Soldado Constitucionalista no
Batalhão 9 de Julho (Voluntários).
Exército Constitucionalista do
Setor Leste.
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Domingos Allemagna (Mimi) |
Domingos
Allemagna (Mimi) era natural de Jaboticabal, SP, nasceu em 26 de dezembro de
1904, era filho de Arturo Allemagna e de Josephina Fucciolo Allemagna. Era
noivo de Dolores Martins.
Viajava
para a casa Pratt quando se alistou. Era ele Cabo da 1ª Companhia do 4º
Batalhão 9 de Julho, tendo se incorporado em São Paulo a 18 de agosto de 1932.
No
dia 4 de setembro, morreu atingido na cabeça por tiros de metralhadora quando
defendia a posição que ocupava no Morro do Gravi, próximo à Itapira, SP, onde
foi sepultado. Posteriormente transladado para o Cemitério de Jaboticabal.
TUMULO DE DOMINGOS ALLEMAGNA
(MIMI).
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Túmulo de Domingos Allemagna, Jaboticabal, SP. |
O
túmulo de Domingos Allemagna, no Cemitério de Jaboticabal, recebe muitos visitantes
que vão agradecer a graças recebidas pois, Mimi é considerado Santo Popular da
cidade.
O
túmulo de Mimi tem, no topo, um capacete militar e uma réplica de munição que
faz alusão ao fato de ter sido um combatente.
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Lapide no túmulo de Domingos Allemagna |
PARTICIPAÇÃO DE JABOTICABAL
No
dia 17 de julho, um domingo, o jornal “O COMBATE” estampava a seguinte
manchete: “A ARRANCADA CONSTITUCIONALISTA CONTRA A DICTADURA. SÃO PAULO FORTE E
COHESO, AVANÇA DESTEMEROSAMENTE”
A
primeira página do jornal é totalmente dedicada ao movimento revolucionário. O
Redator destaca, logo de início, que “Jaboticabal, em cujo emblema está
inscrito que nela perdura o espírito de gente paulista, também se levantou
inteira e unida com todas as localidades irmãs deste São Paulo radioso e
invencível”, afirmando, ainda, que Jaboticabal “saberá estar na vanguarda do
movimento paulista, hoje já transformado numa desabalada avalanche cujo
sustamento é impossível”.
O
jornal também registra que, na quinta-feira, dia 14 de julho, portanto, cinco
dias após a deflagração do movimento, Jaboticabal recebeu a visita de
integrantes da Comissão especialmente designada pelo Comando da Revolução, para
percorrer o Interior do Estado e estimular a participação de todos os paulistas
nessa cruzada cívica. O objetivo de tal Comissão era a criação de um Serviço de
Alistamento de Voluntários em cada cidade.
Recebida
por inúmeras pessoas, a Comissão se dirigiu até o Hotel Municipal, onde a
aguardava grande multidão.
Da
sacada do Hotel Municipal, o Dr. Waldemar da Rocha Barros apresentou ao povo os
membros da Comissão. Um dos seus integrantes, o Dr. José Alves da Motta, antigo
Promotor Público da Comarca de Jaboticabal, saudou o povo esclarecendo os
objetivos da caravana cívica e enaltecendo o movimento paulista contra a
ditadura.
O
povo foi convidado a participar de um comício que se realizou, a partir das
19:30 horas, no coreto do Jardim Público. Vários oradores fizeram uso da
palavra: Prof. Romário Gouveia, Dr. José Ramalho Filho (advogado em Taquaritinga),
Dr. Waldemar da Rocha Barros, Dr. César Salgado, Dr. José Alves Motta que
empolgaram a formidável massa humana que cercava o coreto. A mulher
jaboticabalense também se fez ouvir através das palavras da Acadêmica de
Direito, Srta. Palmyra Gouveia.
Finalizando
o comício, o Chefe da Caravana Cívica leu os nomes das pessoas que a partir
daquele momento passavam a constituir a “Comissão Coordenadora do Movimento
Constitucionalista”, presidida pelo Dr. Waldemiro Vieira Marcondes (Prefeito
Municipal), e que tinha como membros o Dr. Alberto de Oliveira Lima(Juiz de
Direito da Comarca), o Dr. Aristeu de Castro (Delegado de Polícia), o Dr. Elias
da Rocha Barros (Presidente do Partido Democrático), o Major João Baptista
Novaes (Presidente do Partido Republicano Paulista), os advogados: Dr. José
Rodrigues Duarte e Dr. Milton Mattos Braga e o jornalista Mário Guarita
Cartaxo.
Terminado
o comício o povo participou de uma passeata cívica pelas ruas da cidade. Os
jornais da cidade eram ponto de referência e os participantes da passeata
fizeram uma parada em frente à redação de “O DEMOCRATA”, oportunidade em que a
caravana foi saudada pelo Dr. Elias da Rocha Barros. Em seguida, nova parada,
dessa vez defronte à redação de “O COMBATE”, cabendo ao Dr. José Murta Ribeiro,
Promotor Público Interino e Estagiário junto ao Ministério Público, saudar a
caravana.
Defronte
ao Ginásio “São Luiz”, a caravana se deteve novamente e o Dr. José Alves da
Motta saudou o Diretor do estabelecimento de Ensino, Prof. Aurélio Arrobas
Martins. Respondeu pelo Ginásio um aluno das classes mais adiantadas,
proferindo eloquente oração. O Prof. Arrobas Martins não conseguiu conter o
ímpeto e proferiu magnífico discurso que encerrou com chave de ouro a
esplêndida manifestação de civismo havida naquela quinta-feira, 14 de julho.
Três
dias depois do início do levante, a Comissão Municipal recebeu as primeiras
adesões de jaboticabalenses. Foram alistados 393 voluntários, no período de 12
de julho até 30 de agosto, incluídos nesse total os integrantes do “Batalhão
Tonanni”.
Nos
campos de batalha ficaram muitos mortos. Entre eles os jaboticabalenses:
Domingos (Mimi) Allemagna, Norival Lacerda, Batista Tibério de Almeida, Nelson
Spielmann, Raul Maçoni e Ari Cajado de Oliveira.
Acesse
o link para visualizar vídeo:
https://www.tiktok.com/@oqueteassombra_/video/7302932978601168133
Fonte.
Montenegro,
B; Weisshon, A. A. (Org.) Cruzes Paulistas: os que tombaram em 1932 pela glória
de servir São Paulo: Revista dos Tribunaes, 1936. 516p.
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Editado
e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo