sexta-feira, 12 de setembro de 2025

71º ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE JAGUARIÚNA.

 12 DE SETEMBRO DE 2025 JAGUARIÚNA COMPLETA O 71º ANO DE EMANCIPAÇÃO POLITICA.

 

Em 1894 era apenas um lugarejo com fazendas, sítios e a estrada de ferro. Foi neste tempo e cenário que o Coronel Amâncio Bueno teve a idéia e a ousadia de realizar no local mudanças que transformaram o lugar em Vila. O primeiro passo foi a construção de uma Igreja, a Capela em homenagem à Santa Maria e desde então a VILA BUENO, posteriormente VILA JAGUARY e por fim JAGUARIÚNA foi, através dos anos, se transformando até chegar na bela cidade que, hoje, é destaque no cenário nacional e internacional.


Imagem acervo Casa da Memória de Jaguariúna


Entre os muitos fatos importantes históricos há também a Ferrovia.

                 A Ferrovia sempre fez parte da História de Jaguariúna, já no ano de 1875 com a inauguração do trecho Mato Dentro (Carlos Gomes), Tanquinho, Jaguari e Guedes.

A Estação da Vila Jaguary, atual Jaguariúna, serviu como um centro telegráfico de transmissão de ordens aos batalhões que por ali se encontravam, durante a Revolução Constitucionalista de 1932, foi também usada para distribuição de munição e em barracões pertencentes à estação foram usados como abrigo para caminhões militares.

 

Estação da Mogiana Jaguary - 1875



Outro acontecimento histórico para a cidade de Jaguariúna, que também teve seu destaque, foi durante a Revolução de 1930 e a Revolução Constitucionalista de 1932 onde alguns de seus cidadãos participaram, como voluntários, deste evento.

São eles:

O Mártir jaguariunense NABOR DE MORAES,

ALFREDO GUEDES,

ALFREDO DE SOUZA e

VALDOMIRO CHIAVEGATO.

Honras a estes Heróis de 32 e que a cidade não esqueça jamais de homenageá-los reconhecendo sua valorosa contribuição para que se instalasse no nosso País a Lei, a Ordem, a Liberdade e a nossa Constituição.

 

São mais de 130 anos para que Jaguariúna se tornasse a cidade que ora conhecemos, e tudo começou com a bela Igreja, que hoje passa por reformas e restauro por ação de seus cidadãos que lutam para preservar a História da cidade.



Matriz Centenária - Igreja em Homenagem à Santa Maria.
Foto Maria Helena Toledo S. Melo, 2015


 https://youtu.be/TDtCDzDvYkM?si=Hti9-GfDE17vVTBR



O PORTAL TRINCHEIRAS DE JAGUARIÚNA HOMENAGEIA A CIDADE PELO SEU ANIVERSÁRIO!

PARABÉNS JAGUARIÚNA  A “ESTRELA DA MOGIANA BONITA POR NATUREZA”!



Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo, setembro de 2025.


domingo, 7 de setembro de 2025

7 DE SETEMBRO DE 1932.

 






7 de Setembro de 1932, quando a Guerra Cívica parou.

A clara alvorada invernal de 7 de setembro de 1932, Dia da Independência da Pátria, quarta-feira, testemunhou dois Exércitos adversários de um mesmo Brasil, de uma mesma gente

Os fatos se desenvolveram na Frente Norte de combate, mais especificamente, no Túnel da Mantiqueira, na Garganta do Embaú, localizado logo acima do Túnel, há 1.100 metros de altitude. Na Serra, dominada pelos constitucionalistas, destacava-se o local denominado Morro do Canhão (assim chamado, pois ali fora postado um canhão constitucionalista, de 105 mm). Na região, fronteiriça e estratégica entre os Estados de São Paulo (cidade de Cruzeiro) e Minas Gerais (cidade de Passa Quatro), a Bandeira do Brasil foi desfraldada, com um diferencial. Antes, porém, calou-se a artilharia constitucionalista, além de também silenciar as metralhadoras e os fuzis.

Os Soldados Constitucionalistas (Paulistas de nascimento ou de coração), no “celeiro de heróis da Revolução”, o Capitão Reynaldo Saldanha da Gama, nas trincheiras pelo lado Paulista, deslocou-se para o ponto mais elevado do morro.

Acompanhavam-no 4 soldados, com clarins, todos do 2º GAP (Grupo de Artilharia Pesado, do Exército Brasileiro, sediado em Quitauna, bairro da cidade de Osasco, na Capital), uma guarda à Bandeira e demais Oficiais do QG- Quartel General. Finalizava a composição da comitiva um mastro improvisado, longo e tosco bambu verde e amarelo, que carregava a Bandeira Brasileira.

O próprio mandante da façanha (que não se esqueceu do memorável dia, apesar das agruras da guerra), tenente - coronel Theófilo Ramos, da Força Pública Paulista, estava presente. Era comandante do 2º BCP (atual 2º BPM/M, que realiza o policiamento no bairro da Penha e arredores, na Capital). Alcançando o cimo da elevação, por volta das 07:00 h, balas adversárias assobiavam sobre eles.

Perfilada a tropa, o capitão Saldanha da Gama comandou: - “Sentido!”. Pouquíssimos segundos após, ordenou: - “Em Continência à Bandeira, Apresentar, Armas!”. Os clarins, com o fôlego máximo dos 4 combatentes, cantaram o famoso toque, a “MARCHA BATIDA” (composta em 1894, lavra do Major Joaquim Antão Fernandes, da Força Pública Paulista, o mesmo ritmo que ainda é executada nos quartéis de norte a sul do país).

Talvez envergonhados, os disparos “do lado de lá”, do outro lado da montanha, cessaram...

