Em
14 de setembro de 1932 o Jornal A Gazeta publicou o seguinte:
AS
OPERAÇÕES DE ONTEM NA FRENTE OESTE
São
estas as informações do comunicado oficial das 24 horas:
Na
fronteira de Minas o dia correu bem. Restabelecemos as nossas posições na
direção de Prata e Cascata e progredimos na direção de Mogi e Amparo, repelindo
os fortes ataques das tropas ditatoriais em Pedreira e Coqueiros. A Aviação
Constitucionalista trabalhou nessa região com muito êxito.
No
Setor Sul, auxiliados pela Aviação as Tropas Constitucionalistas realizaram
diversas operações felizes, aprisionando em Lygiana vários soldados do
exército, naturais de Santa Catarina.
OUTRA
INFORMAÇÕES –
Informações
particulares, dignas porém de crédito, adiantam que após uma forte investida,
as Forças Constitucionalistas retomaram ontem Posse da Ressaca (atual Santo Antônio de Posse), distante de Mogi Mirim alguns
quilômetros. A avançada feita pelos nossos foi de vários quilômetros, no
percurso dos quais os soldados da lei encontraram e apreenderam grande
quantidade de material de guerra e apetrechos bélicos abandonados pelos
ditatoriais em sua retirada. Fizemos também alguns prisioneiros.
CAVALARIANOS
APRISIONADOS –
Ontem
no Setor de Amparo, uma patrulha constitucionalista prendeu oito cavalarianos
ditatoriais que foram repentinamente envolvidos. Os novos prisioneiros estavam
armados de F. M. (Fuzil
Mauser), que constituíram boa presa de
guerra, acompanhados como estavam de grande quantidade de balas.
Há
inúmeros relatos sobre combates e ocorrências que houve nesta região,
comprovados por notícias em jornais da época e até por relatos de moradores e
seus descendentes que aqui habitavam. Como é o caso dos 3 Soldados que estão
enterrados no Cemitério de Santo Antônio de Posse. Pessoas, que viviam em
Sítios na beira da Via que liga Jaguariúna a Santo Antônio de Posse, dizem que
os 3 Soldados foram assassinados, não se sabe se por soldados mineiros ou de
outra forma. Há também relatos que muitos soldados se alimentaram com comidas
ofertadas pelos sitiantes. Assim relatou uma pessoa moradora das redondezas, em
uma conversa informal: Foi muita sopa que
nossas avós preparam e ofereceram para soldados que passavam por esta região,
cansados e famintos agradecidos se fartavam com muito prazer.
De todos os cantos de São Paulo pessoas
contribuíram se solidarizando com aqueles que lutavam pela liberdade,
democracia e pela Constituição do Brasil.
Panfleto distribuído em São Paulo
A
melhor homenagem que a juventude pode prestar aos brasileiros de 32, hoje
amanhã e sempre, é servir também ao Brasil.
Estudando
bastante, a fim de contribuir, cada vez mais, para que a ordem seja real e o
progresso continue sempre. Inspirando-se no melhor do seu passado, como foi 32,
o Brasil encontrará sempre mais capacidade, mais forças para prosseguir sua
marcha em direção ao grande futuro a que tem direito e há de alcançar pelo
estudo e pelo trabalho, com idealismo, patriotismo e bravura.
Com
a mocidade democrática proclamando sempre, como a juventude constitucionalista
procurou mostrar em 1932, que fora da Lei não existe liberdade.
Folheto distribuído em São Paulo.
Fonte
Jornal A GAZETA, 9 de
julho de 1957, Edição Comemorativa Retrospectiva da Epopéia de 32, pag. 69,
coleção pessoal.
Cinquentenário da Revolução
Constitucionalista de 32, São Paulo, Secretaria de Estado da Educação, 1982.
Conferências realizadas em novembro de 1981, pg. 165.
Editado
e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo
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