Fig. 1
"A Bandeira Paulista" obra de Paulo Vergueiro Lopes de Leão.
A bandeira adotada pelo Estado de São Paulo foi idealizada inicialmente para ser a bandeira do Brasil.
Seu autor, Júlio Ribeiro, escritor e também numismata, tinha a intenção de que sua bandeira passasse a ser a Bandeira do Brasil.
A divulgação do modelo proposto por Júlio Ribeiro foi feita, a primeira vez, em um artigo publicado no jornal “O REBATE”, de sua fundação e orientação. Isto ocorreu em 16 de julho de 1888, portanto poucos dias após a abolição da escravatura.
Eis um trecho de como Júlio Ribeiro justificou essa bandeira que pretendia fosse a da Republica nascente, segundo informações do jornal citado acima:
"Esta bandeira preenche tudo o que se possa desejar:
1º) Agrada à vista pela oposição harmónica das cores preta e branca. O preto é absorção completa da luz; o branco é o resultado da composição das sete cores do espectro. Com qualquer destas duas cores, esteticamente vai bem o vermelho.
2º) Tem todas as condições físicas de durabilidade. Veja-se uma bandeira alemã, bandeira que tem as mesmas cores, após anos de serviço ao céu aberto, está quase como no primeiro dia.
3º) Tem legitimidade heráldica: o preto (sinoble), o branco (prata), o vermelho (goles), são cores nobilíssimas, reconhecidas pelos reis de armas de todos os países.
4º) Ainda não tem tradições: a nós cumprir e criá-las, honrosas, invejáveis; a nós incumbe ganhar-lhe o respeito de que se deve ela rodear.
5º) Simboliza de modo perfeito a gênese do povo brasileiro, as três raças de que ele se compõe - branca, preta e vermelha. As quatro estrelas a rodear um globo, em que se vê o perfil geográfico do país, representam o Cruzeiro do Sul, a constelação indicadora da nossa latitude austral.
Assim, pois, erga-se firme, palpite glorioso o Alvinegro Pendão do Cruzeiro!!!"
Essa bandeira chegou a ser hasteada no Palácio do Governo Provincial de São Paulo, no dia da Proclamação da República e alguns poucos dias mais. Mas essa bandeira foi passageira como símbolo do novo regime, mesmo porque um dos primeiros decretos do Governo Provisório da Republica, sob o nº 4 de 19 de novembro de 1889, estabelecia que as cores da nova bandeira fossem verde e amarela, repetindo as cores da Bandeira Imperial.
Os paulistas levaram um tempo a determinar a escolha de uma bandeira que fosse seu símbolo.
Numa fase pouco antes da Revolução Constitucionalista de 1932, durante e após esse período agitado, que a bandeira de Júlio Ribeiro tornou-se autêntico símbolo da terra e do povo paulista. Foi então que todos os paulistas passaram a considera-la como a sua bandeira, mesmo que até então nenhuma lei a tivesse declarado como tal. O apego ardente a essa bandeira nasceu de uma atitude espontânea de todos os paulistas
Mesmo sem ter sido idealizada, primitivamente, para ser a bandeira de São Paulo, acabou, e bem servindo ao nosso Estado.
Contudo, a Lei 145, de setembro de 1948, não deu uma explicação extensa e bem heráldica da nossa bandeira. Isso, aliás, já havia sido feito pelo decreto-lei anterior (o de 1946), o qual precedeu os seus dois únicos artigos de uma série de considerandos em que o último é uma interpretação, muito estruturada, da bandeira paulista. Ei-lo na íntegra:
Foi essa, portanto, a interpretação dada aos elementos heráldicos integrantes da bandeira paulista. É a que devemos aceitar e divulgar. E ela diz bem dos nossos sentimentos nacionalistas.
Quanto ao número de listas não se sabe exatamente qual o critério adotado, sabe-se apenas que em seu desenho inicial tinha 15 listas e em algum momento passou para 13 listas, talvez por uma questão de estética ou por inspiração em alguma outra bandeira.
Fig. 2
A bandeira com 15 listas.
Fig. 3
A bandeira com 13 listas.
Fig. 4
Bandeira usada durante a Revolução Constitucionalista.
Fig.5
A Bandeira do Governador do Estado.
O texto foi baseado em informações do estudo feito por Hilton Federici.
Trechos do Livro: Símbolos Paulistas (Estudo Histórico – Heráldico) do autor Hilton Federici
Referência: FEDERICI, Hilton. Símbolos Paulistas: estudo histórico-heráldico. São Paulo: Secretaria de Cultura, Comissão de Geografia e História, 1981.
Disponível em http//:www.bv.sp.gov.br acesso em 14 de out. de 2013.
Fig. 2 - Disponível em inf.wikipedia.org
Fig.3, 4 e 5 - Disponível em www.vexilogia.com
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