sexta-feira, 12 de setembro de 2025

71º ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE JAGUARIÚNA.

 12 DE SETEMBRO DE 2025 JAGUARIÚNA COMPLETA O 71º ANO DE EMANCIPAÇÃO POLITICA.

 

Em 1894 era apenas um lugarejo com fazendas, sítios e a estrada de ferro. Foi neste tempo e cenário que o Coronel Amâncio Bueno teve a idéia e a ousadia de realizar no local mudanças que transformaram o lugar em Vila. O primeiro passo foi a construção de uma Igreja, a Capela em homenagem à Santa Maria e desde então a VILA BUENO, posteriormente VILA JAGUARY e por fim JAGUARIÚNA foi, através dos anos, se transformando até chegar na bela cidade que, hoje, é destaque no cenário nacional e internacional.


Imagem acervo Casa da Memória de Jaguariúna


Entre os muitos fatos importantes históricos há também a Ferrovia.

                 A Ferrovia sempre fez parte da História de Jaguariúna, já no ano de 1875 com a inauguração do trecho Mato Dentro (Carlos Gomes), Tanquinho, Jaguari e Guedes.

A Estação da Vila Jaguary, atual Jaguariúna, serviu como um centro telegráfico de transmissão de ordens aos batalhões que por ali se encontravam, durante a Revolução Constitucionalista de 1932, foi também usada para distribuição de munição e em barracões pertencentes à estação foram usados como abrigo para caminhões militares.

 

Estação da Mogiana Jaguary - 1875



Outro acontecimento histórico para a cidade de Jaguariúna, que também teve seu destaque, foi durante a Revolução de 1930 e a Revolução Constitucionalista de 1932 onde alguns de seus cidadãos participaram, como voluntários, deste evento.

São eles:

O Mártir jaguariunense NABOR DE MORAES,

ALFREDO GUEDES,

ALFREDO DE SOUZA e

VALDOMIRO CHIAVEGATO.

Honras a estes Heróis de 32 e que a cidade não esqueça jamais de homenageá-los reconhecendo sua valorosa contribuição para que se instalasse no nosso País a Lei, a Ordem, a Liberdade e a nossa Constituição.

 

São mais de 130 anos para que Jaguariúna se tornasse a cidade que ora conhecemos, e tudo começou com a bela Igreja, que hoje passa por reformas e restauro por ação de seus cidadãos que lutam para preservar a História da cidade.



Matriz Centenária - Igreja em Homenagem à Santa Maria.
Foto Maria Helena Toledo S. Melo, 2015


 https://youtu.be/TDtCDzDvYkM?si=Hti9-GfDE17vVTBR



O PORTAL TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA HOMENAGEIA A CIDADE PELO SEU ANIVERSÁRIO!

PARABÉNS JAGUARIÚNA  A “ESTRELA DA MOGIANA BONITA POR NATUREZA”!



Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo, setembro de 2025.


domingo, 7 de setembro de 2025

7 DE SETEMBRO DE 1932.

 






7 de Setembro de 1932, quando a Guerra Cívica parou.

A clara alvorada invernal de 7 de setembro de 1932, Dia da Independência da Pátria, quarta-feira, testemunhou dois Exércitos adversários de um mesmo Brasil, de uma mesma gente

Os fatos se desenvolveram na Frente Norte de combate, mais especificamente, no Túnel da Mantiqueira, na Garganta do Embaú, localizado logo acima do Túnel, há 1.100 metros de altitude. Na Serra, dominada pelos constitucionalistas, destacava-se o local denominado Morro do Canhão (assim chamado, pois ali fora postado um canhão constitucionalista, de 105 mm). Na região, fronteiriça e estratégica entre os Estados de São Paulo (cidade de Cruzeiro) e Minas Gerais (cidade de Passa Quatro), a Bandeira do Brasil foi desfraldada, com um diferencial. Antes, porém, calou-se a artilharia constitucionalista, além de também silenciar as metralhadoras e os fuzis.

