sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Felicitações de Ano Novo!

 

O Portal Trincheiras de Jaguariúna deseja a todos um Ano Novo com muita saúde, muitas realizações, muita paz, solidariedade e amor!

Agradeço aos amigos e seguidores as visitas ao Blog e à página no Facebook.

Que neste novo ano, em que comemoraremos os 90 anos da Revolução Constitucionalista de 1932 e 10 anos do Núcleo de Jaguariúna, nos permita realizar as dignas homenagens e continuar na divulgação da mais bela e importante história vivida pela gente de Piratininga, e, como diz no texto que transcrevi, que não falte às novas gerações o conhecimento dos sacrifícios de um povo para manter aceso o ideal de um povo livre dentro da Lei, da Ordem e da Constituição.

Maria Helena de Toledo Silveira Melo.

 





DIA A DIA.

DATA DE SÃO PAULO

Vinte e cinco anos depois da a admirável arrancada cívica dos paulistas fiéis à tradição de liberdade de nossa terra e à altives da gente brasileira – a cidade se ajoelha na saudade dos que partiram e bem souberam na grande hora, cumprir o dever. Foram dignos de Piratininga. Durante vários anos, ainda sob o império da ditadura, somente uns poucos conservam vivos o entusiasmo e a fidelidade. Faltou um trabalho de civismo junto a geração que nasceu depois de 32. Felizmente o esforço dos que não esquecem os grandes momentos e os sacrifícios de um povo, manteve acesa a lâmpada do ideal que nos levou, após a “minha terra, minha pobre terra” de Ibrahim, aos acontecimentos de 23 de Maio que foram os movimentos precursores do glorioso 9 de Julho.

Veio a democratização do País, um pouco mais tarde, e a ação dos que a realizaram teve por escudo a semente do ideal que levou os paulistas e mais irmãos patrícios, ao levante de 32.

Há dois anos fomos buscar em Cunha, a montanha da resistência constitucionalista, no Capão do Divino Mestre, os restos mortais do caboclo Paulo Virginio, a grande vítima civil que ditatoriais fuzilaram após tê-lo feito sofrer toda sorte de padecimentos.

São Paulo reviveu, então, a sua epopéia. Quando os restos de Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, os assassinados de 23 de Maio na Praça da República e Paulo Virginio, o herói civil que resistiu a tudo para ser fiel ao movimento de São Paulo, foram, em instante sagrado e por todo o sempre, colocados no Monumento do Ibirapuera, a cerimônia, tocante como nenhuma outra jamais o será, teve o condão de redespertar a nossa gente para o culto da glória que foi a nossa revolta contra a escravidão.

Este ano, um quarto de século decorrido, sente-se que a gente de São Paulo, com a solidariedade do Brasil inteiro, dentro do belo sentido da unidade da Pátria, vibra ante o dever do culto aos heróis. È a reconquista da nossa tradição, eis que os povos só valem no conceito das nações civilizadas e somente constroem o seu porvir, através da beleza imortal dos gestos de seus homens do passado.

Vibra a cidade, com o concurso de todas as suas forças vivas, Forças Armadas, povo, na homenagem à data, no culto aos que não fugiram à tradição de bravura e de dignidade. É a geração moça e infante de nossa terra vê a geração que passa escrevendo mais uma luminosa página cívica. O 9 de Julho pertence à história e será motivo daqui para frente, de aulas e de exemplos nas escolas primarias a fim de que os meninos possam melhor compreender o sentido da liberdade que em quatro centúrias vem animando o nosso povo nascido livre.

Há sacrifícios de vida e de bens nessas arrancadas impostas pela dignidade. Mas elas servem de exemplo às gerações futuras e estas hão de ser gratas aos que se sacrificaram para que pudessem receber um legado de honra e de altivez.

Transcrição de artigo de Gumercindo Fleury, editor de política no jornal A Gazeta publicado em 08 de julho de 1957.

 

Fonte.

Jornal A Gazeta, 8 de Julho de 1957 (coleção pessoal).


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

FELICITAÇÕES DE NATAL, 2021.

 


O PORTAL TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA DESEJA A TODOS OS AMIGOS, IRMÃOS DE ARMAS E SEGUIDORES UM FELIZ NATAL COM MUITA SAÚDE, PAZ E AMOR!


“Anjinho de Luz”

Ruth Christensen, original pintado com a boca.

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                                            Cartão de Natal dos Pintores com Boca e Pés.


“[…] Não há terra como o nosso Brasil. Nós paulistas o sabemos. E, portanto, quando tomamos armas contra os opressores de nossa terra, sabemos e sentimos que não estamos dando combate a nossa pátria. Longe de nós ter qualquer rancor contra os nossos irmãos dos outros Estados. A luta que travamos é contra a opressão, contra o erro, contra o crime. […] Quem se bate pelo regime da justiça, da liberdade e do direito, será sempre apontado na história da nossa terra, como o defensor da verdadeira, da suprema causa da nacionalidade. Esta causa – vós já sabeis – é a causa da Lei. [...]” (Trecho da oração proferida por Olivia Guedes Penteado durante a Revolução Constitucionalista em 1932.)

