“Anoitecer de 9 de julho de 1932. O Governo está reunido no Palácio dos Campos Elísios. Pedro de Toledo, comovido, consciente da imensidade do instante naquela hora vivido, ouviu a declaração de que a Revolução Constitucionalista se iniciava.
E, grande, heroico, com os olhos molhados de emoção, disse:
- “Eu fico com São Paulo”.
Nessa mesma hora mandava expedir ao ditador o telegrama em que renunciava à interventoria paulista em obediência ao anseio do seu povo.
No largo do Palácio, incontida multidão regozijava entusiasmada. Batalhões do Exército e da Força Publica formavam alas, em parada. Ia ser aclamado o Governador de São Paulo.
Pedro de Toledo, chapéu nas mãos, as cans veneráveis sopradas pelo vento, cercado por luzido piquete de lanceiros da Força Pública em uniforme de grande gala, chegou em automóvel aberto. Indescritível a ovação que o recebeu. As tropas apresentaram armas. As bandas militares tocaram o Hino Nacional. E milhares de chapéus voaram pelos ares, atirados pelo insopitável entusiasmo popular.
O rádio levou a todo o Brasil as palavras nesse dia proferidas dentro do Palácio do Governo de São Paulo. E, levou também, a emocionante voz popular sagrando a aclamação do seu Governador!”
O rádio levou a todo o Brasil as palavras nesse dia proferidas dentro do Palácio do Governo de São Paulo. E, levou também, a emocionante voz popular sagrando a aclamação do seu Governador!”
Dados biográficos de Pedro de Toledo
Em 29 de junho de 1860 nasceu Pedro Manuel de Toledo, na cidade de São Paulo, filho do Tenente Manuel Joaquim de Toledo e da Sra. Anna Innocencia Barbosa, foi um advogado e político brasileiro. Foi o quarto interventor federal a ocupar o governo do estado de São Paulo.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Recife, no ano de 1884. Em São Paulo, foi procurador fiscal da Tesouraria Provincial de São Paulo em 1885 e, depois, delegado e chefe de polícia interino de São Paulo (1889). Comandante interino da Guarda Nacional, no ano de 1893. No poder legislativo, foi Deputado Estadual entre 1895 e 1910 e também fundador e membro da Academia Paulista de Letras, titular da cadeira nº 39.
Na área federal, durante o governo de Hermes da Fonseca ocupou os ministérios da Agricultura (1910/1913) e da Viação e Obras Públicas (1912). Foi embaixador do Brasil, na Itália (1914/1917) e na Argentina (1919/1926). Voltou para o Brasil e, em 1932, e foi nomeado Interventor Federal em São Paulo, cargo que ocupou de 7 de março a 10 de julho de 1932.
Participou do movimento constitucionalista de 1932, sendo Comandante Civil da Revolução Constitucionalista. Após o episódio de 23 de maio de 1932, quando foram mortos os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas iniciais deram origem ao movimento MMDC, foi aclamado Governador Civil da Revolução de 1932. Três meses de luta, São Paulo foi derrotado e Pedro de Toledo deposto, preso e exilado, só retornando ao Brasil em 1934.
Pedro de Toledo, Governador de São Paulo, faleceu na Casa de Saúde Dr. Eiras, no Rio de Janeiro às 4:10 h do dia 29 de julho de 1935. Seu corpo veio para São Paulo.
Foi transladado para o Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista no Parque Ibirapuera, em São Paulo, no dia 9 de julho de 1957.
Referências.
MONTENEGRO, B; WEISSHON, A. A. (org.) CRUZES PAULISTAS: os que tombaram em 1932 pela gloria de servir São Paulo: Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1936.516p.
Pró-Memória de Campinas – SP, disponível em,
http://pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br/2007/07/personagem-governador-pedro-de-toledo.html. Acesso em 27 de jun. de 2013.