terça-feira, 25 de agosto de 2020

Comemorações do Jubileu de Prata da Revolução Constitucionalista.

 


COMEMORA SÃO PAULO 25 ANOS DA ARRANCADA HERÓICA DE 9 DE JULHO.

 



Cartão Comemorativo.


Na Sessão Solene, ocorrida no Estádio do Pacaembu no ano de 1957, em comemoração ao Jubileu de Prata do Movimento Constitucionalista, o discurso de abertura foi pronunciado, à zero hora, por Edmundo Monteiro, Presidente da Associação das Emissoras de São Paulo, foi publicado no Diário da Noite no dia 09 de julho de 1957.

 

Discurso de Edmundo Monteiro (1957).

 

 “Paulistas! Paulistas de nascimento e paulistas de coração!

Sim, deve ter sido numa noite assim, bem paulista, numa noite como esta noite, num começo de madrugada como o desta madrugada histórica – foi numa noite assim há 25 anos que São Paulo a grande operação de soma, na aritmética do destino e se uniu, e reuniu os homens válidos, e convocou as mulheres e aceitou, altivo, o desafio do regimento ditatorial.

Foi numa noite, assim bem me lembro.

E é com orgulho paulista, com orgulho brasileiro, que me desincumbido, esta noite, da missão honrosíssima que me foi delegada, para vos dirigir a palavra, em nome da Associação das Emissoras de São Paulo.

Há um quarto de século, a estas mesmas horas, deixando o jornal, pude surpreender o início do milagre, a tramutação súbita, a metamorfose de São Paulo. A cidade que passara no labor tranquilo da fabricas e dos escritórios, das faculdades e dos hospitais – a cidade se transformara num abrir e fechar de olhos em vasto e destemido quartel em plena mobilização.

Ainda não havia fardas, ainda não havia armas e munições, ainda não havia capacetes de aço, ainda a Revolução amanhecia com a cidade amanhecendo, e já se podia sentir a pulsação diferente, o ritmo nervoso da cidade em guarda, em plena ressureição cívica.

Lá se foram vinte e cinco anos. E a lição de bravura sem igual não caiu no olvido. Nem poderia cair. Lição como a de São Paulo, em 1932, é lição perene, estimulo aos desalentados, mensagem democrática aos que descreem das leis e, principalmente, da Lei das Leis, que é a Constituição.

Nenhum cálculo mesquinho, nenhuma intenção subalterna, nenhum propósito miúdo, nenhum interesse inconfessável, nada disso animou São Paulo na jornada inesquecível de 9 de Julho de 1932.

Não foi a luta de um grupo, o revide de uma facção, o recalque de uma situação apeada do Poder, a reação contra a revolução de 1930, a cobiça maligna dos políticos, a torpe ambição dos próceres chumbados ao ostracismo.

Não, 1932 foi ideal, só ideal, exclusivamente ideal, 1932 não pertence a ninguém porque pertence a todos, 1932 não foi desencadeada por nenhuma sigla partidária, 1932 foi São Paulo todo, sem distinção de classes, grupos ou categorias sociais.

Patrões e operários, mestres e estudantes, velhos e crianças, paulistas de quatrocentos anos e paulistas de menos de trinta ou vinte – brasileiros de todos os recantos, aqui radicados e aqui irmanados conosco – todos ouviram a clarinada cívica, e todos rasgaram na terra paulista as trincheiras da Lei e da Liberdade, da Ordem e da Justiça.

Houve, depois, tudo o que houve. A democracia se reimplantou. Tivemos a Constituição, em 1934, com a Chapa Única “o Bem de São Paulo” gritando, no Rio, a nossa unidade não extinta. Veio, depois, o golpe de 1937, como o colapso das liberdades restauradas pelos soldados de 32. E a Nação, atônita e desavisada, mergulhou de corpo inteiro na escuridão totalitária. Veio a ressurreição de 24 de outubro. Vieram as eleições livres de 2 de dezembro de 1946. Vieram as imposturas, veio a demagogia, explodiram as paixões políticas. E ocorreu o espantoso acontecimento de 24 de agosto. E tivemos um ano e pouco depois, o pleito presidencial.

O 9 de Julho, durante muitos anos, foi uma efeméride polemica. Uma data denegrida. Uns diziam que for uma contra revolução. Outros invocaram argumentos inconsistentes para ver, na gesta imortal, uma simples reação aos rumos, delineados em 30. E houve até mesmo quem ousasse o supremo requinte da desfiguração, afirmando que éramos separatistas.

O tempo se incumbiu de destruir as aleivosias contra nós assacadas, apagando as mentiras e anulando, de uma vez por todas, o lado polêmico da epopéia.

Hoje o 9 de Julho, mais do que um momento solar no calendário cívico de São Paulo é uma efeméride nacional.

Este Jubileu de Prata é uma celebração e uma reafirmação de princípios. Neste cenário histórico, que ainda hoje guardamos a ressonância de vozes sobranceiras que há vinte e cinco anos, unidas e associadas, disseram basta à servidão ditatorial – neste cenário estamos todos, ó paulistas, de joelhos, cultuando idealismo sem mácula daqueles que escreveram a página viril, o testemunho sem paralelo da nossa fidelidade à Democracia e da nossa repulsa ao despotismo.

Paulista, sentido! Em continência aos Heróis da rutila Epopéia de 32!”

 

Discurso de Edmundo Monteiro. 



