma bala de fuzil:
“Eu sou a vida da carabina e a
morte do inimigo.”

Um toco de vela:
“Eu me pareço um tanto com as
sentinelas: elas ficam no “toco” velando,
e eu sou um toco de vela...”

Um espelhinho:
“Soldado! quando voltares do campo da luta,
mira-te em mim, que te hás de ver mais
garboso do que quando partistes: volves um
herói da Pátria agradecida!”

Um retrato de mulher:
“Voluntário! Não te acovardes no campo de
batalha! O troar do canhão e o crepitar
da metralha, sejam para ti hinos de Glória;
enfrenta o perigo, derrama o teu sangue
se preciso for, porque a Pátria tudo merece!
Não me fujas da luta, se o fizeres, rasga-me,
que te não quero ver mais!”

Um fio de linha de coser:
“Falam tanto da linha de fogo, linha de
frente, etc, só não ouço falar em linha de
fundo de agulha...

Um lápis:
“Não sei para que me quer guerreiro;
não se utiliza de mim...Fico desapontado
por me ver despontado, sem sê-lo!”

Um biscoito:
“Não me dou bem aqui, entre estas balas ogivais
e pontiagudas que tanto me abalam e magoam!
Estaria melhor numa confeitaria, no meio
de outras balas que fossem mais dóceis e docs...

Um velho pente:
“Pente sou apenas.”

Um pente de balas de carabina:
“O meu viver é ser...pente da morte.”

Um cigarro meio desfeito:
“Já fui algo na ordem das coisas...hoje
nada valho, sou pó, sou nada:”Pulvis es, et
in pulverem reverteris...”

As letras de uma carta:
“Meu filho, a tua missão ainda não
está cumprida.”

Um Canivete:
“Ai! eu quisera ser uma baioneta!”

Um pedaço de corda:
“Eu julgava, no princípio, que a fibra
de que sou feita, era a mais rija possível.
Mas só agora percebo, que me enganei
redondamente: o soldado que me conduz
é de fibra muito mais dura do que a
minha: é Paulista! e é por isso que
ele comigo não con...corda.”

Fonte.
Jornal “A Gazeta”, 9 de julho de 1954. Arquivo pessoal.




Nos apetrechos de meu pai também tinha sua Gaita.
Nas trincheiras tinha o apelido de "Quincas Gaiteiro"





Alguns apetrechos de meu pai,
sempre estava com a medalhinha de Nossa Senhora Aparecida











Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.



terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ELES CUMPRIRAM A SAGRADA PROMESSA.



Os Clarins tocam “Silêncio!”


“São Paulo curva-se, reverente e comovido, ante os despojos dos combatentes de 32 que vão descansar, para sempre, no Monumento do Ibirapuera. São mais onze a receberem, após vinte e seis anos decorridos da grandiosa jornada, a recompensa do repouso definitivo, as bênçãos e as homenagens do seu povo. Sucedem-se agora, por ocasião da passagem da efeméride imortal, as romarias, no interior e na Pauliceia, conduzindo ao Mausoléu os ossos que são relíquias para o Santuário do Nove de Julho. Bem justa é esta consagração, perpetuando-se no culto de nossos sentimentos e do nosso amor ao chão onde nascemos. Nos pórticos do cenotáfio, o artista gravou a figuração simbólica do mártir da Luta dos Noventa Dias. Na imponência sacral da inspiração esculpida em bronze, não se dilui a grandeza da simplicidade do morto. Grandeza a ultrapassar tudo quanto possa idealizar a imaginação humana. Por isso, esse tudo quanto é pouco, é ínfimo, diante do imenso sacrifício dos que lutaram por aquilo que é a razão de ser das criaturas: a liberdade. Hoje, as relíquias de onze combatentes estão no velório do civismo bandeirante. E ao alvorecer do Nove de Julho, amanhã, seguirão à morada última, ao som dos clarins, como na tarde inesquecível. Há vinte e seis anos, eles partiram, confiantes na fé indestrutível do seu ideal, rumo à frente da batalha. Os clarins tocavam o hino marcial da esplendida arrancada. Vinte e seis anos depois, os clarins tocam “Silencio!”, que é a prece marcial dos que triunfaram na eternidade da gratidão de sua terra e de sua gente!”