Concomitantemente, o improvisado bambu elevou nosso Pavilhão naquela congelante colina. O desfraldar da Bandeira Nacional estava em curso. O eco dos clarins, transitoriamente, substituíram o soar das metralhadoras e o uivo das granadas...

Durante a execução do toque, o Exército Constitucionalista, formado por membros da Força Pública, do Exército Nacional bem como por voluntários (veja em: encurtador.com.br/dmyB5), em reverência ao nosso Símbolo Maior, perfilou-se, em pé, no parapeito de suas trincheiras. Total era o desprezo ao inimigo, que ficara tímido com a ação inesperada, corajosa e patriótica.

No decorrer do ataque dos clarins cívicos, naqueles segundos preciosos, como uma “coreografia vocal ufanista”, de trincheira em trincheira o brado era repetido: “Viva o Brasil! Viva São Paulo! Viva a Constituição!”.

Entretanto, o inesperado aconteceu, fato raro que fato raro que só se sucede com os nobres de consciência.

Do outro lado daquelas formações montanhosas, visíveis a poucas centenas de metros do Exército Constitucionalista, rente aos canhões e metralhadoras estava o adversário, o inimigo da ocasião, as tropas Ditatoriais.

Sem nenhuma ordem formal, de mesmo modo, com marcialidade, igualmente expondo suas silhuetas ao morticínio, prestaram continência à Bandeira verde-amarela. Repetiram a mesma frase constitucionalista: “Viva o Brasil! Viva São Paulo! Viva a Constituição!”, segundo testemunho do próprio capitão Saldanha da Gama, em entrevista concedida no ano de 1970.

Todas as Trincheiras ficaram em pé! Por um breve momento, pelo toque do clarim, com duração média de um minuto, a Guerra foi calada.

Com a última partitura executada, com a Bandeira já no alto do mastro, tremulante, em destaque no horizonte, outro comando do Oficial: - “Descansar, Armas!”, obedecida por nossa tropa. Automaticamente, balas, “vindas de lá”, com o zunir dos fuzis, felizmente, sem atingir ninguém, anunciava o término da breve trégua. Era o recomeço da barbárie, que alimentou o anjo da morte e ceifou a vida de inúmeros outros brasileiros, sob o olhar atônico, estático e estarrecido da “Mãe- Bandeira”. Ela, gélida, impotente e inerte, observou, diante de seus olhos, do alto da Serra, os filhos, sobre seu ventre macio, desenrolando uma luta fratricida, uma luta entre irmãos...

Como a data era especial, o café da manhã foi comemorativo, porque o serviço de abastecimento melhorou a boia dos soldados, com latas de conserva, doces, sardinha e refrescos.

No final do dia, quando o Sol se despedia da Mantiqueira, o capitão Arcy da Rocha Nóbrega, artilheiro do Exército Brasileiro, convocou a Oficialidade para assistir ao arriamento do Pavilhão Nacional. Similar ao ocorrido pela manhã, os clarins do 2º GAP tocaram, enquanto, suavemente, a Bandeira descia do mastro. Os Ditatoriais, em respeito, cessaram a fuzilaria, enquanto seus soldados mais uma vez ficaram de pé na Serra, magnetizados pelo momento solene.

Por tradição militar, fechando o evento, haveria o disparo de uma salva de 21 tiros de canhão. Entretanto, faltavam granadas constitucionalistas...

Por improvisação, 21 foguetes foram lançados. Com a explosão do 1º, os Ditatoriais se esconderam, imaginando um ataque, mas, verificando a situação, voltaram a contemplar o acontecimento.

Quando o 21º foguete enviado explodiu no céu, o fusco lusco já dominava aquelas bandas. Os “Soldados de lá” ainda admiravam aquele mastro de bambu, à distância, nua, sem a “Manta Sagrada”. O silêncio, ensurdecedor e mortífero, imperou por algum tempo naquela rápida trégua, pois nem pássaros e grilos anunciavam suas presenças...

Já noite, a primeira rajada era dirigida contra as trincheiras constitucionalistas, com a devida resposta, em forma de aço e chumbo. A proximidade dos oponentes, mediada pela “terra-de-ninguém”, ouviam-se os insultos recíprocos entre os combatentes. Tudo voltava à diabólica normalidade na Mantiqueira, local onde imperou, naqueles dias, o “deus da guerra”.

Ainda em “7 de setembro”, no interregno entre o hasteamento e o arriamento, sucumbiu o cabo Plácido Barbosa, integrante do Corpo de Bombeiros da Força Pública, que trocara o assovio das sirenes pelo o silvo das granadas. Pela manhã tivera tempo de assistir sua última comemoração cívica. Nascido em Bragança Paulista, em 1914, recebera gravíssimos ferimentos em combate, falecendo no Hospital de Sangue de Cruzeiro- SP, cidade ao lado do Túnel da Mantiqueira. Uma Rua, na Vila Carrão, zona leste de São Paulo, homenageou sua lembrança com seu nome.


 

Transcrição de um trecho de texto de Sérgio Marques publicado em Último Segundo – IG em 07/09/2018.

 





Fonte - https://ultimosegundo.ig.com.br/policia/2018-09-07/7-de-setembro-guerra-civica.html  acesso em 07/09/2025.

Imagem 1 - https://www.jorgepaulofotografo.com.br/post/7-de-setembro

Imagem 2 – www.tudoporsaopaulo.com.br

 

 

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo, 7/09/2025.

 

 

71º ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE JAGUARIÚNA.

  12 DE SETEMBRO DE 2025 JAGUARIÚNA COMPLETA O 71º ANO DE EMANCIPAÇÃO POLITICA.   Em 1894 era apenas um lugarejo com fazendas, sítios e ...