As comemorações do Jubileu de Prata foram programadas pela Associação das Emissoras de São Paulo: COMEMORA SÃO PAULO 25 ANOS DA ARRANCADA HERÓICA DE 9 DE JULHO.

 

Ilustração de PUIG na capa do Jornal.


Esteve presente também nas comemorações o Presidente Juscelino Kubitschek. O Jornal publicou também sua presença:

“Juscelino, em São Paulo, presidirá as Comemorações.

O Presidente Juscelino Kubitschek estará, hoje, em São Paulo, participando das solenidades comemorativas do 25 º aniversário do Movimento Constitucionalista, tendo sido organizado o seguinte programa de visita do chefe da Nação, elaborado pelo Cerimonial da Presidência da República, de acordo com os promotores dos festejos de 9 de Julho: 12:00 h chegada em São Paulo do Presidente da República no Pavilhão Oficial do Aeroporto de Congonhas; visita ao Governador do Estado, ao Comandante do Segundo Exército e ao Cardeal-arcebispo; 13:00 h, sessão solene comemorativa do 10 º Aniversário da Constituição Paulista (Assembleia Legislativa); 14:00 h, desfile de bandas nacionais e estrangeiras, bandeiras e demonstração de esquadrilhas de aviões a jato da FAB (Anhangabaú); 19:00 h regresso do chefe da Nação ao Pavilhão Oficial do Aeroporto de Congonhas.”

 

Algumas imagens sobre a presença do Presidente Juscelino Kubitschek:

Presidente Juscelino Kubitscheck.























Visita dos Senhores Edmundo Monteiro e Paulo Machado de Carvalho, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da Associação das Emissoras de São Paulo, em 5 de junho, que vieram trazer, ao conhecimento dos deputados, o programa dos festejos do Jubileu de Prata da Revolução de 1932.










Edmundo Monteiro

Edmundo Monteiro nasceu na cidade de São Paulo no dia 11 de junho de 1917, filho de Raimundo Monteiro e de Adelaide Monteiro.

Fez seus estudos no Grupo Escolar do Carmo e na Escola de Comércio Álvares Penteado.

Começou sua vida profissional em 1930 trabalhando como auxiliar de escritório no Diário da Noite de São Paulo. Nesse jornal, do grupo dos Diários Associados, de propriedade de Assis Chateaubriand, chegou, com o decorrer dos anos, ao cargo de chefe do departamento de circulação e, em 1939, de diretor comercial. Tornou-se também diretor de publicidade de O Diário de Santos (SP), periódico do mesmo grupo.

Em 1942 foi nomeado por Chateaubriand diretor-gerente dos Diários Associados, tornando-se um dos principais colaboradores nas campanhas de âmbito nacional que o grupo empreendeu. Entre essas campanhas destacaram-se a que visava a obter aviões para os clubes brasileiros de aeronáutica civil, a de redenção da criança, destinada ao estabelecimento de centros de puericultura em todo o Brasil, a da criação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), a de educação e alfabetização e a de socorro às vítimas das enchentes do Rio de Janeiro e de Orós (CE).

Em 1964, como presidente da Associação das Emissoras de São Paulo (AESP), entidade representativa das empresas de rádio e televisão do estado, organizou a chamada Rede da Legalidade, que, no período de janeiro a março desse ano, promoveu a transmissão, para todas as estações da capital paulista, de programas cívicos diários de 30 minutos com o fim de fazer contestação ao governo do presidente da República João Goulart. Ainda nesse ano, com o mesmo propósito, participou diretamente da organização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, contatando empresários e entidades cívicas e convocando-os para esse evento.

Após o movimento político civil-militar de 31 de março de 1964 que depôs João Goulart, promoveu entre maio e julho a campanha Ouro para o Bem do Brasil, considerada pelo então presidente da República, marechal Humberto Castelo Branco, “o grande plebiscito do povo brasileiro para com a Revolução de 1964”.

Em novembro de 1966, foi eleito deputado federal por São Paulo pela legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), agremiação que dava sustentação política ao regime militar, assumindo seu mandato em fevereiro do ano seguinte. Durante o período legislativo não interrompeu suas atividades de jornalista e empresário, mas se afastou dos Diários Associados por ter a sua saúde debilitada por um enfarte. Deixou a Câmara em janeiro de 1971, ao final da legislatura.

Decepcionado com a vida política institucional, decidiu não entrar em novas disputas eleitorais. Desde então, passou a se dedicar primordialmente ao MASP, do qual foi diretor-vice-presidente por muitos anos, e ao Nacional Clube, onde foi presidente. Afastou-se de tais atividades em 1993, em função da idade e do seu estado de saúde.

Faleceu em São Paulo no dia 7 de setembro de 1996.

Era casado com Olga Monteiro, com quem teve três filhos.

 

 

Fonte.

Jornal Diário da Noite, 09 de jul.de 1957. (Arquivo pessoal).

http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/monteiro-edmundo

https://www.tuneldotempoleiloes.com.br/peca.asp?ID=4354017#

https://app.al.sp.gov.br/acervohistorico/exposicoes/9-de-julho/

 

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.

25/08/2020.

 


sábado, 1 de agosto de 2020

Monumento Túmulo aos Voluntários de 1932 de Campinas.




MONUMENTO MAUSOLÉU

Monumento Mausoléu de Campinas 
Fot. Maíra Toledo Silveira Melo- 2013. 






