sexta-feira, 28 de junho de 2013

Governador Pedro de Toledo



 


“Anoitecer de 9 de julho de 1932. O Governo está reunido no Palácio dos Campos Elísios. Pedro de Toledo, comovido, consciente da imensidade do instante naquela hora vivido, ouviu a declaração de que a Revolução Constitucionalista se iniciava.

E, grande, heroico, com os olhos molhados de emoção, disse:

 - “Eu fico com São Paulo”.

Nessa mesma hora mandava expedir ao ditador o telegrama em que renunciava à interventoria paulista em obediência ao anseio do seu povo.

No largo do Palácio, incontida multidão regozijava entusiasmada. Batalhões do Exército e da Força Publica formavam alas, em parada. Ia ser aclamado o Governador de São Paulo.

Pedro de Toledo, chapéu nas mãos, as cans veneráveis sopradas pelo vento, cercado por luzido piquete de lanceiros da Força Pública em uniforme de grande gala, chegou em automóvel aberto. Indescritível a ovação que o recebeu. As tropas apresentaram armas. As bandas militares tocaram o Hino Nacional. E milhares de chapéus voaram pelos ares, atirados pelo insopitável entusiasmo popular. 
O rádio levou a todo o Brasil as palavras nesse dia proferidas dentro do Palácio do Governo de São Paulo. E, levou também, a emocionante voz popular sagrando a aclamação do seu Governador!”






Dados biográficos de Pedro de Toledo


Em 29 de junho de 1860 nasceu Pedro Manuel de Toledo, na cidade de São Paulo, filho do Tenente Manuel Joaquim de Toledo e da Sra. Anna Innocencia Barbosa, foi um advogado e político brasileiro. Foi o quarto interventor federal a ocupar o governo do estado de São Paulo.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Recife, no ano de 1884. Em São Paulo, foi procurador fiscal da Tesouraria Provincial de São Paulo em 1885 e, depois, delegado e chefe de polícia interino de São Paulo (1889). Comandante interino da Guarda Nacional, no ano de 1893. No poder legislativo, foi Deputado Estadual entre 1895 e 1910 e também fundador e membro da Academia Paulista de Letras, titular da cadeira nº 39.
Na área federal, durante o governo de Hermes da Fonseca ocupou os ministérios da Agricultura (1910/1913) e da Viação e Obras Públicas (1912). Foi embaixador do Brasil, na Itália (1914/1917) e na Argentina (1919/1926). Voltou para o Brasil e, em 1932, e foi nomeado Interventor Federal em São Paulo, cargo que ocupou de 7 de março a 10 de julho de 1932.
Participou do movimento constitucionalista de 1932, sendo Comandante Civil da Revolução Constitucionalista. Após o episódio de 23 de maio de 1932, quando foram mortos os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas iniciais deram origem ao movimento MMDC, foi aclamado Governador Civil da Revolução de 1932. Três meses de luta, São Paulo foi derrotado e Pedro de Toledo deposto, preso e exilado, só retornando ao Brasil em 1934.
Pedro de Toledo, Governador de São Paulo, faleceu na Casa de Saúde Dr. Eiras, no Rio de Janeiro às 4:10 h do dia 29 de julho de 1935. Seu corpo veio para São Paulo.
 Foi transladado para o Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista no Parque Ibirapuera, em São Paulo, no dia 9 de julho de 1957.



Referências.

MONTENEGRO, B; WEISSHON, A. A. (org.) CRUZES PAULISTAS: os que tombaram em 1932 pela gloria de servir São Paulo: Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1936.516p.


Pró-Memória de Campinas – SP, disponível em,


quarta-feira, 26 de junho de 2013

O NC “TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA” TAMBÉM ESTÁ NO FACEBOOK !







O 10º NC “Trincheiras Paulistas de 32 de Jaguariúna” conta agora com mais uma ferramenta de divulgação histórica da Epopéia de 1932 que passa a ser uma página no FACEBOOK. Confira no link a seguir.




terça-feira, 18 de junho de 2013

Aniversário do Núcleo de Correspondência” Trincheiras Paulista de 32 de Jaguariúna”





“O sangue quente, rubro estuante de patriotismo e vida, de aventuras e conquistas dos Bandeirantes, continua correndo nas veias dos paulistas e continuará sempre, per omnia secula seculorium a alimentar os corações dos nossos descendentes que serão também, como o foram os nossos antepassados, como o somos nós, a sentinela avançada da Pátria, erguendo-a, defendendo-a e engrandecendo-a!
Ave São Paulo! Ave São Paulo! Coração do Brasil!”


