sábado, 23 de fevereiro de 2019

1932 NO OLHAR DO FOTÓGRAFO.





No olhar do fotógrafo CERRI, imagens capturadas pelas lentes de sua câmera durante a Revolução Constitucionalista de 1932.





Carga de baioneta.










Um oásis dentro do inferno- o jogo de cartas num momento de folga.






Contando bravatas: "Escapei por um triz!...o que vale é que o
capacete não estava na minha cabeça.




Debaixo do fogo e da chuva na trincheira.





Estudo de Expressão - Observando.




Estudo de Expressão - a carga da baioneta.








A Benção antes da partida para a batalha.



Estas imagens foram publicadas na Revista O CRUZEIRO com o seguinte texto:

O Movimento Revolucionário de São Paulo inspirou ao Artista Fotográfico Cerri – um velho amigo de O Cruzeiro, que o tem honrado várias vezes com amáveis remessas de magníficos originais de seu atelier – na composição de vários quadros, nos quais procurou fixar alguns aspectos da Campanha Revolucionária de Julho – Como poderão constatar os leitores, há em todas essas fotografias que reproduzimos, um profundo sentimento de arte, aliado à técnica mais perfeita, dignos de serem aproveitados pelos nossos pintores.



Fonte.

Revista O Cruzeiro, Ano IV, Rio de Janeiro,22 de outubro de 1932, Nº 51 (arquivo pessoal).




Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.

23/02/2019










 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

PREITO DE SAUDADES.




NOVE DE JULHO DE 1932.

Embaixador Pedro de Toledo.




Fazia-se, em São Paulo, a trama da Revolução Constitucionalista.
O valente cabo de guerra General Isidoro Dias Lopes declarou aos políticos paulistas, que só assumiria o comando militar da Revolução, se lhe dessem cem mil soldados equipados e abastecidos, duzentos mil fuzis novos e respectiva munição, quinhentas metralhadoras, fartos tiros de artilharia, dez aviões de bombardeio e moderno material de transmissões.
Três eram os chefes militares do levante:
O General Bertoldo Klinger, Comandante da nona Circunscrição Militar de Mato Grosso; General Izidoro Dias Lopes, residente no prédio Martinelli, nesta Capital e o então Coronel Euclides de Figueiredo, domiciliado no Rio de Janeiro.
Era grande o movimento nos aposentos do General Izidoro, com a chegada de vários emissários mandados para diversos pontos do País, notando-se dentre eles, o Sr. Júlio de Mesquita Filho que trazia preciosas informações sobre a adesão do Rio Grande do Sul, ao movimento.
Os acontecimentos se precipitaram com as discordâncias entre General Klinger e o Ministro da Guerra.
O General Izidoro inquietou-se.
Chamou um oficial de sua confiança e o mandou, em companhia do saudoso Dr. Galeno de Rivoredo, à casa do Secretário da Fazenda Dr. Morais Barros, afim de que trouxessem informações sobre as armas, a munição e o equipamento pedido.
Os emissários fizeram ver ao Secretário da Fazenda a gravidade do momento e o informaram de que uma poderosa firma europeia entregaria o aludido material, em São Paulo, dentro de 90 dias.
Receberam como resposta que tudo estava providenciado.
As autoridades federais iniciaram a caçada aos chefes revolucionários.
O então Cel. Euclides de Figueiredo, procurado pela polícia, veio para São Paulo na noite de 9 de julho de 1932.
Eram 21 horas desse dia memorável quando o General Izidoro deu entrada na casa do Promotor Público da Capital, Dr. Ibrahim Nobre, onde se achavam reunidos perto de cinquenta oficiais do Exército e pessoas representativas de São Paulo.
O Cel. Euclides de Figueiredo, hoje General, após uma série de considerações, declarou que a revolução abortaria, se não fosse deflagrada naquele momento.
Entregava o caso à consideração dos patrícios presentes.
Todos sem nenhuma exceção, opinaram pelo rompimento imediato das hostilidades.
O Cel. Euclides, assumiu, inteiramente, o comando do movimento e expediu sem demora, as primeiras ordens de urgência.
Entre elas figurava a prisão do Major João de Mendonça Lima, chefe do Estado Maior da 2ª Região Militar, respondendo pelo General Manoel Rabelo que se achava ausente, sendo o mesmo Major conduzido para o Forte de Itaipu. Em seguida o Chefe da Revolução partiu para o Quartel General onde reuniu todos os Comandantes de Corpos da Guarnição da Capital.
O Cel. Euclides de Figueiredo portou-se como um bravo.
Disse que sabia estarem presentes muitos camaradas e muitos Comandantes de Unidade de Exército, contrário à Revolução.
Não desejava prende-los naquele momento histórico.
Permitia que eles regressassem aos seus Quartéis sediados quase todos em Quitauna para que consultassem os seus comandados.
Todos aqueles que não quisessem aderir ao Movimento Revolucionário, deveriam disputar com ele no campo da luta, a hegemonia de suas opiniões.
Ele os aguardaria, no meio do caminho, à frente da primeira linha de combate.
Não houve derramamento de sangue.
A tropa aderiu em peso aos ideais revolucionários, com exceção de poucos dos seus Chefes.
9 de Julho de 1932!

Este texto, transcrito acima, foi publicado na Revista 13 Listas em 1953.





Não há quem, ao ler nossa história, não se comova ante páginas de heroísmo de grandes patriotas brasileiro.










Fonte.

Revista 13 Listas, Ano I, Número 1, abril de 1953 (arquivo pessoal).



Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
19/02/2019.





terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

MENSAGEM À DATA MAGNA PAULISTA.