Grandioso Monumento Mausoléu com o formato da bandeira Paulista, todo em granito, instalado na entrada do Cemitério da Saudade. O autor do projeto foi o escultor campineiro Marcelino Velez, apresenta na parte central a placa comemorativa, em bronze, que reproduz uma poesia do campineiro Guilherme de Almeida, e à frente da coluna, a figura em bronze do Soldado Constitucionalista com 2,50 m de altura, que está em guarda, velando o sono eterno de seus companheiros, encimado pelo brasão de São Paulo.  Tem 7m de altura, 16,60 m de comprimento e 4 m de largura, sua construção foi pela iniciativa privada. Nos gavetões estão inumados os restos mortais de 34 Voluntários, Heróis de 32.
Foi inaugurado em 9 de julho de 1935. Está localizado na Avenida da Saudade, na Praça do Voluntários de 32, ao lado direito do portão do Cemitério da Saudade, na cidade de Campinas, SP.

A poesia de Guilherme de Almeida reproduzida no monumento:

Não é túmulo, é berço, é sementeira
De ideal, baliza do futuro, pista
Rastro de heróis na terra campineira
Sobre eles, cor a cor, lista por lista
Eternizou seu voo essa bandeira
Petrificou-se o pavilhão paulista
Bandeirantes: por vós, nesta jazida

Velam as pedras, que esta morte é vida.





 
Coluna central com a poesia de Guilherme de Almeida encimado com o Brasão de São Paulo.
Fot. Maíra Toledo Silveira Melo





O Soldado Guardião 
 Fot. Maíra Toledo Silveira Melo







Os Voluntários que estão inumados no Mausoléu de Campinas.







 

1 – AGUINALDO DE MACEDO
Batalhão Barreto Leme (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste.
A 5 de Setembro, quando combatia nas proximidades de São José do Rio Pardo, caiu esmagado por uma chuva de projéteis. Encerrou, assim a sua cooperação eficiente ao Batalhão Barreto Leme, Coluna Romão Gomes, ao qual estava incorporado.
 Mineiro, natural de Soledade, onde nascera a 2 de abril de 1907, comerciava em Vargem Grande, neste Estado. E tão integrado estava na comunidade paulista, e sentia tanto a beleza da luta em que nos empenhamos, que não hesitou em combater ao nosso lado e ao nosso lado morrer. Eram seus pais o Sr. Ramiro de Macedo e D. Ada Junqueira de Macedo, com os quais vivia, solteiro que era.






 



2 – ALFREDO PACIFICO BELLAGAMBA

7° Batalhão de Caçadores Paulista (Força Pública de São Paulo)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Na aurora da Revolução Constitucionalista, Alfredo Pacifico Bellagamba, que pertencia ao 7° Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, partiu para uma das frentes de combate, sob o comando do coronel João Dias de Campos. Lutou com denodo pela causa abraçada por São Paulo. Depois de tomar parte em muitos combates, o bravo soldado foi atingido no Setor de Campinas, morrendo no dia 23 de Setembro. Foi sepultado nessa cidade, na sepultura 104, quadra 11, no Cemitério local.
Nasceu em Restinga, município de Franca e era filho do Sr. Pacifico Bellagamba. Era irmão de José Bellagamba.







 

3 - ANTENOR BAPTISTA
2° Batalhão da Liga da Defesa Paulista (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Ao incorporar-se, Antenor Baptista recebeu o n° 253 na 3° Companhia do 2° Batalhão da ―Liga da Defesa Paulista‖. Operou no Setor Leste, até poucos dias antes de terminar a luta. Na estação de Pedro Américo, a 28 de setembro, uma bala o prostrou, morto instantaneamente. Foi sepultado em Campinas, onde ainda se acha.
Não foi possível obter dados biográficos precisos. Constou-nos que era de Mogi Mirim, onde teria nascido no ano de 1900.






 

                  4 - ANTONIO DUARTE DA FONSECA
4° Batalhão 9 de Julho (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Com a 3° Companhia do 4° Batalhão 9 de Julho, Totó Duarte, como ele era conhecido, partia, a 28 de agosto, para a frente mineira de combate. Poucos dias pode lutar. A 4 de setembro, em combate no morro do Gravi, subsetor de Itapira, um estilhaço de granada matou-o. Sua carreira foi curta. Bastou, porém, para demonstrar-lhe o valor.
 Nascido em Tambaú, a 20 de outubro de 1905, era Antonio filho do Sr. Francisco Duarte da Fonseca, residente em Santos. Casado com D. Jandyra Medeiros Duarte, deixou um filhinho de poucos dias de idade. Tinha os seguintes irmãos: Alfredo, Antônia, Apparecida, Benedicto, Lourdes e Marietta Duarte da Fonseca. Possuía o senso de civismo em alto grau. Em 1930, foi um dos primeiros a se apresentar para o combate aos revolucionários de então. Era comerciante em café e cereais.





 


5 - ANTONIO FERNANDES DE OLIVEIRA
2º Grupo de Artilharia de Montanha (Exército Brasileiro)
Exército Constitucionalista do Setor Sul
Foi gravemente ferido em Buri no dia 29 de julho falecendo neste mesmo dia, era Sargento do 2º Grupo de Artilharia de Montanha. Seu corpo foi sepultado em Campinas.
Nasceu em Rio Claro, a 21 de janeiro de 1901, era filho de Rafael Tobias de Oliveira Sobrinho e Aurora de Oliveira, tinha dois irmãos: Juvenal e Moacir. Era casado com Marianna Teixeira e tinha uma filha, Zilda. Exercia a profissão de farmacêutico.