(Trecho de uma carta do Ten. Mário Santos Meira, contido no livro Revolução de 32 de Benedito Fernandes de Oliveira, 1950)








O Núcleo de Correspondência “Trincheiras Paulistas de 32 de Jaguariúna” hoje, 18 de junho de 2013, completa um ano de sua fundação. Foram publicadas 59 matérias em seu blog, de relevante conteúdo para a história da Revolução Constitucionalista, tendo sua Presidente recebido diversas honrarias entre diplomas e medalhas, sendo que no próximo 9 de julho, com muita honra receberá a Medalha da Constituição na Assembléia Legislativa de São Paulo.
 Agradeço primordialmente ao Cel. Mario Fonseca Ventura , Presidente da Sociedade Veteranos de 32, Prof. Jefferson Biajone , idealizador e fundador dos Núcleos de Correspondências e Presidente do 1º Núcleo de Correspondência “Paulistas de Itapetininga! As Armas!” e ao Sr. Egydio João Tisiani, Conselheiro do  Núcleo de Correspondência “Voluntários Paulistas de Piracicaba”, pelo incentivo, colaboração e  confiança em mim depositado.
Agradeço também aos amigos, leitores e seguidores do blog do Núcleo de Correspondência “Trincheiras Paulistas de 32 de Jaguariúna” e entre várias pessoas que apoiaram e colaboraram destaco o Sr. Pedro Abrucês, Sr. Ney Malvasio e Sr. Adilson Spagieri. Em adição, fico grata também ao apoio e o reconhecimento pela Prefeitura de Jaguariúna por intermédio da Sra. Inaiana Vicentim do Departamento de Comunicação, do Sr. Alfredo Chiavegato Neto da Câmara Municipal de Jaguariúna e da Casa da Memória pelo Sr. Tomaz Pires.
Espero poder continuar contribuindo para o engrandecimento da história da Revolução Constitucionalista e a honrar aqueles que bravamente deram seu sangue pela Constituição, por um país melhor livre e democrático, não se esquecendo do amor maior pela Pátria e o legado maior o exemplo de civismo e coragem dos Soldados Constitucionalistas .





Banner na página da Prefeitura de Jaguariúna.





Correspondência recebida em junho de 2013.



Maria Helena de Toledo Silveira Melo





terça-feira, 11 de junho de 2013

Combatentes mortos no Setor Jaguary



Relato dos que morreram no Setor Jaguary, conforme descrito no livro “Cruzes Paulistas”.




Elydio Antonio Verona – Voluntário


 A 1ª Cia. do 3º “Batalhão 9 de Julho”, depois de operar em Eleutério, Espirito Santo e Jaguary estava, em fins de setembro, na Fazenda Japonesa entre Jaguary e Campinas. Elydio Antonio Verona, que fazia parte do 3º pelotão, durante um momento de trégua, deixou a trincheira com outros companheiros em busca de alimentação. Ao voltarem foram surpreendidos pela fuzilaria adversária. Defenderam-se respondendo ao tiroteio, estendidos no chão. Um projétil apanhou Verona no alto da cabeça, saindo-lhe pela nuca. Foi sepultado no próprio local.


Nasceu Elydio a 10 de julho de 1913 em Santa Eudóxia, comarca de São Carlos, filho do Sr. José Verona e da Sra. Elisa Verona Pazzin. Comerciante, com o curso da Escola de Comércio “Pedro II”, residia, como seus irmãos Avelino, Mathilde, Santo, Mario e Casemiro Verona em Rio Preto.





Firmiano Cardoso – Força Publica.


 Nos primeiros meses de 1932, Firmiano Cardoso ingressou para a Força Publica, sendo-lhe designado para servir o 3º B.C.P. com ele partiu logo que começou a Revolução, para frente leste. No combate de Jaguary, em setembro, Firmiano desapareceu, sendo considerado morto, por não ter sido encontrado o seu corpo, entretanto, segundo Sr. Pedro Abrucês e Sr. Manoel Seixas, moradores de Jaguariúna, que na época eram crianças e vivenciaram os combates em Jaguary, Firmiano Cardoso foi enterrado no cemitério local. (Fato relatado neste blog em matéria publicada em 26 de agosto de 2012).  http://mmdcjaguariuna.blogspot.com.br/2012/08/soldado-sepultado-em-jaguariuna-parte-2.html

Firmiano Cardoso nasceu em Falcão, no estado do Rio de Janeiro, era filho do Sr. José Cardoso e da Sra. Joanna Maria Cardoso e foi casado com a Sra. Annunciata Maria da Conceição, deixando dois filhos Nilo e José.





