Relato dos que morreram no Setor Jaguary, conforme descrito no livro “Cruzes Paulistas”.
Elydio Antonio Verona – Voluntário
A 1ª Cia. do 3º “Batalhão 9 de Julho”, depois de operar em Eleutério, Espirito Santo e Jaguary estava, em fins de setembro, na Fazenda Japonesa entre Jaguary e Campinas. Elydio Antonio Verona, que fazia parte do 3º pelotão, durante um momento de trégua, deixou a trincheira com outros companheiros em busca de alimentação. Ao voltarem foram surpreendidos pela fuzilaria adversária. Defenderam-se respondendo ao tiroteio, estendidos no chão. Um projétil apanhou Verona no alto da cabeça, saindo-lhe pela nuca. Foi sepultado no próprio local.
Nasceu Elydio a 10 de julho de 1913 em Santa Eudóxia, comarca de São Carlos, filho do Sr. José Verona e da Sra. Elisa Verona Pazzin. Comerciante, com o curso da Escola de Comércio “Pedro II”, residia, como seus irmãos Avelino, Mathilde, Santo, Mario e Casemiro Verona em Rio Preto.
Firmiano Cardoso – Força Publica.
Nos primeiros meses de 1932, Firmiano Cardoso ingressou para a Força Publica, sendo-lhe designado para servir o 3º B.C.P. com ele partiu logo que começou a Revolução, para frente leste. No combate de Jaguary, em setembro, Firmiano desapareceu, sendo considerado morto, por não ter sido encontrado o seu corpo, entretanto, segundo Sr. Pedro Abrucês e Sr. Manoel Seixas, moradores de Jaguariúna, que na época eram crianças e vivenciaram os combates em Jaguary, Firmiano Cardoso foi enterrado no cemitério local. (Fato relatado neste blog em matéria publicada em 26 de agosto de 2012). http://mmdcjaguariuna.blogspot.com.br/2012/08/soldado-sepultado-em-jaguariuna-parte-2.html
Firmiano Cardoso nasceu em Falcão, no estado do Rio de Janeiro, era filho do Sr. José Cardoso e da Sra. Joanna Maria Cardoso e foi casado com a Sra. Annunciata Maria da Conceição, deixando dois filhos Nilo e José.
Ipiroldes Martins Borges – Voluntário.
No primeiro batalhão em Rio Preto, constituído Ipiroldes Martins Borges apresentou-se. Sua incorporação deu-se a 20 de julho, sendo inscrito na 3ª companhia, sob o nº 137. Em virtude de sua extrema juventude, tanto sua família como o comando do Regimento de Rio Preto fizeram oposição ao seu alistamento. Tudo foi inútil. A decisão do jovem foi irrevogável. Nada pode coibi-lo. Seguiu para a zona de combate. Lutou bravamente. Porém um mês depois, precisamente em 20 de setembro, no setor Jaguary, foi atingido por uma bala de fuzil no peito morrendo instantaneamente. Seu sepultamento deu-se em Carlos Gomes.
Ipiroldes nasceu em Serra Azul, neste Estado, a 22 de fevereiro de 1915, era filho do Sr. João Martins Borges e da Sra. Emília Martins Borges. Deixou os seguintes irmãos Alípio, Octavio, Helena, Agenor, Emygdio, Liria, Cynira, Maria de Lourdes e Rosa.
Exercia a profissão de mecânico.
Luiz Antonio de Oliveira – Voluntário.
Cearense, mostrando ter mais ou menos 28 anos, Luiz Antonio de Oliveira trabalhava em terras de São Pulo, ganhando para viver sem miséria e sem dificuldades, quando o grito da revolta magnifica de 9 de julho ecoou em todo o Estado, indo alcança-lo nas zonas férteis da Noroeste. O “Batalhão Noroeste Paulista” recebeu-o, levou-o a combater em Mato Grosso pela mesma causa e trouxe-o depois para a zona Leste da luta. Quase no fim da campanha, a 24 de setembro, Luiz Antonio combatia na Fazenda Japonesa, em Tanquinho, quando uma granada o alcançou e o feriu gravemente. Transportado imediatamente para Campinas, morreu em viagem. Foi sepultado naquela cidade.
Raimundo Testa – Guarda Civil.
Destacado para a Cia. de Bombarda, o guarda – civil de 1ª classe Raymundo Testa, nº 135 daquela Corporação, operou no setor Leste, no lugar chamado Altos de Carlos Gomes, apenas durante vinte e quatro horas, que foram bastante para tirar-lhe a vida, ferido que foi a bala de fuzil que o matou instantaneamente. Ali mesmo foi sepultado, naquela tarde de 22 de setembro.
Nasceu em São Paulo, capital, a 23 de julho de 1907, era filho do Sr. Carmine Testa e da Sra. Maria Barros Testa e irmão de Albina, João, Victorio, Henrique, Nelo, Arieno e Alberto Testa.
Solteiro, exercia sua função de Guarda Civil em São Paulo.
René Carneiro Fernandes – Voluntário.
Fazendo uma patrulha de reconhecimento, missão perigosa e de confiança, René Carneiro Fernandes, voluntário do “Batalhão Marcondes Salgado”, foi gravemente ferido em Ressaca (Santo Antônio de Posse), próximo a Campinas, em cujo Hospital de Sangue veio a falecer a 12 de setembro. Foi sepultado no cemitério local.
Era filho do Sr. José Ignacio Fernandes e da Sra. Dalila Carneiro Fernandes, nasceu em Machado, MG a 2 de junho de 1904. Deixou dois filhos René e Roberto. Era irmão de Ary Carneiro Fernandes, também valorosamente tombado durante a luta na Revolução.
No mapa, ao longo da ferrovia Mogiana entre Campinas e Jaguary, pode-se observar os locais que ocorreram as mortes dos soldados citados. |
Considerações
Nota-se pelas datas que a morte da maioria destes soldados deu-se nos últimos dias de guerra.
Na Zona Mogiana, região de Campinas, setor Jaguary onde se travaram os últimos combates pouco antes do dia da Cessação das Hostilidades, foi que estes valentes e patriotas Soldados Constitucionalistas lutaram até a morte por um ideal e amor a Pátria.
Referências.
MONTENEGRO, B; WEISSHON, A. A. (org.) CRUZES PAULISTAS:os que tombaram em 1932 pela gloria de servir São Paulo: Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1936. 516p.
Imagem disponível em pt.wikipedia.org. Acesso em 10 de jun.de 2013.
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
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