 

6 - ARISTIDES XAVIER DE BRITO
2º Regimento de Cavalaria Divisionário (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte.
Incorporado ao 2º Regimento de Cavalaria Divisionário (voluntários) Exército Constitucionalista do Setor Norte, lutou bravamente. Embarcado nos primeiros dias da Revolução, foi também dos primeiros a completar o sacrifício da sua mocidade: morreu varado por tiros de fuzil, dia 22 de julho apenas uma semana e meia depois de iniciada a guerra. Esteve sempre sob o comando do Major Ary de Freitas.
Nasceu em Campinas em 7 de janeiro de 1912, filho de Salustiano Xavier de Brito e Antonietta Xavier de Brito.







 


7 - BENEDICTO JOSÉ DO CARMO
7° Batalhão de Caçadores Paulista (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Em um dos batalhões formados pela Força Pública, quando em Campinas, foi incorporado o voluntário Benedicto José do Carmo. Foi escalado para o 7° Batalhão de Caçadores Paulista dessa milícia e entrou em ação quase a seguir. Morreu em combate, no dia 25 de setembro, no setor de Campinas, tendo sido sepultado nessa cidade, onde se encontra.  





 

8 - DARIO FERREIRA MARTINS
4° Batalhão de Cavalaria (Exército Brasileiro)
Exército Constitucionalista do Setor Litoral
Soldado do 4º Batalhão de Cavalaria. Atuou no Exército Constitucionalista no Setor Litoral. Combateu por poucos dias. Durante um dos primeiros choques havido no litoral, recebeu ferimentos tais que a 16 de julho, em Ubatuba, faleceu em consequência deles.
Era natural de Batatais, filho de Benedicto Baptista Martins e Adelina Ferreira Martins. Era casado.






 

9 – EDMUNDO PLACIDO CHIAVEGATO
Batalhão Veteranos de Campinas (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
No hospital do Círculo Italiano, em Campinas, falecia a 3 de fevereiro de 1933, Edmundo Plácido Chiavegato, ferido em combate, no setor de S. José do Rio Pardo, Coluna Romão Gomes, exatamente cinco meses antes: a 3 de setembro de 32. Até essa data, tomara parte com o Batalhão Veteranos de Campinas, a que pertencia, em rudes pelejas travadas naquele setor. Está sepultado em sua terra natal.
                  Filho do Sr. João Chiavegato e de D. Regina Chiavegato, Edmundo Plácido nascera em Campinas a 14 de setembro de 1908. Solteiro, deixou muitas e solidas amizades.








 

10 - ESPERALDO MARTINS BRAGA







 

11 – FAUSTO FEIJÓ
5° Regimento de Infantaria (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte
A 13 de julho, Fausto Feijó apresentou-se. Incorporado ao 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria, 9° Companhia, a 16 era mandado para o Setor Norte e a 19 conhecia o Túnel, com todas as agruras daquela posição. Um dia houve necessidade de um pugilo de homens capazes de servir de tropa de cobertura na retirada de Queluz. O tenente Cunha Mello, ajudante de ordens do coronel Sampaio, que comandaria o pelotão, pediu voluntários. Uma centena, Fausto Feijó a frente, se apresentou. Foram escolhidos 54, todos campineiros. No cumprimento dessa missão, difícil e honrosa, ele tombou, morto com uma bala na cabeça. Foi sepultado no Cemitério de Pinheiros.
Empregado no comercio em Campinas onde nascera a 15 de fevereiro de 1915, Fausto Feijó era solteiro, filho do Sr. Benedicto Feijó e de D. Ermantina Bueno Feijó.








 

12 – FRANCISCO ANTONIO DA SILVA
Integrante de Unidade de Voluntários
Exército Constitucionalista do Setor Leste
A Força Pública acolheu, além de sua tropa regular, muitos voluntários que se lhe apresentaram, tanto em São Paulo, como em Campinas. Francisco Antonio da Silva foi dos que se incorporaram nessa última cidade sendo destacado para combater no setor que a defendia.
Morreu em Campinas, no dia 22 de setembro, sendo sepultado no Cemitério local.






 

13 - FRANCISCO DUPRAT COELHO
5° Regimento de Infantaria (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte
O Túnel da Mantiqueira citado muitas vezes nas histórias dos bravos que caíram heroicamente em 32. Posição de valor estratégico formidável, chave de todo o serviço de reabastecimento do Setor Norte, pois que, perdida, toda essa frente teria que se retrair, desde o Batedor até Silveiras, a sua defesa honrou verdadeiramente as velhas tradições paulistas. Não cedeu até o último instante, apesar das investidas fortíssimas e insistentes das forças ditatoriais.
Incorporado à 9° Companhia, do 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria, Francisco Duprat Coelho perdeu a vida no Túnel a 27 de agosto.
                  Nasceu em Campinas, a 9 de janeiro de 1914, Francisco Duprat Coelho era filho do Sr. Honório Francisco Coelho e de D. Francisca Coelho. Solteiro, residia com a família em sua terra natal.





 

14 - FRANCISCO PRADO JUNIOR
Batalhão Fernão Salles (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Sul
Incorporado em fins de julho ao Batalhão―Fernão Salles, Francisco Prado Junior partia a 2 de agosto para as trincheiras do Sul. Vinte e dois dias depois, no bairro do Pinhalzinho, distrito de Guapiara do Município de Capão Bonito, tombava ele para sempre, com uma bala no coração. Demonstrara, nos combates em que tomara parte, segurança e valor.
Nascido em Campinas a 30 de dezembro de 1897, Francisco Prado Junior era filho do Sr. Francisco Prado e de D. Maria Julia da Rocha Prado e irmão de: Cyro, casado com D. Zuleika de Castro Prado; D. Valentina, casada com José Leme do Prado; Maria, casada com o Dr. Alberto A. Fortuna; D. Esther, casada com Anselmo A. Pithon; senhorinhas Judith, Edith, Julieta e Therezinha da Rocha Prado; e José da Rocha Prado, também combatente constitucionalista como voluntário do 1° Batalhão de Caçadores da Reserva. Bacharel em ciências e letras pelo Ginásio de Campinas, Prado Junior foi por algum tempo chefe de carteira de cobrança do Banco Comercial, dedicando-se, ultimamente, as atividades de corretor em sua cidade natal. Era solteiro.







 

15 - HEITOR DINIZ CAMPELLO
7° Batalhão de Caçadores Paulista (Força Pública)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Ao que tudo faz crer, Heitor Diniz Campello incorporou-se ao batalhão extra da Força Pública que se formou em Campinas. Serviu como elemento do 7° Batalhão de Caçadores Paulista. Em meio de sangrento combate, travado a 1° de setembro no setor de Campinas, teve morte instantânea. Foi sepultado no Cemitério daquela cidade, onde ainda se encontra.







 


16 - JOÃO ANTONIO
Integrante de Unidade de Voluntários
Exército Constitucionalista do Setor Leste
João Antonio não era do quadro regular da Força Pública. Foi, segundo todos as probabilidades, um daqueles voluntários que, em Campinas, se apresentaram e pediram sua incorporação naquela milícia, com o fim de defender, como defenderam, com real bravura, as cores do Exército Constitucionalista. Morreu nesse mesmo setor, no dia 12 de setembro, tendo sido sepultado no Cemitério daquela cidade. E a razão por que não se conseguiu nenhum dado biográfico sobre esse soldado reside, principalmente, no fato que enunciamos na primeira linha desta nota.








 

17 - JOÃO BRASIL
7° Batalhão de Caçadores Paulista (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Cabo de esquadra do 7° Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, João Brasil combatia desde 13 de julho, quando foi mandado para o setor Leste. Ferido gravemente ao findar a luta, mereceu a sua promoção aa graduação de 3° sargento. Em virtude, porém, dos ferimentos produzidos por estilhaços de granada, veio a falecer a 21 de outubro, na fazenda Sete Quedas, município de Itapira, sendo seu corpo trasladado para Campinas.
Paulistano e solteiro,  João Brasil era filho do Sr. Augusto
Brasil e de D. Antônia Brasil. Nascera no ano de 1902.






 



18 - JOÃO SEBASTIÃO GOMES
7° Batalhão de Caçadores Paulista (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
João Sebastião Gomes foi daqueles paulistas que, no ímpeto que empolgara todo o povo de São Paulo, incorporou-se ao Exército Constitucionalista sem qualquer outra credencial senão a de defender o ideal por que o povo se batia. Não se sabe, por isso, muito bem a que batalhão pertencia. Parece provável, contudo, que tivesse pertencido a um dos batalhões que foram formados à última hora na Força Pública ou então fosse um dos voluntários que se apresentaram aquela milícia, em Campinas, e foram destacados para o 7° Batalhão de Caçadores Paulista. E foi, justamente, nesse setor que João Sebastião Gomes foi mortalmente ferido no dia 31 de agosto, tendo sido sepultado no Cemitério de Campinas, onde ainda se encontra.






 



19 - JOSÉ FONSECA DE ARRUDA
5° Regimento de Infantaria (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte
Incorporado à 9° Companhia do 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria, José Fonseca de Arruda foi um dos valentes defensores do Túnel, em uma de cujas trincheiras morreu e foi sepultado a 27 de agosto de 1932.
Filho do Sr. Boaventura Arruda e de D. Maria Arruda, José Fonseca era solteiro, contava 23 anos de idade e residia em Campinas.







 

20 - JOSÉ PEDRO DE SILOS SANTOS
5° Regimento de Infantaria (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte
Dos primeiros a serem incorporados ás Forças Constitucionalistas, José Pedro de Silos Santos partiu para a frente como soldado da 9° Companhia, do 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria do Exército. Nas montanhas Moraes, em Queluz, esteve presente aos duros embates ali travados. No dia 31 de julho, durante um bombardeio das nossas posições pela aviação ditatorial, sendo ferido por estilhaços de granada o Cap. João Baptista do Prado, José Pedro correu para socorre-lo, sendo nessa ocasião alcançado por outro estilhaço que o feriu profundamente na cabeça. Levado para o Hospital de Sangue de Queluz, ali faleceu horas depois.
José Pedro de Silos Santos era filho do Sr. Paulo Correa dos Santos e de D. Maria de Silos Santos, nascera José Pedro em São José do Rio Pardo a 14 de julho de 1912 e era irmão de Mario, Maria, Mercêdes, Geraldo e Adelaide Silos dos Santos. Terminara há pouco o curso ginasial em Campinas e preparava-se para ingressar na Faculdade de Direito quando se entregou inteiramente à Causa Paulista. Quase menino, lutou como homem, sem qualquer desfalecimento e sem duvidar um só instante da vitória. Seu retrato foi solenemente inaugurado a 6 de novembro de 1932 no salão nobre do Ginásio de Campinas, perante a congregação de alunos. Outras homenagens tocantes foram prestadas a sua memória.