Ipiroldes Martins Borges – Voluntário.


No primeiro batalhão em Rio Preto, constituído Ipiroldes Martins Borges apresentou-se. Sua incorporação deu-se a 20 de julho, sendo inscrito na 3ª companhia, sob o nº 137. Em virtude de sua extrema juventude, tanto sua família como o comando do Regimento de Rio Preto fizeram oposição ao seu alistamento. Tudo foi inútil. A decisão do jovem foi irrevogável. Nada pode coibi-lo. Seguiu para a zona de combate. Lutou bravamente. Porém um mês depois, precisamente em 20 de setembro, no setor Jaguary, foi atingido por uma bala de fuzil no peito morrendo instantaneamente. Seu sepultamento deu-se em Carlos Gomes.

Ipiroldes nasceu em Serra Azul, neste Estado, a 22 de fevereiro de 1915, era filho do Sr. João Martins Borges e da Sra. Emília Martins Borges. Deixou os seguintes irmãos Alípio, Octavio, Helena, Agenor, Emygdio, Liria, Cynira, Maria de Lourdes e Rosa.
Exercia a profissão de mecânico.






Luiz Antonio de Oliveira – Voluntário.


Cearense, mostrando ter mais ou menos 28 anos, Luiz Antonio de Oliveira trabalhava em terras de São Pulo, ganhando para viver sem miséria e sem dificuldades, quando o grito da revolta magnifica de 9 de julho ecoou em todo o Estado, indo alcança-lo nas zonas férteis da Noroeste. O “Batalhão Noroeste Paulista” recebeu-o, levou-o a combater em Mato Grosso pela mesma causa e trouxe-o depois para a zona Leste da luta. Quase no fim da campanha, a 24 de setembro, Luiz Antonio combatia na Fazenda Japonesa, em Tanquinho, quando uma granada o alcançou e o feriu gravemente. Transportado imediatamente para Campinas, morreu em viagem. Foi sepultado naquela cidade.





Raimundo Testa –  Guarda  Civil.


Destacado para a Cia. de Bombarda, o guarda – civil de 1ª classe Raymundo Testa, nº 135 daquela Corporação, operou no setor Leste, no lugar chamado Altos de Carlos Gomes, apenas durante vinte e quatro horas, que foram bastante para tirar-lhe a vida, ferido que foi a bala de fuzil que o matou instantaneamente. Ali mesmo foi sepultado, naquela tarde de 22 de setembro.

Nasceu em São Paulo, capital, a 23 de julho de 1907, era filho do Sr. Carmine Testa e da Sra. Maria Barros Testa e irmão de Albina, João, Victorio, Henrique, Nelo, Arieno e Alberto Testa.
Solteiro, exercia sua função de Guarda Civil em São Paulo.





René Carneiro Fernandes – Voluntário.


Fazendo uma patrulha de reconhecimento, missão perigosa e de confiança, René Carneiro Fernandes, voluntário do “Batalhão Marcondes Salgado”, foi gravemente ferido em Ressaca (Santo Antônio  de Posse), próximo a Campinas, em cujo Hospital de Sangue veio a falecer a 12 de setembro. Foi sepultado no cemitério local.

Era filho do Sr. José Ignacio Fernandes e da Sra. Dalila Carneiro Fernandes, nasceu em Machado, MG a 2 de junho de 1904. Deixou dois filhos René e Roberto. Era irmão de Ary Carneiro Fernandes, também valorosamente tombado durante a luta na Revolução.


No mapa, ao longo da ferrovia Mogiana entre 
Campinas e Jaguary, pode-se observar os locais 
que ocorreram as mortes dos soldados citados.


Considerações


Nota-se pelas datas que a morte da maioria destes soldados deu-se nos últimos dias de guerra.
Na Zona Mogiana, região de Campinas, setor Jaguary onde se travaram os últimos combates pouco antes do dia da Cessação das Hostilidades, foi que estes valentes e patriotas Soldados Constitucionalistas lutaram até a morte por um ideal e amor a Pátria.





Referências.

MONTENEGRO, B; WEISSHON, A. A. (org.) CRUZES PAULISTAS:os que tombaram em 1932 pela gloria de servir São Paulo: Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1936. 516p.

Imagem  disponível em  pt.wikipedia.org. Acesso em 10 de jun.de 2013.


Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

  Os homens de cor e a causa sagrada do Brasil   Os patriotas pretos estão se arregimentando – Já seguiram vários batalhões – O entusias...