I - PRIMEIRA SEMANA, PRIMEIRAS LUTAS.
Deflagrada a Revolução, a Força Pública e grupos de civis armados tomam a cidade. Pedro de Toledo é aclamado Governador. Alunos, na Faculdade de Direito, recebem armas e munições e impedem a entrada de desconhecidos. Caravanas de civis e militares rumam para o interior, onde se organizam Batalhões de Voluntários.
Tropas adversárias concentram-se em Barra do Piraí. O 7º Batalhão da Força Pública embarca em direção de Minas Gerais e o Regimento de Cavalaria, de Pirassununga para o norte.
Os constitucionalistas tomam a fábrica de munições de Piquete. A vanguarda paulista entra em contato com ditatoriais, em Queluz. O Coronel Euclides de Figueiredo transmite o comando da 2ª R.M. ao General Klinger e segue para Cruzeiro. Oficiais e praças de cavalaria do Paraná aderem ao movimento, em Itararé. Tropas se movimentam em direção de Itu e Lorena.
Um regimento naval desembarca em Parati e se desloca para Cunha, travando combate com civis, que recuam para Guaratinguetá. Uma companhia da Força Pública é enviada para aquela cidade, partindo de Mogi. Seguem para Cacheira o 4º e o 2º Regimento de Cavalaria e uma bateria do 2º G.A. de Montanha. Aviões inimigos lançam bombas sobre s tropas constitucionalistas, entre Silveiras e Cachoeira.
II – SEGUNDA SEMANA: CHEGA TABORDA.
Constitucionalistas avançam em direção de Pouso Alegre. Em outro setor atingem Piquete, penetrando alguns quilômetros as linhas inimigas, tentando alcançar Itajubá. No Túnel, o adversário é rechaçado. Vindo de canoa do Rio de Janeiro, chega a Santos o Coronel Taborda que vem a São Paulo a pé para aderir ao movimento. Registram-se novos combates na linha Cruzeiro – Passa Quatro, na região de Itatiaia, onde um batalhão ditatorial é atacado, em Cunha e também ao sul na região de Ribeira.
III - TERCEIRA SEMANA: LUTAS NO TÚNEL.
Na região do Túnel as tropas ditatoriais fazem fogo cerrado sobre os constitucionalistas durante várias horas. Em São José do Barreiro e Cunha, sob o comando do Capitão João Alberto, os ditatoriais tentam um avanço sobre São Paulo. Um pelotão da Polícia Mineira na zona do Túnel e mais 300 soldados que operam em Minas aderem ao movimento. Os ditatoriais alojados em Túnel são obrigados a recuar para além de Itanhandu, adiante de Passa Quatro.
Ao sul, forças paranaenses que atacam, são repelidas, internando-se no Paraná.
Em Piquete, o destacamento Abílio ataca ditatoriais, fazendo-os recuar para Itajubá Velho, deixando 2 canhões de 75mm. Assaltos a São José do Barreiro são repelidos.
IV – QUARTA SEMANA: O ALVO, CRUZEIRO.
Na zona de Cruzeiro, ditatoriais romperam violento fogo de artilharia contra constitucionalistas. Em Queluz e Barreiros acentuam-se os progressos dos paulistas. Em Cunha fuzileiros navais desencadeiam novo ataque, sendo repelidos. As tropas adversárias avançam na região de Salto e do Túnel e tentam excursão em Santo Antônio da Alegria.
V – QUINTA SEMANA: ATAQUES AÉREOS.
Tropas mineiras atacam a zona de Mococa, ao lado da Estação Júlio Tavares, sendo repelidas com auxílios que seguiram de Itaiquara e São José do Rio Pardo.
Na frente Sul, ditatoriais são repelidos para a margem esquerda do Apiaí. Ao sul de Guapiara novo avanço inimigo é detido pelo destacamento Morais Pinto e um avião constitucionalista abate um avião de bombardeio adversário.
Novos combates se registram em Cunha. Oficiais do Exército atravessam Minas Gerais para incorporar-se às Forças Constitucionalistas.
Em Areias e Cunha os aviões constitucionalistas bombardeiam tropas adversárias e os aviões da ditadura bombardeiam instalações elétricas em Cachoeira.
VI – SEXTA SEMANA: CUNHA RESISTE.
Perto de Queluz, na região de Pinheiros, os constitucionalistas atacam os adversários, aprisionando 30 e tomando uma trincheira.