 


21- LUIZ ANTÔNIO DE OLIVEIRA
Batalhão Noroeste Paulista (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Cearense, mostrando ter mais ou menos 28 anos, Luiz Antônio de Oliveira trabalhava em terra de S. Paulo, ganhando para viver sem miséria e sem dificuldades, quando o grito da revolta magnifica de 9 de julho ecoou por todo o Estado, indo alcança-lo nas paragens férteis da Noroeste. O Batalhão ―Noroeste Paulista‖ recebeu-o, levou a combater em Mato Grosso pela mesma causa e trouxe-o depois para o Setor Leste da luta. Quase no fim da campanha, a 24 de setembro, Luiz Antônio combatia na fazenda do Japonês, em Tanquinhos, quando uma granada o alcançou e o feriu gravemente. Transportado imediatamente para Campinas, morreu em viagem. Foi sepultado naquela cidade.





 


22 –-LUIZ MARIANO BUENO (TENENTE)
7° Batalhão de Cavalaria (Força Pública)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Comandante da 2° Companhia do 7° Batalhão de Cavalaria da Força Pública, o Tenente Luiz Mariano Bueno combateu galhardamente no setor de Leste. A 1° de setembro, defendia, valorosamente, uma trincheira avançada naquele setor, quando foi gravemente ferido por projéteis de metralhadora. Transportando para Campinas e ali internado no Hospital da Beneficência Portuguesa, veio a falecer, apesar de muito bem e carinhosamente tratado, a 7 do mesmo mês.
Sepultado no Cemitério local, foi mais tarde trasladado para o Mausoléu que os campineiros elevaram para os seus mortos.
Nascido em São Luiz do Paraitinga, a 19 de março de 1891, Luiz Mariano era filho do Sr. Benedicto Mariano Bueno e de D. Maria Olympia Guimarães. Casado com D. Julia Amelia Bueno, deixou os seguintes filhos: José, Olga, Carlos, Affonso, Wilson e Luizinho. Era estimadíssimo na Força Pública, onde deixou muitos e grandes amigos.







 


23 -  MANUEL THOMÉ DA SILVA
Integrante de Unidade da Força Pública
Exército Constitucionalista
Presume-se que Manuel Thomé da Silva fosse dos soldados constitucionalistas que se incorporaram, depois de iniciado o movimento, nas fileiras da Força Pública do Estado. Destacado para diversos setores, demonstrou-se sempre um bravo e um disciplinado. Combateu até o fim da Revolução, tendo falecido após o seu término, no dia 5 de outubro, em consequência de graves ferimentos de que foi vitima no último combate de que participou. Seu corpo está, hoje, no Mausoléu que o povo campineiro mandou erigir para guardar os restos mortais dos seus mortos de 32.                                                                                                                                                                                        



 


24 –MARIO AUGUSTO
Não há dados biográficos sobre o Soldado Mario Augusto.








 


25 - MARIO MUNIZ (DE CASTRO) DE ARAGÃO
2° Batalhão de Engenharia (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Engenheiro Civil pela Escola Politécnica, Mario Muniz de Aragão cursava o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva quando se iniciou a guerra de 32. Incorporado voluntariamente, logo aos primeiros dias, distinguiu-se de maneira notável durante toda a campanha. Figurava sempre nos mais rudes combates e nunca uma arrancada adversária, por mais forte que fosse, fazia-o dobrar o busto: recebia-a de pé, à frente dos soldados que lhe cabia comandar, como oficial que era do 2° Batalhão de Engenharia, coluna Romão Gomes. Bom e valente, prestou serviços em várias atividades. Era, a um tempo, oficial combatente e oficial da retaguarda. Combatia nas trincheiras ou vinha para a segunda linha preparar terreno para as diversas retiradas que as nossas tropas foram obrigadas a fazer. Nessa ocasião, dinamitava pontes, minava estradas, fazia ruírem barreiras. Era um soldado sempre pronto para todas as missões, difíceis ou arriscadas que fossem. A 30 de setembro, quando em muitas frentes já as armas se abaixavam ante o armistício combinado, na frente de Campinas ainda se lutava. Mario Muniz de Aragão foi mandado dinamitar uma ponte já visada pelo fogo adversário. Foi conhecendo o perigo, contando com ele. Quando terminava o trabalho, uma rajada de metralhadora alcançou-o no ventre, peneirando-o de balas. Morreu horas depois, na mesa de operações do Hospital de Sangue de Campinas, em cujo Cemitério foi sepultado e em cujo mausoléu hoje repousa, ao lado de outros heróis.
 Contava 25 anos de idade e era filho do coronel médico do Exército, Dr. João Muniz de Aragão e de D. Maria Augusta Meira de Castro Muniz de Aragão e irmão de D. Maria Luiz, Raimundo, João Muniz de Aragão e Cesar e Renato Muniz de Aragão, oficiais do Exército. Formara-se em engenharia na Escola Politécnica de São Paulo no ano de 1931.