Os Soldados Constitucionalistas (Paulistas de nascimento ou de coração), no “celeiro de heróis da Revolução”, o Capitão Reynaldo Saldanha da Gama, nas trincheiras pelo lado Paulista, deslocou-se para o ponto mais elevado do morro.

Acompanhavam-no 4 soldados, com clarins, todos do 2º GAP (Grupo de Artilharia Pesado, do Exército Brasileiro, sediado em Quitauna, bairro da cidade de Osasco, na Capital), uma guarda à Bandeira e demais Oficiais do QG- Quartel General. Finalizava a composição da comitiva um mastro improvisado, longo e tosco bambu verde e amarelo, que carregava a Bandeira Brasileira.

O próprio mandante da façanha (que não se esqueceu do memorável dia, apesar das agruras da guerra), tenente - coronel Theófilo Ramos, da Força Pública Paulista, estava presente. Era comandante do 2º BCP (atual 2º BPM/M, que realiza o policiamento no bairro da Penha e arredores, na Capital). Alcançando o cimo da elevação, por volta das 07:00 h, balas adversárias assobiavam sobre eles.

Perfilada a tropa, o capitão Saldanha da Gama comandou: - “Sentido!”. Pouquíssimos segundos após, ordenou: - “Em Continência à Bandeira, Apresentar, Armas!”. Os clarins, com o fôlego máximo dos 4 combatentes, cantaram o famoso toque, a “MARCHA BATIDA” (composta em 1894, lavra do Major Joaquim Antão Fernandes, da Força Pública Paulista, o mesmo ritmo que ainda é executada nos quartéis de norte a sul do país).

Talvez envergonhados, os disparos “do lado de lá”, do outro lado da montanha, cessaram...

Concomitantemente, o improvisado bambu elevou nosso Pavilhão naquela congelante colina. O desfraldar da Bandeira Nacional estava em curso. O eco dos clarins, transitoriamente, substituíram o soar das metralhadoras e o uivo das granadas...

Durante a execução do toque, o Exército Constitucionalista, formado por membros da Força Pública, do Exército Nacional bem como por voluntários (veja em: encurtador.com.br/dmyB5), em reverência ao nosso Símbolo Maior, perfilou-se, em pé, no parapeito de suas trincheiras. Total era o desprezo ao inimigo, que ficara tímido com a ação inesperada, corajosa e patriótica.

No decorrer do ataque dos clarins cívicos, naqueles segundos preciosos, como uma “coreografia vocal ufanista”, de trincheira em trincheira o brado era repetido: “Viva o Brasil! Viva São Paulo! Viva a Constituição!”.

Entretanto, o inesperado aconteceu, fato raro que fato raro que só se sucede com os nobres de consciência.

Do outro lado daquelas formações montanhosas, visíveis a poucas centenas de metros do Exército Constitucionalista, rente aos canhões e metralhadoras estava o adversário, o inimigo da ocasião, as tropas Ditatoriais.

Sem nenhuma ordem formal, de mesmo modo, com marcialidade, igualmente expondo suas silhuetas ao morticínio, prestaram continência à Bandeira verde-amarela. Repetiram a mesma frase constitucionalista: “Viva o Brasil! Viva São Paulo! Viva a Constituição!”, segundo testemunho do próprio capitão Saldanha da Gama, em entrevista concedida no ano de 1970.

Todas as Trincheiras ficaram em pé! Por um breve momento, pelo toque do clarim, com duração média de um minuto, a Guerra foi calada.

Com a última partitura executada, com a Bandeira já no alto do mastro, tremulante, em destaque no horizonte, outro comando do Oficial: - “Descansar, Armas!”, obedecida por nossa tropa. Automaticamente, balas, “vindas de lá”, com o zunir dos fuzis, felizmente, sem atingir ninguém, anunciava o término da breve trégua. Era o recomeço da barbárie, que alimentou o anjo da morte e ceifou a vida de inúmeros outros brasileiros, sob o olhar atônico, estático e estarrecido da “Mãe- Bandeira”. Ela, gélida, impotente e inerte, observou, diante de seus olhos, do alto da Serra, os filhos, sobre seu ventre macio, desenrolando uma luta fratricida, uma luta entre irmãos...

Como a data era especial, o café da manhã foi comemorativo, porque o serviço de abastecimento melhorou a boia dos soldados, com latas de conserva, doces, sardinha e refrescos.

No final do dia, quando o Sol se despedia da Mantiqueira, o capitão Arcy da Rocha Nóbrega, artilheiro do Exército Brasileiro, convocou a Oficialidade para assistir ao arriamento do Pavilhão Nacional. Similar ao ocorrido pela manhã, os clarins do 2º GAP tocaram, enquanto, suavemente, a Bandeira descia do mastro. Os Ditatoriais, em respeito, cessaram a fuzilaria, enquanto seus soldados mais uma vez ficaram de pé na Serra, magnetizados pelo momento solene.

Por tradição militar, fechando o evento, haveria o disparo de uma salva de 21 tiros de canhão. Entretanto, faltavam granadas constitucionalistas...

Por improvisação, 21 foguetes foram lançados. Com a explosão do 1º, os Ditatoriais se esconderam, imaginando um ataque, mas, verificando a situação, voltaram a contemplar o acontecimento.

Quando o 21º foguete enviado explodiu no céu, o fusco lusco já dominava aquelas bandas. Os “Soldados de lá” ainda admiravam aquele mastro de bambu, à distância, nua, sem a “Manta Sagrada”. O silêncio, ensurdecedor e mortífero, imperou por algum tempo naquela rápida trégua, pois nem pássaros e grilos anunciavam suas presenças...

Já noite, a primeira rajada era dirigida contra as trincheiras constitucionalistas, com a devida resposta, em forma de aço e chumbo. A proximidade dos oponentes, mediada pela “terra-de-ninguém”, ouviam-se os insultos recíprocos entre os combatentes. Tudo voltava à diabólica normalidade na Mantiqueira, local onde imperou, naqueles dias, o “deus da guerra”.

Ainda em “7 de setembro”, no interregno entre o hasteamento e o arriamento, sucumbiu o cabo Plácido Barbosa, integrante do Corpo de Bombeiros da Força Pública, que trocara o assovio das sirenes pelo o silvo das granadas. Pela manhã tivera tempo de assistir sua última comemoração cívica. Nascido em Bragança Paulista, em 1914, recebera gravíssimos ferimentos em combate, falecendo no Hospital de Sangue de Cruzeiro- SP, cidade ao lado do Túnel da Mantiqueira. Uma Rua, na Vila Carrão, zona leste de São Paulo, homenageou sua lembrança com seu nome.


 

Transcrição de um trecho de texto de Sérgio Marques publicado em Último Segundo – IG em 07/09/2018.

 





Fonte - https://ultimosegundo.ig.com.br/policia/2018-09-07/7-de-setembro-guerra-civica.html  acesso em 07/09/2025.

Imagem 1 - https://www.jorgepaulofotografo.com.br/post/7-de-setembro

Imagem 2 – www.tudoporsaopaulo.com.br

 

 

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo, 7/09/2025.

 

 

domingo, 10 de agosto de 2025

Homenagem ao Dia dos Pais!

 





 

As Mãos do Meu Pai

                                                      Mário Quintana

 

 

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis

sobre um fundo de manchas já cor de terra

— como são belas as tuas mãos —

pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram

na nobre cólera dos justos…

 

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,

essa beleza que se chama simplesmente vida.

E, ao entardecer, quando elas repousam

nos braços da tua cadeira predileta,

uma luz parece vir de dentro delas…

 

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,

vieste alimentando na terrível solidão do mundo,

como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?

Ah, Como os fizeste arder, fulgir,

com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida

que transfigura das tuas mãos nodosas…

essa chama de vida — que transcende a própria vida…

e que os Anjos, um dia, chamarão de alma…

 

 


Meu pai, Joaquim Norberto e meus irmãos


O PORTAL TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA DESEJA A TODOS OS PAIS UM DIA, CHEIO DE AMOR E CARINHO!

