Dia da Juventude Constitucionalista.
Cartão-postal em homenagem ao M.M.D.C., com as inscrições em latim:
Dulce et decorum est pro patria mori (“É doce e honrado morrer pela pátria”),
Pro brasilia fiant eximia (“Pelo Brasil faça-se o melhor” ),
Non ducor, duco (“Não sou conduzido, conduzo”) e
In Hoc Signo Vinces ("Com este sinal vencerás")
M.M.D.C.
“23 de Maio de 1932! A cidade estava eletrizada. Sentia-se, na estranha magnificência daquela tarde de sol, que uma força nova palpitava, animando todos os corações para algo inédito cometimento. Os olhares de todos se cruzavam em intimas interrogações. Nas sacadas rostos ansiosos perscrutavam, de instante a instante, o burburinho das ruas. Os homens se procuravam. Uma vontade mutua de servir os aproximava. Trocavam-se impressões.
Dezessete horas... Dezessete e meia... Dezoito horas... Talvez um pouco mais, talvez... Uma voz límpida e forte entoou as primeiras notas do Hino Brasileiro. Foi o rastilho. Outras se fizeram ouvir. Milhares de vozes acompanharam o cantor anônimo. O povo falava enfim. A multidão, irresistivelmente, caminhou para a praça, que tem sido o coração cívico de São Paulo – a Praça do Patriarca, em cujo lampadário parece brilhar o espirito e a coragem de José Bonifácio.
Na exaltação do instante magnifico, em que se rompia o amálgama triturante da nossa liberdade, os manifestantes não mediram o seu entusiasmo e atiraram-se, com simplicidade dos heróis, à represália contra os fracos paulistas que haviam cedido à tentação de aquecer-se ao calor do poder.
Verificou-se o ataque. Tentava-se extinguir, até pela violência, a sede do partido politico que apoiava o interventor federal de então. Seus adeptos reagiram. Tiros partiram de todos os lados. E quatro vidas moças, algumas recém-abertas para o mundo, tombaram no gramado e no lagedo da Praça da Republica, sacrificadas à vontade paulista de retomar a direção de seus negócios. Mais tarde, outra vida, ferida naquele anoitecer agitado de 23 de maio, veio somar-se às quatro primeiras.
Assim morreram Mario Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Drausio Marcondes de Souza, Antonio Americo de Camargo Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga.
Das iniciais dos quatro primeiros formou-se o símbolo: “M.M.D.C.”, que na guerra de 32 foi a alma forte que levou, intemeratamente, desde o primeiro instante, toda a mocidade paulista para os campos de batalha.
A história do heroísmo desses bravos e a significação de sua morte, não é preciso escrever: o coração paulista, cioso de suas glórias, transmitirá, de geração em geração, como um culto, o ideal de seu valor.
“M.M.D.C.” será, para todo sempre, o retrato do brio e da dignidade paulista!”
Texto transcrito do Livro Cruzes Paulistas.
Única foto em que os heróis estão identificados.
Os restos mortais dos manifestantes estão sepultados no mausoléu do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo.
Cartaz, da época, convocando voluntários para guerra.
A lei 2.430, de 20 de junho de 2011, inscreveu os nomes de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, o MMDC, heróis paulistas da Revolução Constitucionalista de 1932, no Livro dos Heróis da Pátria.
Fontes de consulta.
http://pt.wikipedia.org/wiki/MMDC, acesso em 21de maio de 2013.
Fotos.
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