 

26 - MOACYR SIMÕES DA ROCHA
Integrante de Unidades de Voluntários
Exército Constitucionalista do Setor Litoral
No combate desde as primeiras refregas entre as tropas constitucionalistas e as ditatoriais, o voluntário Moacyr Simões da Rocha conheceu as linhas mais avançadas das nossas trincheiras. Feito prisioneiro durante um combate, foi levado ao campo de concentração da Ilha das Flores. Ali adoeceu gravemente, sendo hospitalizado no hospital Paula Candido, em Jurujuba, Estado do Rio de Janeiro, onde veio a falecer a 10 de setembro.
Nascido em Campinas a 18 de outubro de 1910, Moacyr era filho do Sr. Antônio Pedro Simões da Rocha e de D. Maria Pereira da Rocha e irmão de D. Arminda, casada com Eurides de Campos Macedo; D. Maria de Lourdes, casada com Joaquim Couto Dias; D. Alayde, Edith e Inides Simões da Rocha; e Isolino Simões da Rocha, com D. Amélia Lupporini.
Seu corpo foi trasladado para Campinas, pouco depois de terminada a Revolução, sendo recebido com extraordinárias homenagens. Tropas da ditadura, nessa ocasião aquarteladas na linda cidade, portaram-se irreverentemente, o que deu causa a um grande conflito de que resultou algumas mortes de soldados ditatoriais.





 

27 - NABOR DE MORAES
5° Regimento de Infantaria (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte
Obediente ao primeiro apelo, Nabor de Moraes incorporou-se em Campinas, sendo designado para a 9° Companhia do 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria, o mesmo batalhão que, pela bravura de seus componentes, pelo denodo de seus comandantes, foi cognominado no setor do Túnel – o ―Dois de Ouro‖. E foi justamente para essa frente que, no dia 16 de julho, Nabor de Moraes seguiu onde participou do heroísmo de quantos serviram à invicta posição paulista. Aí, também, como tantos outros bravos, foi ferido mortalmente, morrendo no último dia de agosto em Hospital de Campinas.
Nascera em Vila Jaguari, Estado de São Paulo, no dia 12 de maio de 1914, filho do Sr. Júlio de Morais e de D. Olivia de Morais. Solteiro.






 

28 - NICOLA ROSELLI
5° Regimento de Infantaria (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte
Incluído na 9° Companhia, sob n° 126, do 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria, Nicola Roseli partiu a 10 de julho para o Setor Norte, sendo destacado para uma das difíceis e perigosas posições do Túnel. No cumprimento de missão que lhe fora imposta, tombou valorosamente a 7 de agosto, gravemente ferido por estilhaço de granada, vindo a falecer cinco horas depois no Hospital de Sangue de Cruzeiro, onde fora recolhido. Trasladado seu corpo para Campinas, repousa hoje no mausoléu que aquela cidade elevou aos seus filhos mortos em 1932.
Solteiro, estudante e empregado no comércio, foi, talvez, o primeiro filho de Campinas a morrer na Guerra de 32. Tinha apenas 16 anos de idade, pois nascera a 10 de agosto de 1916, filho do Sr. Remo Roselli e de D. Cecilia de Goes Roselli e irmão de Josephina, Victor e Anna. Por ocasião de sua morte seu pai recebeu o seguinte telegrama:
―Roselli. Corpo de Bombeiros. Campinas. Como herói tombou no campo da luta seu bravo filho Nicola. Queira aceitar pêsames dos camaradas do 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria‖.







 


29 - PEDRO ANTONIO CONCEIÇÃO
Integrante de Unidade da Força Pública
Exército Constitucionalista do Setor Leste
O soldado Pedro Antonio Conceição, incorporou-se em um dos batalhões da Força Pública, no período revolucionário, na cidade de Campinas. Serviu, com denodo, naquele mesmo setor, tomando parte em diversos e sangrentos combates. Morreu, lutando, nas proximidades daquela cidade, no dia 12 de setembro, sendo sepultado em um dos Cemitérios locais. Seus restos, mais tarde, foram trasladados para o Mausoléu que Campinas mandou erigir em homenagem aos seus valentes filhos.





 


30 –PRAXETELES
Não há dados sobre este Voluntário.







 


31 - RENÉ CARNEIRO FERNANDES
Batalhão Marcondes Salgado (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Fazendo uma patrulha de reconhecimento, missão perigosa e de confiança, René Carneiro Fernandes, voluntário do Batalhão Marcondes Salgado, foi gravemente ferido em ressaca, próximo a Campinas, em cujo Hospital de Sangue veio a falecer a 12 de setembro. Foi sepultado no Cemitério local.
 Filho do Sr. José Ignacio Fernandes e de D. Dallila Carneiro Fernandes, nasceu em Machado, Minas Gerais, a 2 de junho de 1904. Deixou os filhos René e Roberto. Era irmão de Ary Carneiro Fernandes, este também falecido valorosamente em combate no Setor Sul, integrante que foi do batalhão 14 de Julho.