 

 

 

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.


sábado, 12 de julho de 2025

ANIVERSÁRIO DO “TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA”!

 

 

13 ANOS!


Neste ano de 2025 o Portal Trincheiras de Jaguariúna completa 13 Anos. Realizando pesquisas, publicações no Blog próprio e nas redes sociais, trabalhos junto às Escolas Municipais e eventos relacionados à Revolução Constitucionalista de 1932 e comemorativos à data de 9 de Julho.

 

São aproximadamente 600 publicações disponíveis no Blog. Nos eventos comemorativos, realizados pelo Núcleo e Portal “Trincheiras de Jaguariúna” entre os anos de 2016 a 2023, foram outorgados Diplomas de Honra ao Mérito (próprio) à 45 personalidades que contribuíram e ou contribuem para a preservação da história da Revolução Constitucionalista de 1932 e também a familiares de Soldados Voluntários Constitucionalistas.

 

Realizações:

 

2022 em parceria com Ten. Marcos Viotto, Capitão Flávio Costa, Nelson Alberti, Dario Domingos Filho e Fabiano Rizzoni organização e realização com apoio da Secretaria de Turismo e Cultura e Secretaria de Educação realização de Exposição Além das Trincheiras 2022 e Solenidade Cívico/Militar ocorridas na Fazenda da Barra.

 


Em 2019 em parceria com Ten. Marcos Viotto idealização, organização e realização de palestras e concurso de desenhos sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 para as Escolas Municipais de Jaguariúna com apoio da Secretaria Municipal de Educação.

 

 

 

 Idealização, organização e realização da 1ª exposição Além das Trincheiras sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 com a colaboração da Secretaria de Turismo e Cultura de Jaguariúna e apoio da Casa da Memória Padre Gomes, Ten. Marcos Viotto, Dario Domingos Filho e Kleber Tanaka.

 

 

 

Em parceria com o Ten. Marcos Viotto, participei da organização e realizações de solenidades cívico/militar, em comemoração ao dia 9 de Julho desde o ano de 2016, quando realizamos a primeira Solenidade em Jaguariúna, rememorando a Revolução Constitucionalista de 1932 em 9 de julho.

 

 

 

Participação como prefaciadora nas novas edições dos Livros Cruzes Paulistas, Trem Blindado e Gaviões de Penacho

https://trincheirasdejaguariuna.blogspot.com/2017/02/edicao-digital-do-livro-cruzes-paulistas.html

 

 

https://trincheirasdejaguariuna.blogspot.com/2024/10/gavioes-de-penacho.html

 

 

 

Colaboradora nas edições 1, 2 e 3 do livro Para Sempre 32 da Editora Matarazzo.

 

 

 Condecorações recebidas:

 

- DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO CAPITÃO JOÃO RODRIGUES GONÇALVES PELO NÚCLEO DE CORRESPONDÊNCIA “VOLUNTÁRIOS DE PIRACICABA” EM PIRACICABA, SP, em 2012.

 

- DIPLOMA DE PESQUISADORA ASSOCIADA HONORÁRIA PELO NÚCLEO DE CORRESPONDÊNCIA “PAULISTAS DE ITAPETININGA! ÀS ARMAS!!" DE ITAPETININGA, SP.

 

- DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO GAL. BRAZILIO TABORDA PELO NÚCLEO DE CORRESPONDÊNCIA “PAULISTAS DE ITAPETININGA! ÀS ARMAS!! EM PIRACICABA, SP.

 

- COLAR DA VITÓRIA PELA SOCIEDADE VETERANOS DE 32 – MMDC EM 2013 EM SÃO PAULO, SP.

 

- MEDALHA MMDC PELA SOCIEDADE VETERANOS DE 32 – MMDC EM PIRACICABA, SP.

 

- MEDALHA DA CONSTITUIÇÃO PELA SOCIEDADE VETERANOS DE 32–MMDC EM SÃO PAULO, SP.

