Curiosidades Históricas sobre São Paulo.
As Muralhas de São Paulo.
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"Os Muros de São Paulo Quinhentista" - Antonio Silva. |
Na imagem podemos observar essas muralhas que cercavam a povoação quinhentista, que constava apenas do terreno hoje ocupado pelas ruas centrais, chamadas “O Triangulo”.
Segundo Taunay, em seu livro “São Paulo nos primeiros anos (1554 – 1601)” concluiu: “Assim pois, surgiu São Paulo, pelo século XVII a dentro, murado de toras e rudes taipas, como se fora uma praça de guerra medieval.”
Trecho extraído de artigo de Assis Cintra, 1954.
Catedral de São Paulo.
[...] “Estamos em 1946, dispendendo a média de Cr$150.000,00 por mês, e hoje, sem mais faze vaticínios de tempos, temos que redobrar, nossos esforços e nosso apelo à generosidade dos contribuintes afim de que possamos aí celebrar as festas do quarto centenário da fundação de S. Paulo, fazendo ao menos cobrir as cinco naves do templo e revestir provisoriamente os seus pisos correspondentes.
Estamos a pouco mais de sete anos da data de 25 de Janeiro de 1954; o tempo voa mais célere do que imaginamos e só bem compreendido na sua rapidez depois de passado.
Foi aqui que em modesta palhoça, servindo de Casa de S. Paulo, celebrou-se uma missa e solenizou-se, em nome de Deus e do Grande Apóstolo, o batismo de nosso Estado. Os paulistas não podem ficar indiferentes; tem de vencer necessariamente em seus desígnios. É aqui que, dentro da Catedral, ainda inacabada mas revelando em suas linhas soberbas a majestade da nova casa de S. Paulo, havemos de corresponder agradecidos ao largo pensamento dos treze jesuítas que plantaram a Matriz de Piratininga.
[...] Não esmorecemos. Visto que para ultimar em tempo os trabalhos preparatórios para as festas do Centenário, [...]
Trecho extraído do Relatório Nº 26 sobre as obras da Catedral de São Paulo, pág. 4 e 5.
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A Catedral como foi inaugurada em 1954. (fot. Leopoldo Aires) |
E assim foi inaugurada a Catedral de São Paulo em 25 de janeiro de 1954.
Obs. - As torres da Catedral só foram concluídas em 1967.
Santo Antônio, Coronel das Tropas Paulistas.
“Entre a vasta documentação inédita existente no Departamento do Arquivo do Estado, o venerando depositório da nossa história, encontra-se no Livro nº 17 (manuscrito), pag. 154, uma curiosíssima e interessante Carta Patente expedida pelo Capitão – General Governador da Capitania de São Paulo, D. Luiz Antônio de Souza Botelho Mourão, mais conhecido na história pelo título de Morgado de Matheus. A referida Carta Patente, confere ao glorioso e sempre invicto Santo Antônio, o posto de Coronel das Tropas da então Capitania de São Paulo.
D. Luiz Antônio, foi o 9º Capitão-General nomeado, que administrou, durante dez anos, com rara inteligência, grande talento e boa justiça, a vasta Capitania, que depois foi província, hoje Estado de São Paulo.
Foi na sua gestão, de 1765 a 1775, que se iniciou, por sua ordem expressa, o primeiro recenseamento de São Paulo, o que ainda hoje existe, carinhosamente guardado nas salas da História do Arquivo do Estado. Homem dinâmico, empreendedor, severo as vezes, foi o Morgado de Matheus, um dos mais ilustrados e distintos Capitães-Generais que governaram São Paulo, no tempo colonial.
Vejamos agora o documento, que confere ao bondoso padroeiro a Patente de Coronel das Tropas Paulistas, a pedido do Provedor e mais Irmãos de Santo Antônio.
“Patente porq. S.Exca, há por bem oferecer ao Invicto e Glorioso Santo Antonio o posto de Coronel das Tropas desta Capitania para que abençoando-as e formando-as debaixo de Seu Patrocínio, as ampare, e proteja em todos os seus movimentos.
Dom Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão, Morgado de Matheus Fidalgo da Casa de S. Mage e de seu Conselho, Senhor Donatário da Villa de Ovelha do Marão, Alcaide mor, e Comendador da Comenda de Santa Maria de Vimioza de Ordem de Christo Governador atual do Castello da Barra de Vianna, Governador e Capitão General da Capitania de São Paulo, etc. Faço Saber aos que esta minha Carta Patente virem, que sendo-me presente por parte do Provedor, e mais Irmãos da Irmandade do Sr. Santo Antonio, erecta pelo Ordin.o, na Capela filial da Sé desta Cidade, que para aumento da devoção do mesmo Santo e a imitação do que se tem praticado nas demais Capitanias deste Brazil me pedirão lhe mandasse passar Patente de Coronel do Regimento Desta Capitania, e atendendo a que o sobredito Santo é admirável em Milagres, e singular Protetor dos Portugueses, e Santo do meu nome, mt. poderoso para com o Senhor do Exército, q. tem na sua mão. Hey por bem de lhe oferecer ((como por esta lhe ofereço) humildemente, com toda a devoção, o posto de Coronel das Tropas desta Capitania de São Paulo, e lhe rogo queira recebe-las debaixo de Sua grande proteção, abençoando-as, e fazendo-as triunfar e dilatar o Domínios de S. Mage. Fidelíssima, com Gloria da Nação, q. lhe devo ser. Pelo que Ordeno aos Oficiais, e Soldados das Tropas de toda esta Capitania recomendação ao Glorioso, e Invicto Santo Antonio por seu Coronel, e como tal recorrerão para os prover de remédio em todas as suas necessidades assim Temporais como Espirituais. E por firmeza do referido mandei passar a presente, q. vai por duas vias, por mim assinada, e Selada com o Sinete de Minhas Armas. Dada nesta cidade de São Paulo. Pedro Martins Caminha oficial da Secretaria a fez aos cinco dias de Janeiro de mil setecentos de sessenta e sete – Thomas Pinto da Silva, Secretário do Governo a fez escrever.
D. Luiz Antonio de Souza.”
Transcrição de artigo de J. Davi Jorge (Aimoré), publicado no jornal “A Gazeta” de S. Paulo, 1954.
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Jornal "A Gazeta" de São Paulo, 25/01/1954. |
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Capa do Relatório da Comissão Executiva das obras da Catedral de São Paulo. |
PARABÉNS SÃO PAULO!!!!!!!!!!!!
Terra de Heróis!
Homenagem do Núcleo de Correspondência “Trincheiras Paulistas de 32” de Jaguariúna.
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Capa do Jornal, edição especial do IV Centenário de S. Paulo, com ilustração de Messias Melo. |
Fonte.
Arquivo pessoal:
Jornal “A Gazeta”, São Paulo, 25 de janeiro de 1954, Edição Especial do IV Centenário.
Relatório nº26. Comissão Executiva das Obras da Nova Catedral de São Paulo. 1º de janeiro de 1945 à 30 de setembro de 1946.
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.