Que nosso País se mantenha dentro da Ordem e da Lei respeitando a Constituição pela qual Soldados Constitucionalistas deram a vida e a maior demonstração de civismo e amor à Pátria.

 




Fonte.

https://trincheirasdejaguariuna.blogspot.com/2017/03/mulheres-de-32-ii.html

https://culturageralsaibamais.wordpress.com/2011/02/06/olivia-guedes-penteado-e-a-revolucao-de-32/, acesso em 06 de mar. de 2013.

 

Maria Helena de Toledo Silveira Melo.

Dezembro de 2021.

 

 



domingo, 19 de dezembro de 2021

NOVE DE JULHO – 1961.

 

Artigo do redator publicado no jornal A Gazeta em 1961:

NOVE DE JULHO

Mais um ano transcorre, amanhã, do irrompimento da jornada libertadora de 32. Os que vivemos a grande epopeia e participamos da luta com o vigor e o idealismo da mocidade, sentimos o mesmo entusiasmo daquelas horas memoráveis, em que a altivez e as convicções de liberdade e democracia de S. Paulo deram tudo pela redenção do Brasil. De arma em punho, Piratininga tentou salvar o País das garras da ditadura. O grito de libertação eclodiu em todos os recantos e em todas as divisas da Pátria comum, numerosos irmãos acudiram das diversas regiões federativas e conosco se identificaram nas glórias e nos sofrimentos da batalha de noventa dias. Levado de vencida o esforço da gente bandeirante, que teve o apoio fraterno, decidido e heroico do Governo de Mato Grosso, permaneceu intacto, contudo, o sentido da Revolução. Treze anos depois, em 1945, após a derrocada do nazifascismo pelas forças da democracia nos campos de ruína e sangue de três continentes, rolava no pó da deposição o totalitarismo brasileiro. Triunfava o desejo e o ideal dos paulistas secundados por lutadores que envergaram aqui a farda honrosa do Voluntário Constitucionalista. A data de 9 de Julho recorda a página inesquecível, onde é elevada a figura de Pedro de Toledo, o Governador aclamado pelo povo na tarde do desencadeio do levante. Civis e militares tiveram projeção sem paradigma, nos quadrantes da peleja. Não foi apenas um sonho, porém a autenticidade de anseios que construíram a vitória da restauração da Lei, da justiça, da liberdade, da democracia e da Constituição com a queda definitiva da ditadura, no encerramento da Segunda Grande Guerra Mundial. Berço de batalhadores, pelos direitos do homem, S. Paulo se insurgiu, marcou o extermínio sumário da prepotência liberticida.

Coube sobretudo aos jovens bandeirantes a bravura de enfrentar, juntamente com tropas do Exército e da Força Pública do Estado a investida dos ditatoriais. E o que realizaram todos os paulistas, nos empreendimentos e serviços de retaguarda, reveste magnitude tal que emociona até as lagrimas. Homens e mulheres, adultos e crianças, mesmo pessoas cobertas pelas cãs da velhice tomaram atitude de acordo com as suas condições, na defesa do ideal redentor. O MMDC, cujas iniciais lembram os quatro moços abatidos pela sombra ditatorial nos acontecimentos de 23 de maio, centralizou os preparativos, a mobilização e o sustento da luta. Rememoramos sucessos por demais conhecidos. Reviver o capitulo sem par na história de S. Paulo vem confirmar não ter sido em vão o sacrifício imenso. A união dos paulistas concretizou o milagre. Essa união dos paulistas concretizou o milagre. Essa união deve influir no ânimo deste povo, para que exija sempre de seus líderes a solidariedade imprescindível em favor da defesa das aspirações de São Paulo e do Brasil. E em homenagem á memória dos que perderam a vida ao calor da refrega e do fogo das trincheiras. O 9 de Julho simboliza a confraternização de nossa gente, para as grandes coisas feitas pelo Brasil. Bem o consagrou, o Brasão da Terra dos Bandeirantes, durante a peleja de 32: Pro Brasilia Fiant Eximia.



Capa do jornal com ilustração de Messias.


Fotografia que acompanha o artigo.


O entusiasmo do redator no texto mostra o quanto foram importantes os acontecimentos em 1932 e o quanto tocou o coração daqueles que vivenciaram a Revolução Constitucionalista. A alma paulista se emocionava 29 anos após o final dos combates e demonstrava o quanto era importante valorizar os que lutaram pelo ideal do movimento constitucionalista. Agora que nos aproximamos dos 90 anos da Revolução precisamos continuar com o mesmo espirito de civismo e patriotismo reverenciando aqueles que deram a vida por um País democrático, justo, pela Lei e pela Ordem e pela Constituição.

 

Fonte.

Jornal A Gazeta, 8 de julho de 1961. Coleção pessoal.

 

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.


DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

  Os homens de cor e a causa sagrada do Brasil   Os patriotas pretos estão se arregimentando – Já seguiram vários batalhões – O entusias...