Os
homens de cor e a causa sagrada do Brasil
Os
patriotas pretos estão se arregimentando – Já seguiram vários batalhões – O
entusiasmo na Chácara Carvalho – Exercícios dia e noite – As mulheres de cor
dedicam-se à grande causa. Também os negros de todos os Estados, que vivem em
São Paulo, quando o clarim vibrou chamando para a defesa da causa sagrada os
brasileiros dignos, formaram logo na linha de frente das tropas
constitucionalistas. A epopéia gloriosa de Henrique Dias vai ser revivida na
luta contra a ditadura. Patriotas, fortes e confiantes na grandeza do ideal por
que se batem São Paulo e Mato Grosso, os negros, sob a direção do Dr. Joaquim
Guaraná Sant’Anna, tenente Arlindo, do Corpo de Bombeiro, tenente Ivo e outros,
uniram-se, formando batalhões que, adestrados no manejo das armas e na disciplina
vão levar, nas trincheiras extremas, desprendidos e leais, a sua bravura,
conscientes de que se batem pela grandeza do Brasil que seus irmãos de raça,
Rebouças, Patrocínio, Gama e outros muitos tanto dignificaram. Os nossos irmãos
de cor, cujos ancestrais ajudaram a formar este Brasil grandioso, entrelaçando,
os pavilhões auriverde e Paulista, garbosos, ao som dos hinos e marchas
militares, seguem cheios de fé, ao nosso lado, ao lado de todos os brasileiros
que levantaram alto a bandeira do ideal da constitucionalização, para a cruzada
cívica, sagrada, da união de todos os Estados sob o lábaro sacrossanto da
pátria estremecida.
Este
texto foi publicado no Jornal A Gazeta de 23 de setembro de 1932, vem reconhecendo
e enaltecendo a valorosa contribuição junto aos seus irmãos brasileiros, que lutaram
pela liberdade para todos, pela Constituição, pela Ordem e pela Lei na
Revolução Constitucionalista de 1932. E assim a história nos mostra que ao
longo dos anos estes brasileiros guerreiros vem lutando com coragem pela
igualdade e liberdade de todos assim como fizeram seus ancestrais.
Não
só os homens negros se destacaram nas revoluções e guerras no Brasil também inúmeras
destemidas mulheres, destaco algumas delas:
Maria Felipa de Oliveira
da Ilha de Itaparica heroína negra que lutou na independência do Brasil, na
Bahia 1823
Maria Felipa |
https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/pessoa/maria-felipa-de-oliveira/
Ana Preta
lutou na Guerra do Paraguai (1864/1870). Retornou à pé carregando o corpo do
marido morto.
Ana Preta |
Maria Soldado
lutou como soldado nas trincheiras da Revolução Constitucionalista de 1932.
Maria Soldado |
Nossas
Honras aos Heróis e Heroínas negros que sempre lutaram por um Brasil com
justiça e igualdade para todos.
Homenagem
no Dia Da Consciência Negra do Portal Trincheiras de Jaguariúna
“No
dia da “consciência negra”, lembre-se que consciência não tem cor e sim
convicções, de que você é consigo mesmo e as pessoas em volta!”
(Fernando
Macedo)
Editado
e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo
20/11/2024