terça-feira, 8 de julho de 2025

REMEMORANDO A JORNADA DE 1932.

 


 

Em 14 de setembro de 1932 o Jornal A Gazeta publicou o seguinte:

AS OPERAÇÕES DE ONTEM NA FRENTE OESTE

São estas as informações do comunicado oficial das 24 horas:

Na fronteira de Minas o dia correu bem. Restabelecemos as nossas posições na direção de Prata e Cascata e progredimos na direção de Mogi e Amparo, repelindo os fortes ataques das tropas ditatoriais em Pedreira e Coqueiros. A Aviação Constitucionalista trabalhou nessa região com muito êxito.

No Setor Sul, auxiliados pela Aviação as Tropas Constitucionalistas realizaram diversas operações felizes, aprisionando em Lygiana vários soldados do exército, naturais de Santa Catarina.

OUTRA INFORMAÇÕES –

Informações particulares, dignas porém de crédito, adiantam que após uma forte investida, as Forças Constitucionalistas retomaram ontem Posse da Ressaca (atual Santo Antônio de Posse), distante de Mogi Mirim alguns quilômetros. A avançada feita pelos nossos foi de vários quilômetros, no percurso dos quais os soldados da lei encontraram e apreenderam grande quantidade de material de guerra e apetrechos bélicos abandonados pelos ditatoriais em sua retirada. Fizemos também alguns prisioneiros.

CAVALARIANOS APRISIONADOS –

Ontem no Setor de Amparo, uma patrulha constitucionalista prendeu oito cavalarianos ditatoriais que foram repentinamente envolvidos. Os novos prisioneiros estavam armados de F. M. (Fuzil Mauser), que constituíram boa presa de guerra, acompanhados como estavam de grande quantidade de balas.

 

Há inúmeros relatos sobre combates e ocorrências que houve nesta região, comprovados por notícias em jornais da época e até por relatos de moradores e seus descendentes que aqui habitavam. Como é o caso dos 3 Soldados que estão enterrados no Cemitério de Santo Antônio de Posse. Pessoas, que viviam em Sítios na beira da Via que liga Jaguariúna a Santo Antônio de Posse, dizem que os 3 Soldados foram assassinados, não se sabe se por soldados mineiros ou de outra forma. Há também relatos que muitos soldados se alimentaram com comidas ofertadas pelos sitiantes. Assim relatou uma pessoa moradora das redondezas, em uma conversa informal: Foi muita sopa que nossas avós preparam e ofereceram para soldados que passavam por esta região, cansados e famintos agradecidos se fartavam com muito prazer.

 De todos os cantos de São Paulo pessoas contribuíram se solidarizando com aqueles que lutavam pela liberdade, democracia e pela Constituição do Brasil.

 

Panfleto distribuído em São Paulo

 Honras e Glória aos Heróis de 32 !!!

 

A melhor homenagem que a juventude pode prestar aos brasileiros de 32, hoje amanhã e sempre, é servir também ao Brasil.

Estudando bastante, a fim de contribuir, cada vez mais, para que a ordem seja real e o progresso continue sempre. Inspirando-se no melhor do seu passado, como foi 32, o Brasil encontrará sempre mais capacidade, mais forças para prosseguir sua marcha em direção ao grande futuro a que tem direito e há de alcançar pelo estudo e pelo trabalho, com idealismo, patriotismo e bravura.

Com a mocidade democrática proclamando sempre, como a juventude constitucionalista procurou mostrar em 1932, que fora da Lei não existe liberdade.

 

Folheto distribuído em São Paulo.




Fonte

Jornal A GAZETA, 9 de julho de 1957, Edição Comemorativa Retrospectiva da Epopéia de 32, pag. 69, coleção pessoal.

Cinquentenário da Revolução Constitucionalista de 32, São Paulo, Secretaria de Estado da Educação, 1982. Conferências realizadas em novembro de 1981, pg. 165.

 Imagens dos folhetos de minha coleção.


Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo


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