 

32 - SANDOVAL MEIRELLES
5° Regimento de Infantaria (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Norte
Incorporado em Campinas, no alvorecer da Revolução Constitucionalista, Sandoval Meirelles seguiu para a frente, como cabo do 3° Batalhão do 5° Regimento de Infantaria, na 9° Companhia sob o número 65. Seu setor foi o da Serra da Mantiqueira, no Túnel e o seu batalhão foi o que, pela bravura de seus soldados, foi cognominado o ― 3 de Ouro. Lutou durante muitos dias. Pôs a prova a sua resistência e a sua coragem. Uma bala de fuzil, contudo, no dia 5 de setembro, pôs termo a sua vida preciosa, matando-o instantaneamente.
Seu corpo foi sepultado em Cruzeiro e, mais tarde, trasladado para São Paulo.
Nasceu em Congonhas do Campo, no Estado de Minas Gerais, no dia 29 de março de 1908, filho do Sr. Annibal Meirelles e de D. Maria Nazareth Meirelles. Deixou os seguintes irmãos: Maria das Dores, casada com o Sr. Benedicto de Godoy; Annibal Meirelles, casado com D. Eulalia Faria Meirelles; Celia, casada com o Sr. Porfiro Cardoso Novaes; Asdrubal Meirelles, casado com D. Judith Meirelles e Luiza, Geraldo e Benedicta Meirelles. Sandoval Meirelles era ferroviário da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro.







 

33 - THOMAZ DE ARAUJO
Integrante de Unidade da Força Pública
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Depois de estalado o movimento constitucionalista, muitos foram os civis que se incorporaram à Força Pública do Estado, quer em São Paulo, quer em várias cidades e particularmente em Campinas. Foi nesta última cidade que Thomaz de Araújo se apresentou aquela milícia para combater pelo ideal de São Paulo. Foi aceito. Partiu imediatamente para uma das frentes de combate, onde lutou com denodo e com bravura.
Morreu em combate, nas proximidades de Campinas, no dia 19 de setembro, sendo sepultado nessa cidade, no Cemitério local e depois trasladado para o mausoléu que o povo campineiro mandou erigir em honra de seus queridos e inesquecíveis mortos.





 

34- WALDOMIRO GONZAGA SILVA
Batalhão Raposo Tavares (Voluntários)
Exército Constitucionalista do Setor Leste
Waldomiro Gonzaga Silva incorporou-se em sua cidade natal – Campinas – no dia 19 de julho de 1932. Ingressou, sob n° 157, na 4° Companhia do Batalhão ― Raposo Tavares. Depois de ter prestado, na retaguarda, muitos e valiosos serviços, partiu para o Setor Leste de operações no dia 19 de agosto. Lutou com denodo e com o patriotismo tantas vezes decantado do soldado constitucionalista até o fim da guerra. E foi justamente em consequência de moléstia contraída nas trincheiras no setor de Bragança, que morreu em Campinas no dia 3 de março de 1933. Está sepultado no Cemitério de Campinas, no Mausoléu que foi construído nessa cidade em homenagem aos voluntários campineiros.
Nasceu em Campinas no dia 16 de maio de 1907, filho de Damião Gonzaga da Silva e de D. Benedicta Gonzaga da Silva, esta falecida. Era casado com D. Angelina Gonzaga da Silva e deixou dois filhos: Oswaldo e Judith. Era irmão de Honório, Francisco, Virgilio e Alice Gonzaga da Silva.







 


35 - FRANCISCO PEROTTI
Integrante de Unidade da Guarda Civil
Exército Constitucionalista do Setor Leste
A história de sua atuação em campanha é de um dia apenas. Partindo para o setor Leste a 22 de setembro, a 23 seu corpo era trazido para Campinas, em cujo Cemitério foi sepultado. Francisco Perotti, chegando as trincheiras de Carlos Gomes, era pouco depois surpreendido por uma força ditatorial. Intimado a render-se, reagiu, matando dois e ferindo outros dos atacantes. Como consequência, uma saraivada de balas o alcançou, dando-lhe morte instantânea.

 Filho do Sr. Romão Perotti e de D. Angelina Perotti, Francisco era natural de São Carlos, nascido a 12 de julho de 1892. Casado com D. Leonilda Aliene Perotti, deixou cinco filhos: Angelina, José, Oswaldo, Roque e Dinorah.






O poema de Guilherme de Almeida e detalhes
nas colunas com os nomes dos voluntários. (Fot. MaíraT.S.M.)





A Coluna do Voluntário jaguariunense Nabor de Moraes.

 
Placa de identificação no gavetão referente a Nabor de Moraes







Detalhe das molduras em bronze que identificavam
os voluntários nas colunas na parte posterior.










A placa com identificação do autor do Monumento




Nas imagens seguintes detalhes da parte posterior do Monumento.




























Cartão Comemorativo da Inauguração do Mausoléu.(Pró Memória Campinas).
 


Verso do cartão.





Homenagens em 23 de julho de 1933.


                   Noticias na imprensa sobre a inauguração do Monumento, imagens a seguir: 















Detalhes que haviam no Monumento, depois das depredações estas placas em bronze não existem mais.

















Foto Prof. Marcos Carmo.



 O Monumento Mausoléu de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Campinas, SP é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (CONDEPACC).


Informações sobre o ataque de vândalos ao Monumento veja neste link https://correio.rac.com.br/_conteudo/2020/07/campinas_e_rmc/962657-vandalos-maculam-mausoleu-de-32.html

Referências.

MONTENEGRO, B; WEISSHON, A. A. (org.) CRUZES PAULISTAS: os que tombaram em 1932 pela gloria de servir São Paulo: Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1936.516p.





Disponível em http://www.vipvirtual.com.br/index.php?secao=2&id=681, acesso em 28 de jul. de 2020.

Disponível em http://mmdccampinas.blogspot.com/2013/06acesso 28 de jul. de 2020.






Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
01/08/2020.

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