 

- DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO INOCÊNCIA CORAGEM E CIVISMO SEMPRE ALERTA PELO NÚCLEO DE CORRESPONDÊNCIA “ESCOTEIRO ALDO CHIORATTO” EM CAMPINAS, SP.

 

- DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO SOLDADO JOSÉ AUGUSTO FROTA ESCOBAR DO NÚCLEO DE CORRESPONDÊNCIA “SÃO PEDRO POR SÃO PAULO” EM SÃO PEDRO, SP.

 

- MEDALHA MÉRITO CONSTITUCIONALISTA! PELO NÚCLEO “MMDC LESTE – JUVENTUDE CONSTITUCIONALISTA” EM CAMPINAS, SP.

 

- DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO TREM BLINDADO Nº 1 EM 20/03/2019.

 

-MEDALHA DE MÉRITO MAJOR ELZA CANSANÇÃO MEDEIROS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS FORÇAS INTERNACIONAIS DE PAZ. DELIBERAÇÃO 002/2018. UTILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL DECRETO 55.448/2014 EM 18/12/2020.


- O PORTAL TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA TAMBÉM RECEBEU O APOIO, RECONHECIMENTO E MENÇÃO HONROSA DA CÂMARA MUNICIPAL DE JAGUARIÚNA, APOIO DA CASA DA MEMÓRIA PADRE GOMES E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE JAGUARIÚNA.

 


Agradeço aos colaboradores, seguidores, amigos e irmãos de armas pelo apoio!

 


Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.


terça-feira, 8 de julho de 2025

REMEMORANDO A JORNADA DE 1932.

 


 

Em 14 de setembro de 1932 o Jornal A Gazeta publicou o seguinte:

AS OPERAÇÕES DE ONTEM NA FRENTE OESTE

São estas as informações do comunicado oficial das 24 horas:

Na fronteira de Minas o dia correu bem. Restabelecemos as nossas posições na direção de Prata e Cascata e progredimos na direção de Mogi e Amparo, repelindo os fortes ataques das tropas ditatoriais em Pedreira e Coqueiros. A Aviação Constitucionalista trabalhou nessa região com muito êxito.

No Setor Sul, auxiliados pela Aviação as Tropas Constitucionalistas realizaram diversas operações felizes, aprisionando em Lygiana vários soldados do exército, naturais de Santa Catarina.

OUTRA INFORMAÇÕES –

Informações particulares, dignas porém de crédito, adiantam que após uma forte investida, as Forças Constitucionalistas retomaram ontem Posse da Ressaca (atual Santo Antônio de Posse), distante de Mogi Mirim alguns quilômetros. A avançada feita pelos nossos foi de vários quilômetros, no percurso dos quais os soldados da lei encontraram e apreenderam grande quantidade de material de guerra e apetrechos bélicos abandonados pelos ditatoriais em sua retirada. Fizemos também alguns prisioneiros.

CAVALARIANOS APRISIONADOS –

Ontem no Setor de Amparo, uma patrulha constitucionalista prendeu oito cavalarianos ditatoriais que foram repentinamente envolvidos. Os novos prisioneiros estavam armados de F. M. (Fuzil Mauser), que constituíram boa presa de guerra, acompanhados como estavam de grande quantidade de balas.

 

Há inúmeros relatos sobre combates e ocorrências que houve nesta região, comprovados por notícias em jornais da época e até por relatos de moradores e seus descendentes que aqui habitavam. Como é o caso dos 3 Soldados que estão enterrados no Cemitério de Santo Antônio de Posse. Pessoas, que viviam em Sítios na beira da Via que liga Jaguariúna a Santo Antônio de Posse, dizem que os 3 Soldados foram assassinados, não se sabe se por soldados mineiros ou de outra forma. Há também relatos que muitos soldados se alimentaram com comidas ofertadas pelos sitiantes. Assim relatou uma pessoa moradora das redondezas, em uma conversa informal: Foi muita sopa que nossas avós preparam e ofereceram para soldados que passavam por esta região, cansados e famintos agradecidos se fartavam com muito prazer.