 
Capa - "A Gazeta" - 8/07/1958.


Em 8 de julho de 1958, na primeira página do Jornal “A Gazeta”, foi publicada esta bela homenagem aos combatentes que morreram na Revolução de 1932 e os despojos, de onze deles, seriam levados ao Mausoléu no dia seguinte, 9 de julho de 1958.




Fonte.
Jornal” A Gazeta” de 8 de julho de 1958, ano LIII, nº 15.927, Diretor Américo Bologna. Arquivo pessoal.



 Editado e publicado por Maria Helena de Toledo S. Melo.


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

AS VIOLEIRAS DE 32.



As Violeiras de 32 (1954)




Viola Paulista
Letra e música de Mary Buarque.


“Dentro do meu coração
Eu guardo com todo orgulho
O nome de um Bandeirante,
E a data “Nove de Julho”!

Andorinha campineira
Que anda cortando o espaço,
Veja se me dá notícias
De um “capacete de aço”!

Você pensa que a saudade
 não dói no coração?
Queira bem a um bandeirante,
Diga lá se dói, ou não?

Em 1932, as Violeiras de 32 cantavam assim, incentivando os bravos soldados que partiam para as trincheiras. Em 1954, elas ainda continuavam cantando e acrescentaram mais uma quadrinha à musica:

“Neste “Quarto Centenário”,
A homenagem destas artistas:
cantando, vamos dar um “Viva”!
Dos nossos valentes paulistas!”




Não encontrei nenhuma referência a este grupo, “As Violeiras de 32”, mas pela fotografia percebe-se que eram garotas adolescentes. A música, possivelmente, pertencia ao ritmo sertanejo.
Esta é mais uma homenagem aos “Heróis Constitucionalistas de 32” por meio da música popular brasileira.

As imagem e a música foram publicadas no Jornal “A Gazeta” de 9 de julho de 1954, Edição Comemorativa. (Arquivo pessoal).

Imagem que acompanha o artigo no jornal, 1954.





Capa do jornal " A Gazeta", ilustração de Messias, 1954.






Mary Buarque, a autora da música.

Maria América Marcondes Buarque, mais conhecida como Mary Buarque, era filha de Manoel Ciridião Buarque e Brasília Marcondes Buarque.
Nasceu em São Paulo, SP em 3 de outubro de 1896 e faleceu no dia 18 de novembro de 1970, era solteira. Está sepultada junto ao Cemitério da Consolação, na Capital.
Foi uma das moças mais cultas de São Paulo, conforme pode-se ver em concurso instituído pela revista "A Cigarra", no ano de 1.922.
Além de educadora, Mary também foi escritora, compositora, pianista, violonista e cantora. Foi a primeira mulher a ter um programa de rádio. Junto com o pai, fundou a primeira escola Montessori no Brasil, casa da infância, moldada nos métodos de ensino observados nos Estados Unidos.
Empreendeu muito em favor da formação artística de suas alunas; dentre elas, achavam-se: Ângela Vampré, Helena Fogaça de Almeida, Aninha de Castro Godoy, Iracema Yasdick, Neyde de Souza, Cleo de Mesquita, Vera Caiuby, Ivette Carneiro Nogueira, Inezita Aranha de Lima, Catharina Goulart Pires, Myrtha Lucchesi, Heleninha Marques, Inezita Barroso e Lila Nobre.
Dentre suas composições estão: Hino da Juventude Brasileira, Viola Paulista, Serenata (com Martins Fontes), etc....



Fonte dos dados biográficos.


http://books.google.com.br




Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.





DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

  Os homens de cor e a causa sagrada do Brasil   Os patriotas pretos estão se arregimentando – Já seguiram vários batalhões – O entusias...