No relato do jornalista, enviado especial, do Jornal Folha da Noite que foi publicado em 28 de setembro de 1932, podemos verificar a importância da Zona Mogiana na missão de não permitir que as forças ditatoriais seguissem para a conquista de Campinas e posteriormente São Paulo.
A região de Jaguary (atual Jaguariúna), Amparo e Mogi Mirim tiveram grande importância pela localização e por abrigar importante base de operações.
A seguir a transcrição da matéria publicada no Jornal:
““O PERÍODO DECISIVO DA OFENSIVA CONSTITUCIONALISTA NA ZONA MOGIANA.”
“– A ação inicial da Coluna Romão Gomes – Campinas, base de operações da nossa retaguarda – Em nosso poder a região Jaguary – Novos progressos das Armas da Lei.”
“A marcha das operações na linha Jaguary – Amparo coloca-nos numa situação privilegiada. Estamos já de posse de toda a Zona de Jaguary, onde a Coluna Romão Gomes desenvolve uma intensa atividade, visando a expulsão definitiva dos ditatoriais de Amparo e Mogi Mirim. As posições estratégicas das tropas constitucionalistas, depois de perfeitamente consolidadas, estão em condições de permitir uma ação decisiva, abrangendo um vasto perímetro de operações de caráter ofensivo.
Todas as medidas militares nesse sentido foram tomadas após um cuidadoso estudo feito pelo nosso comando geral.
A barreira constitucionalista apresenta uma grande extensão e está solidamente fortificada e guarnecida. Dispomos de forças, armamentos e munições em quantidade considerável. As imediações da Zona de Campinas são verdadeiramente inacessíveis para o inimigo. A nossa retaguarda tem ali sua importante base de operações, em ligação perfeita com todos os postos avançados. Estamos assim aparelhados para uma ofensiva em grande escala, tendo em mira conc0mitante todos os pontos da baixa Mogiana, ora ocupados pelos ditatoriais, cuja situação se apresenta cada vez mais incerta e periclitante.”
“QUEBRADO O ESFORÇO DITATORIAL SOBRE CAMPINAS.”
“Apesar das proporções gigantescas que assumiu no princípio, o esforço para se apoderar de Campinas, onde o inimigo Capital Provisória” do Estado, foi inteiramente neutralizado pela organização imediata da nossa resistência. O choque adversário resultou inútil, a despeito da surpresa com que os ditatórias iniciaram a sua marcha sobre Campinas dirigindo o grosso das suas forças contra esse setor da Lei. Foi uma ação efêmera cujas consequências tinham que ser francamente desfavoráveis para os invasores da Mogiana, como estão sendo agora.”
“A AÇÃO DA COLUNA ROMÃO GOMES.”
“Dando cumprimento à promessa que fez às senhoras da sociedade campineira, o Tenente Coronel Romão Gomes e a sua invicta Coluna já entraram em ação, estabelecendo o primeiro contato com o inimigo que jamais pisará em Campinas, segundo declarações daquele bravo soldado constitucionalista a um nosso companheiro. O Setor de Jaguary passou a ser o teatro da sua atividade militar. As primeiras operações da Coluna Romão Gomes nessa região resultaram mais que vantajosas para as nossas armas. O adversário teve que ceder imediatamente terreno, recuando das posições que ali ocupava. Todo o setor de Jaguary já se acha em poder de nossas forças que continuam a avançar, exercendo uma forte pressão sobre os ditatoriais da Zona de Amparo.”
“UM DIA DE NOVOS SUCESSOS DAS NOSSAS ARMAS.”
Durante o dia de ontem as forças constitucionalistas do Setor de Amparo conseguiram novos e importantes progressos, mantendo valorosamente todas suas posições e molestando fortemente os redutos inimigos. O desequilíbrio das fortificações adversárias é evidente e tende a acentuar-se cada vez mais.”
“A SITUAÇÃO ATUAL DE CAMPINAS.”
“Campinas está atualmente transformada em base de operações da retaguarda constitucionalista. Os serviços de guerra estão ali perfeitamente organizados e entregue a um pessoal competentíssimo. As comunicações com todos os postos avançados das nossas linhas são excelentes.””
Fonte.
acervofolha.com.br
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
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