 De todos os cantos de São Paulo pessoas contribuíram se solidarizando com aqueles que lutavam pela liberdade, democracia e pela Constituição do Brasil.

 

Panfleto distribuído em São Paulo

 Honras e Glória aos Heróis de 32 !!!

 

A melhor homenagem que a juventude pode prestar aos brasileiros de 32, hoje amanhã e sempre, é servir também ao Brasil.

Estudando bastante, a fim de contribuir, cada vez mais, para que a ordem seja real e o progresso continue sempre. Inspirando-se no melhor do seu passado, como foi 32, o Brasil encontrará sempre mais capacidade, mais forças para prosseguir sua marcha em direção ao grande futuro a que tem direito e há de alcançar pelo estudo e pelo trabalho, com idealismo, patriotismo e bravura.

Com a mocidade democrática proclamando sempre, como a juventude constitucionalista procurou mostrar em 1932, que fora da Lei não existe liberdade.

 

Folheto distribuído em São Paulo.




Fonte

Jornal A GAZETA, 9 de julho de 1957, Edição Comemorativa Retrospectiva da Epopéia de 32, pag. 69, coleção pessoal.

Cinquentenário da Revolução Constitucionalista de 32, São Paulo, Secretaria de Estado da Educação, 1982. Conferências realizadas em novembro de 1981, pg. 165.

 Imagens dos folhetos de minha coleção.


Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo


domingo, 8 de junho de 2025

BANDA FRENTE ÚNICA, 1932.

 

A Banda Frente Única foi fundada em 6 de junho de 1932, no contexto da Revolução Constitucionalista, com o nome de Banda Frente Única. Após a morte de seu fundador, Arthur Giambelli, em 1947, a banda passou a se chamar Corporação Musical Arthur Giambelli em homenagem ao seu criador.

A Corporação Musical Arthur Giambelli de Limeira é também conhecida como "Embaixatriz Sonora de Limeira".

A banda surgiu como um símbolo da Revolução Constitucionalista de 1932, sendo uma das pessoas jurídicas que recebeu a Medalha da Constituição por sua atuação na Revolução.

A Banda Frente Única foi criada em Limeira como uma demonstração de apoio ao movimento revolucionário, acompanhando as tropas de combatentes na estação de trem.

Ao longo dos anos, a Corporação Musical Arthur Giambelli tornou-se um dos mais importantes grupos musicais do interior paulista, mantendo a tradição e a qualidade musical que a caracterizam.

A banda é conhecida por sua atuação em diversas cidades da região, levando música a diversas comunidades e festivais.

É considerada uma das mais tradicionais do interior paulista, com uma história de mais de 90 anos.

A Corporação Musical Arthur Giambelli se apresenta aos domingos na praça e participa de projetos da Secretaria de Cultura de Limeira.


Apresentação da Banda em 2013.






https://youtu.be/E2O8YHPaLqc?si=dcyHD1CbG2tI_tA6

 

Muitos limeirenses alistaram-se como voluntários dentre eles um não retornou o Sargento Alberto Pierrotti.

Alberto Pierrotti apresentou-se às autoridades de Limeira, pronto para a luta. Mandado para São Paulo, coube-lhe integrar o 3º Pelotão da 1ª Companhia do 1º Batalhão de Caçadores da Reserva. Com ele partiu na manhã seguinte, rumo a Queluz e Fazenda Pedro de Moraes, onde se travaram os primeiros combates do Setor Norte. De Queluz para Areias, de Areias para Silveiras, ele acompanhou o seu batalhão em todos os combates travados naquela frente, até dia 9 de setembro, dia em que uma rajada de metralhadora o prostrou, morto instantaneamente. Sepultado em Silveiras, mais tarde seu corpo foi transladado para Limeira, SP.

Alberto Pierrotti era filho de Antonio Pierrotti e Maria Gonçalves Pierrotti, nasceu em Limeira, SP no dia 8 de agosto de 1906. Era solteiro, comerciante muito querido na cidade e deixou seus irmãos Belmiro, Scenilda, José, Durval, Dulce, Mario e Carlos.