No Túnel, são aprisionados 2 oficiais e 60 soldados inimigos. O trem em que viaja o Coronel Euclides Figueiredo é metralhado. Os ditatoriais intensificam o ataque em Cunha onde se destaca a ação do Major Virgílio Ribeiro dos Santos, subcomandante do 1º Batalhão da Força Pública. Em Buri, ao sul, os ataques ditatoriais são precedidos por ação da artilharia.
VII – SÉTIMA SEMANA: ATAQUES A LESTE.
As forças da ditadura atacam a Zona Leste, compreendendo Mococa, Eleutério e Caconde. E Cunha, os constitucionalistas apreendem grande quantidade de material bélico e uma ambulância.
São José do Rio Pardo se vê ameaçada pelos ditatoriais. Os paulistas tomam Vila Queimada, que é bombardeada pelos aviões inimigos. No sul, registram-se combates em Chavantes e na região do Fundão.
VIII – OITAVA SEMANA: AVIÕES ABATIDOS.
O Forte de Itaipu é bombardeado por uma esquadrilha de aviões. Na região Mogi – Itapira, um avião inimigo é abatido, outro, na fronteira de Minas. Registram-se combates em São José do Rio Pardo e ataques em Lagoa, na região de Casa Branca. No Setor Pinheiros – Vila Queimada os constitucionalistas envolvem os inimigos e fazem grande número de prisioneiros.
IX – NONA SEMANA: ESCASSEZ DE MUNIÇÃO.
Os ataques inimigos visam Pedreiras e Coqueiros.
Visando estabelecer no norte um campo de operações em setor menos longo, onde com menor concentração de tropas e menor dispêndio de materiais se oferecesse maior resistência, retrai-se a linha de Pinheiros – Silveiras para outra de menor extensão.
Aviões ditatoriais bombardeiam Lagoa, sendo um abatido. Em Porto Murtinho (Mato Grosso) constitucionalistas tomam três canhões, munições e farto material bélico. Em Batedor, há escarniçados combates corpo a corpo. As lutas se intensificam em Silveiras, no Rio das Almas, Túnel e Cruzeiro, que sofre bombardeios aéreos.
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Batalhão Acadêmico: primeira fila,à esquerda, o Tenente Antônio Dourado, o 3º da terceira fila, sem chapéu, Luciano Nogueira Filho. |
X – DÉCIMA SEMANA: CACONDE RETOMADA.
Os constitucionalistas bombardeiam campo de aviação em Amparo e os ditatoriais bombardearam Campinas várias vezes, violentos ataques se registram na direção de Piquete. Em Sapecado, na região de São José do Rio Pardo, lutam as tropas de Romão Gomes contra os adversários. No Rio das Almas, violentos combates entre ditatoriais e o Batalhão 14 de Julho.Na Região de Grama, fortes combates culminam com assalto a arma branca contra os ditatoriais dos quais é destruída uma peça de artilharia. Caconde é retomada pelos constitucionalistas e os ditatoriais se retiram para além das cidades mineiras de Guaxupé, Arceburgo e Guaranésia.
XI – DÉCIMA PRIMEIRA SEMANA: O AVANÇO DE ROMÃO GOMES.
A Coluna Romão Gomes prossegue fazendo o inimigo recuar das posições em Jaguari, onde são apreendidas armas e munições. Os adversários desfecham no sul violentos ataques contra os constitucionalistas. Em Amparo é abatido um avião da ditadura e os aviões inimigos bombardeiam Guaratinguetá, Campinas, Limeira e Casa Branca.
XII – DÉCIMA SEGUNDA SEMANA: LUTA NO SUL ATÉ O FIM.
O Tenente Coronel Romão Gomes que viera a São Paulo é preso e levado para o 4º B.C., em Santana. Inesperadamente o General Klinger propõe ao Governo Federal a cessação das hostilidades. A luta no sul do Estado prossegue, entretanto, até o dia da assinatura do armistício. Romão Gomes ao sair da prisão demite-se da Força Pública por não concordar em receber ordens da ditadura que havia combatido.
Este pequeno resumo da Revolução Constitucionalista de 1932 foi publicado no jornal, Diário da Noite em 1957, sem nomear o autor.
Fonte.
Edição Especial do jornal Diário da Noite de 09 de julho de 1957. (Arquivo pessoal).
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
09/06/2018.