O Prefeito, Sr. Adhemar de Barros elaborou uma mensagem dedicada ao 9 de Julho, no Aniversário de 25º Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, confira na transcrição a seguir:
                                                                    
No momento em que S. Paulo se ajoelha em reverência à memória de 32, quero dirigir a minha palavra aos Brasileiros deste maravilhoso Estado, não somente como prefeito paulista, mas ainda e sobretudo, como Soldado da Revolução da Lei. Foi aqui perto, nas imediações e no coração da Praça da República, que começou a maior batalha da legalidade que registra a nossa história. O sangue dos quatro bravos que tombaram, no capitulo imorredouro do M.M.D.C., enrubesceu as ruas da Democracia e Clarinou a avançada heróica da valente mocidade de S. Paulo.
Esta rua Sete de Abril, por onde transita a mocidade hodierna, foi a primeira trincheira da redemocratização patrícia, a sacrossanta barricada de onde partiu um grito de revolta insopitada e que fez marchar os exércitos da Lei.
Só quem viu a metrópole gigantesca formigante de soldados, cruzada pelos carros e caminhões de guerra, sob o apito dos instrutores formando infantes em plena via pública, o regozijar da Casa do Soldado, cantina realizada pela mulher brasileira, as filas dos patriotas indo oferecer jóias e relíquias na Campanha do Ouro para o Bem de S. Paulo – só quem viu um Estado todo galvanizado pela mesma idéia, transformando as indústrias da paz nas usinas da guerra, os moços das fábricas e das escolas em carabineiros, e as mães, e as esposas e as filhas, incentivando a partida dos entes queridos para as trincheiras – só quem viu, depois, na batalha desigual, os corpos dos heróis caídos sobre o solo sagrado de S. Paulo – só quem viu esse espetáculo de grandeza moral imorredoura, é que sabe quão grande é o nosso povo, como é altruísta e generosa a nossa mocidade, de que têmpera é feita a alma destemida dos brasileiros de S. Paulo.
Soldado militante dessa luta memorável, recordo-me, em estado de emoção indescritível, essa crônica de bravura, esse avançar de gigantes, esse compungente e invulgar movimento de renúncia e de desprendimento. Só o ideal, o mais acendrado ideal, pode construir fastos dessa natureza. Só a espiritualidade, a mais acrisolada espiritualidade, leva o homem a doar a própria vida em benefício de uma idéia, em prol dos altos interesses da coletividade, para manter um princípio.
Concidadão brasileiro da metrópole de Anchieta: quando você palmilha as artérias paulistanas, em ambiente de liberdade e de segurança, lembre-se que o regime das franquias, a alforria total dos brasileiros, só foi conseguida porque um punhado de bravos deu a própria existência em holocausto à Lei.
No vigésimo quinto aniversário da Revolução Constitucionalista, envio a minha mensagem a todo o povo desta terra, lembrando que um povo que pratica heroísmos como o de 32 tem as energias necessárias para criar, como está criando um dos maiores centros de civilização do mundo, tornando o Brasil naquela Pátria que será uma das maiores potências no conceito das Nações civilizadas, que será a sonhada e abençoada Pátria do Futuro.
a) Adhemar de Barros, Prefeito.



Em 1932, Adhemar à esquerda.






Sr. Adhemar de Barros, Dna. Carolina Ribeiro.(data provável 1930/40)






Em visita ao interior do Estado, 1947 em Santa Barbara D'Oeste.




Dados biográficos:  


Adhemar Pereira de Barros nasceu em Piracicaba SP, em 22 de abril de 1901. Formou-se em medicina pela Universidade do Brasil em 1923, fez pós-graduação durante quatro anos na Universidade Popular de Berlim. De volta ao Brasil, trabalhou no Instituto Osvaldo Cruz, até 1932, quando se engajou nas fileiras da revolução constitucionalista. Com a derrota do movimento, asilou-se no Paraguai e na Argentina.
Em 1934, elegeu-se deputado pelo Partido Republicano Paulista. Mais tarde fundou o Partido Republicano Progressista, que se transformaria no Partido Social Progressista (PSP).
Interventor em São Paulo durante o Estado Novo, em 1947 elegeu-se governador. Candidatou-se em 1955 à presidência da república pelo PSP, mas foi derrotado.
Elegeu-se em 1957 prefeito da capital paulista; no ano seguinte candidatou-se ao governo do estado e em 1960 novamente à presidência, sendo derrotado nas duas ocasiões. Foi eleito governador de São Paulo pela segunda vez em 1962.
Sua administração se caracterizou pela realização de grandes obras públicas. Criou o Plano da Casa Própria Popular, elaborou um plano de água e esgoto para a capital, realizou obras em redes de água no interior, construiu o emissário de Tamanduateí, concluiu as obras do Hospital das Clínicas e das vias Anhangüera e Anchieta, aumentou o número de escolas industriais no interior, criou o Conselho Estadual de Energia Elétrica e a Comissão de Assistência Técnica à Lavoura, e ampliou a Escola de Agronomia Luís de Queirós, em Piracicaba. 
Ademar de Barros morreu em 17 de março de 1969 em Paris, onde passara a residir.




Fonte.


Jornal, Diário da Noite, Edição especial, 09/07/1957(arquivo pessoal).

http://biografias.netsaber.com.br/biografia-1342/biografia-de-ademar-de-barros

https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/ademar_de_barros

ieccmemorias.wordpress.com

http://www.sbnoticias.com.br/sbmemoria/Governador-Dr-Adhemar-Pereira-de-Barros-visita-a-Usina-Santa-Barbara/499




Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
12/02/2019.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

  Os homens de cor e a causa sagrada do Brasil   Os patriotas pretos estão se arregimentando – Já seguiram vários batalhões – O entusias...