A cidade de Limeira homenageou seu Herói com um Monumento Mausoléu erigido na frente do Cemitério.

 

Sargento Pierrotti. Tela de Tony Koegl



2ªCia. do Batalhão Limeirense



Monumento Mausoléu em homenagem ao Herói de 32, Sargento Pierrotti




Fonte.

MONTENEGRO, B; WEISSHON, A. A. (org.) CRUZES PAULISTAS: os que tombaram em 1932 pela gloria de servir São Paulo: Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1936.516p.

https://www.gazetadelimeira.com.br/noticia/limeira/2025/05/corporacao-arthur-giambelli-celebra-93-anos-com-concerto-divas/Bek7?preview=#gsc.tab=0

http://atom.limeira.sp.gov.br/index.php/segunda-companhia-do-batalhao-limeirense

 http://atom.limeira.sp.gov.br/index.php/pintura-do-sargento-alberto-pierrotti



Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo


sábado, 10 de maio de 2025

HOMENAGEM ÀS MÃES!!!

 

Já é sabido da coragem e a importante participação da mulheres na Revolução Constitucionalista de 1932. Esse Anjo, essa companheira, essa maravilha que na sua simplicidade e beleza, se transforma de um momento para o outro, em altiva e heróica, em sublime e quase divina, fazendo-se toda para todos, é a Mulher Paulista!

É a Mãe abnegada que leva seu filho para proteger sua terra, seu País!



Em cachoeira Paulista a Mãe se despede de seu filho e amigo em 1932.


Um engenheiro narrou um episódio que põe em relevo a alma da mulher mãe sempre voltada para tudo que é lindo e nobre:

Cumprindo ordens, alcançávamos, certa manhã, uma fazenda que necessário se tornava ocupar.

Uma senhora, acompanhada de seus dois filhos já moços, recebeu-nos à porta, com aquela amabilidade inata nos sertanejos, e imediatamente pôs a sua propriedade à nossa disposição, ao saber o objetivo que nos levava à sua fazenda. E como externássemos a nossa opinião sobre o perigo que corria, permanecendo com os seus filhos na fazenda, que poderia ser atacada, de um momento para o outro, atalhou-nos decididamente:

- Sou uma paulista, e permanecerei ao vosso lado. Tudo o que possuo está a vosso dispor. Reservarei um pequeno quarto para mim. Podereis ocupar o resto.

E surda a todos os rogos e conselhos, sorridente, põe-se a preparar um café para os rapazes.

Dispusemos tudo para resistir eficazmente a um possível ataque, pois desde a manhã notáramos, nas matas que circundavam a fazenda, movimentos suspeitos de patrulhas adversárias. De fato, cerca de uma hora da tarde, fomos surpreendidos por intenso tiroteio, partido de uma floresta próxima.

Corremos todos, empunhando armas, a guarnecer as seteiras que abríramos nas paredes da residência, na previsão de um ataque ao nosso reduto. Embora aturdidos, nos primeiros momentos, pelo inopinado ataque, depressa cobramos calma e correspondemos à altura de nossas forças, à fuzilaria inimiga.

Relanceando os olhos ao redor, avistei um quadro sensibilizante. A nossa hospedeira correra para o seu quarto, e regressava agora, trazendo o avental repleto de cartuchos de caça. Dirigiu-se novamente ao quarto e, instantes após, regressou trazendo três carabinas. E, entregando duas a seus filhos, indicou-lhes duas seteiras desocupadas, abertas juntas à janela principal, e por sua vez, empunhando a outra, com decisão e energia, ocupou outra seteira devoluta, atirando após cuidadosamente visar o inimigo.

Precipitei-me:

- Minha senhora! Por favor! Não se arrisque. Nós seremos suficientes para repeli-los.

Ela, com fulgor de indignação nos olhos negros, encarando-me, friamente respondeu:

- Senhor! Esta propriedade é minha. Defendo-a como é meu dever. A terra que os paulistas lavraram e regaram com o seu suor, não será maculada pelos pés do inimigo, enquanto existirem homens e mulheres de brio e coragem.

