domingo, 9 de julho de 2023

91º ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932.

 


A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento pela promulgação de uma Constituição o que levou a uma das maiores lutas armadas, considerada a maior revolta popular armada da história brasileira. Não foi um movimento separatista como erroneamente muitos acreditam.

9 de Julho é a data cívica mais importante para o Estado de São Paulo e deveria ser para o Brasil também, pois foi o maior movimento enfrentado por um Estado para o bem comum de um País.

Neste 9 de julho de 2023 quando comemoramos o 91º Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, devemos honrar os milhares de Voluntários Soldados Constitucionalistas, os que morreram nas trincheiras e os que retornaram orgulhosos do dever cumprido.

 





O espirito de patriotismo que envolveu todos os participantes e simpatizantes durante a Revolução Constitucionalista de 1932 foi tão intenso e podemos compreender um pouco do que foi lendo o texto de apresentação do livro Revolução de 32: O que foi: porque foi, da autora Nagiba Maria Rizék Maluf:

[...] Estudante ainda, em plena juventude, pude vibrar também com os bravos combatentes, levando alimentos ou remédios aos que, ou em virtude de mudanças de embarque, ou para tratamento de ferimentos recebidos, ficavam acantonados nos estabelecimentos oficiais que suspenderam as atividades para os receberem. Vi soldados com o rosto irreconhecível, inchados, mãos e corpos cheios de ataduras – ajudei muitas vezes a pensá-las-, jovens de muletas, mas nem por isso desanimados da defesa do ideal que os ativa à luta.

Tirei dos jornais da minha terra natal e dos jornais da época da cidade de São Paulo, muitos feitos de que deram notícias, inclusive muitas opiniões das mais ínclitas personalidades da época, que externavam publicamente o fervor com que todos pleiteavam uma coisa única, aquilo pelo qual se batia e se deverá bater sempre: a Ordem Constituída de uma Nação, a sua Constituição.

Quem sentiu, nas frias noites de julho de 1932, o ambiente de uma paz silenciosa e íntima do dever bem cumprido, a contrastar com o movimento dos soldados que em estradas de ferro ou em caminhões cruzavam as cidades; ou as notícias de tiroteios; ou serviu comida; ou forneceu remédios; ou presenciou o desenrolar do estado em que ficavam o povo e as cidades; só escrevendo a respeito, mesmo, para dizer aos pósteros: Sigam o exemplo! Sejam combativos! Tudo por São Paulo! Tudo Pelo Brasil!

 


Batalhão Esportivo.




 No embarque do 1º Batalhão Esportivo, comandado pelo Tenente-coronel Francisco Bastos, foi proferida esta empolgante oração, pelo Monsenhor Castro Nery repassada de fé e de otimismo, que com a todos comoveu profundamente:

Deus abençoe esta bandeira. Sobre ela estenda a sua mão robusta, num gesto curvo e bom de proteção. Que ela ondule as suas pregas de ouro e esmeralda à frente das vossas companhias de guerra, que esfrole aos ventos, nos cismos da Mantiqueira e se envolva da fumarada dos canhões nas trincheiras de Itararé. Que ela jamais se abata, que ela jamais recue e que ela jamais se entregue ao inimigos; mas que ressurja do seu batismo de fogo mais bela e gloriosa do que nunca, e passe as fronteiras fluminenses pespontada pelas balas da ditadura, e molhe a fímbria na onda verde da Guanabara e erga o mastro, ainda trêmulo das batalhas, junto ao Cristo Redentor no Corcovado.

Vós não ireis combater por um nome ou uma ficção, por um capricho de moços ou uma exaltação de românticos, por um punhado de ouro ou por uma bravata regionalista.

Saís, a campo, de armas na mão, por uma ideia, por um ideal, por um dever sagrado, por uma dívida contraída com os nossos avós que fizeram o Brasil; ides pelejar pelo Brasil unido e constitucional, pela lei e pela liberdade, pela Ordem e pela Justiça – e porque não? Ides pugnar por Deus, porque Deus é tudo isso: Deus é Lei, Deus é Liberdade, Deus é Ordem, Deus é Justiça.

A terra que pisas é sagrada; ela está empapada no sangue ainda quente dos Drausio e dos Miragaia, dos Marcondes Salgado e dos Marcelino Fonseca, dos Fernão Salles e dos Ary Cajado, dos Manuel Penha e dos Almeida Quirino. O espírito destes bravos, tombados na luta, paira sobre as vossas cabeças, enche o ar que respiras, faz brotar a comoção dos vossos peitos...As suas vozes surdas clamam pelo esforço. Os seus lábios, imobilizados pela morte estrugem como a própria voz da Pátria, e ela ecoa por estas arquibancadas esportivas, e ela rola com estas águas históricas do Tietê. Brasileiros! Brasileiros! De pé, pela Constituição! Não se interrompe a batalha porque um soldado morreu. Avante! Defendei São Paulo! Salvai o Brasil!

 



Batalhão Esportivo.


Na Revolução Constitucionalista de 1932 houve a participação de toda a sociedade, pobres e ricos, estudantes e profissionais, mulheres e crianças e ainda religiosos como capelães e até como combatentes.

 

Padre Antão e o Pelotão da Saúde no Hospital da Revolução.




Honras e Glória aos Soldados Constitucionalistas de 1932!


Honras aos Soldados Voluntários jaguariunenses NABOR DE MORAES, ALFREDO GUEDES, ALFREDO DE SOUZA E VALDOMIRO CHIAVEGATO!

 

 

Fonte.

MALUF, Nagiba Maria Rizék, Revolução de 32:o que foi: porque foi, 2 ed., Global Editora e Distribuidora Ltda., São Paulo, SP, 2009, 189p.

 

http://www.abrafite.com.br/artigo58.htm

 https://www.migalhas.com.br/quentes/389562/9-de-julho-revolucao-constitucionalista-completa-91-anos

 

Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.


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