Um hurra cobriu as últimas palavras da corajosa senhora. Partira de todas as bocas e de todos os peitos, lavrando neste instante heroico o seu protesto. Um frêmito de entusiasmo indescritível ganhara as nossas almas. Mudos, dentes cerrados, gestos precisos, atirámo-nos de corpo e alma à resistência. No canto mais afastado os dois jovens sertanejos, olhos afeitos a todos os meandros da floresta, levavam, com seus tiros certeiros e preciso, a devastação e a morte às fileiras inimigas.

E cercados pelo fogo adversário, lutamos com todas as energias, sem desanimo, até ao anoitecer. A nossa munição esgotava-se a olhos vistos. Sentíamos chegar, impreciso ainda, o momento da rendição. Mas não calculáramos o desânimo reinante nas fileiras ditatoriais à nossa resistência.

Lutando expostas ao nosso fogo cerrado, as suas perdas eram sensíveis e o seu desânimo latente, ante a impossibilidade de se avizinharem do nosso reduto.

E ao anoitecer, cessando lentamente o fogo, retiraram-se, levando os seus mortos e feridos.

Em todos os setores da campanha constitucionalista, muitos episódios registrei em meu caderno de notas. Uns pelos seus lances de bravura, outros pela tragédia que encerravam, e alguns pelo seu lado cômico. Porém, nenhum teve o dom de comover-me tanto, como o dessa humilde fazenda, perdida nos rincões verdes da nossa terra.

Muitas e muitas narrativas li, sobre o heroísmo da mulher brasileira, mas nunca o testemunhara. A figura varonil daquela senhora paulista, votada ao labor heroico de lavrar a fecunda terra bandeirante, ficará para sempre em minha memória, como o mais alto padrão de valor da mulher paulista.

Ainda conversando com o corresponde do jornal, junto as trincheiras por ali preparadas, quando apareceu uma mulher do povo, autêntica paulista, carregando uma criança de tenra idade, e trazendo, segura pelas mãos uma linda e robusta menina de três anos, de olhos azuis e cabelos pretos.

- Senhores! O meu marido também é soldado paulista! Ao partir, deixou-me, amarrado na ponta de um lenço a quantia de vinte e cinco mil réis para as nossas despesas, e eu desgraçadamente, há pouco, quando por aqui passava, perdi o lenço e o dinheiro. Fiquei completamente desprovida de recursos!

- Mas como? aventurou um soldado.

- Não sei! ... Perdi-o e não sei como me arranjar para comprar o pão para os meus filhos. Estou aflita! ... Algum dos senhores não o achou?

Um caridoso soldado saindo sorrateiramente do nosso grupo, com os olhos rasos de lagrimas, falou reservadamente com diversos camaradas, e daí a instantes, voltou com um lenço, tendo um nó numa das suas extremidades.

- Senhora! Eis aqui o seu lenço e o dinheiro! Um nosso companheiro de lutas encontrou-o na estrada, junto aquela pedra...

A pobre mulher pegou no lenço com mãos tremulas, olhou-o fixamente, revirou-o, desatou o nó, onde se achava o dinheiro, e com lagrimas na voz disse:

- Senhor! ... Este lenço não é o meu! – Prefiro que os meus pobres filhos passem fome a receber aquilo que não me pertence. Muito obrigada! ...

Debalde insistimos para que essa nobre mulher do povo levasse o lenço. Não o quis, dizendo, mais uma vez:

- Oh, não! Não é o meu! ...e assim partiu, com os entes queridos, essa heróica Mãe paulista.

 

O amor de uma mãe é a bússola que guia o caminho e a força que impulsiona a seguir, mesmo quando o mar está em tempestade.

 

 

O PORTAL TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA DESEJA UM FELIZ DIA DAS MÃES!!!

 

Fonte.

Rodrigues, J., A Mulher Paulista no Movimento Pró Constituinte. Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1933, 192p.

 

Imagem - https://oslorenas.blogspot.com/2009/09/cachoeira-paulista-minha-terra.html

 

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo


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