quinta-feira, 30 de outubro de 2014
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
UM EXPLORADOR EM JAGUARIÚNA.
Kleber Tanaka, nasceu em São Paulo em 07 de janeiro de 1975, mora em Jaguariúna desde de 1980.
Simpatizante de Revolução Constitucionalista de 1932, colecionador e explorador, em suas horas de folga gosta de explorar trincheiras e locais onde houve batalhas a procura de artefatos perdidos nestes locais.
Tive acesso a seu acervo o qual poderá ser conferido nas fotografias à seguir.
Sr. Kleber Tanaka em frente a uma antiga cadeia em Eleutério.
Área de trincheiras em Eleutério.
Partes de uma granada de mão.
Conhecida pelos soldados como "abacaxi".
Um fragmento de granada de mão e
peças de chumbo que eram usadas dentro de artefato explosivo.
Cápsulas de balas.
Cartucho raríssimo.
F.N.C.M 1929 significa que o cartucho foi confeccionado pela
Fábrica Nacional de Cartuchos Matarazzo no ano de 1929.
( Informações da Sra. Ana Cristina Lazzati, colecionadora e Presidente do NC de Jundiaí)
Esta faca pertenceu a um soldado constitucionalista.
Sr Tanaka recebeu de um sitiante da região do Tanquinho.
O capacete foi adquirido pelo Sr. Kleber Tanaka de um antiquário.
O morteiro também foi adquirido pelo Sr. Kleber.
Agradeço ao Sr. Kleber Tanaka pela gentileza em permitir compartilhar com o público o seu acervo.
Fotografias - Kleber Tanaka e Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
MANIFESTO DO DR. PEDRO DE TOLEDO E SEUS AUXILIARES.
Transcrição do Manifesto do Dr. Pedro de Toledo e seus auxiliares, em São Paulo no dia 2 de outubro de 1932.
“Ao povo de São Paulo – Quando em 9 de julho do corrente ano, a guarnição federal aqui aquartelada e a Força Pública deste Estado, se levantaram em armas num movimento coordenado com as forças militares do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, de Mato Grosso e do Distrito Federal, e com as correntes políticas desses Estados, todo o povo paulista nele se integrou. Não foi mister um apelo aos homens válidos, nem uma convocação. A um só impulso, todos acorreram a se arregimentarem, organizando-se batalhões de voluntários que, dia a dia, se atiraram à luta, a mais nobilitante de quantas em nosso país se travaram.
Aclamados pelas forças militares e pelo povo paulista, tivemos de, obedecendo à sua imposição, assumir o governo do Estado, passando a dedicar-lhe todas as energias de que éramos capazes, a fim de corresponder à confiança e, principalmente, ao trabalho incomparável de seu grande e nobre povo, que se atirou à guerra com todo o ânimo de vencer, improvisando aqui tudo de quanto careciam os exércitos constitucionalistas para a sustentação do fogo de que deveria resultar a vitória.
Se triunfos tivemos, e esses foram numerosos, como a posteridade há de verificar, assombrada, nos anais da história paulista, reveses sofremos, a principiar pela ausência de companheiros de lutas, cujas armas contra nós se voltaram.
Durante quase três meses a peleja se desdobrou em todos os limites de São Paulo; e este fez impossíveis para mantê-la, vigorosamente, apesar de terem sido lançadas contra ele as forças armadas de todos os Estados, menos Mato Grosso, amparadas pelos enormes recursos, de que, por força de sua posição, dispõe a ditadura.
Sem desfalecimentos, fez São Paulo tudo quanto o engenho de sua gente e a capacidade de sua indústria e da sua lavoura permitiram, para o abastecimento dos exércitos, amparo e socorro da população civil, salvaguarda de todos os direitos individuais e coletivos, mantendo, a todo o transe, a ordem jurídica e social, assegurando assim, todos os elementos da vitória.
Com a altaneira de espírito e serenidade de razão demostrou o povo paulista, nesta epopéia sem igual, a firmeza do seu pulso, a largueza de suas vistas e a amplitude de seu sentimento nacional. A página, que agora coloriu com o seu sangue, há de permanecer imortal, aos olhos de todo o Brasil, como a mais inequívoca demonstração da sinceridade de sentimentos com que se entregou à causa da rápida constitucionalização do país.
Combatido em todos os setores, com todas as armas, ainda as mais atrozes e as mais desumanas, manteve-se no posto, defendendo os seus ideais e honrando os seus compromissos.
Continuava a luta quando, em 27 de setembro findo, teve o governo a notícia de que, entre a oficialidade da Força Pública se preparava, em surdina, entendimento com a ditadura, para a cessação da guerra. E no dia seguinte, pela manhã, do General Bertholdo Klinger, comandante das Forças Constitucionalistas, recebeu a comunicação de que em face dos últimos acontecimentos, seria improfícua a continuação das hostilidades. Por isso, acrescentou, já havia enviado aos comandantes de setores a comunicação de que pretendia, naquele dia, propor um armistício ao adversário. Reuniu-se o governo e, de ouvidos os comandantes militares, representantes das associações comerciais, industriais, liberais e outros – cujo concurso foi preciosíssimo e cuja solidariedade jamais sofreu solução de continuidade – viu-se na emergência de não poder opor-se à resolução dos militares.
Se fracassaram as negociações do armistício proposto pelo comandante das Forças Constitucionalistas, que julgou inaceitáveis, por humilhantes, as condições do que lhe oferecera a ditadura – vingou o pacto, com ela, em separado, firmado pelo comandante geral da Força Pública. Em seguida, pelo governo ditatorial foi o comandante geral da Força Pública nomeado governador militar do Estado de São Paulo, do que, por uma comissão, composta do Coronel Eduardo Lejeune, Major Mário Rangel e Capitão João Francisco da Cruz, teve há pouco o governo paulista comunicação oficial.
Cessa, destarte, a vida do governo constitucionalista aclamado pelo povo paulista, pelo Exército Nacional e pela Força Pública e hoje por esta deposto. Fica encerrada, nesta faixa do território brasileiro, a campanha militar pela restauração do regime legal. Mas o anseio não se sopitará. Comprimida, a campanha há de expandir-se, certamente, por não ser possível que um povo, como o nosso, persista em viver sob um regime arbítrio.
Deu São Paulo tudo quanto podia dar ao Brasil. Tudo empenhou em prol de sua organização político-administrativa. E disso não se arrependerá.
O seu governo, instituído pelo povo paulista, com o apoio das forças armadas, encerra o seu ciclo histórico. Antes, porém, que se extinga a vigência, afirma que cumpriu o seu dever.
Tudo por São Paulo!
Tudo pelo Brasil!
São Paulo, 2 de outubro de 1932 – (aa) Pedro de Toledo, Waldemar Ferreira, Paulo de Moraes Barros, J. Rodrigues Alves Sobrinho, F. E. da Fonseca Teles, Francisco da Cunha Junqueira, Gofredo T. da Silva Teles, Joaquim A. Sampaio Vidal, Tirso Martins.”
Governador Pedro de Toledo.
“O que foi a atuação de Pedro de Toledo nos três meses de luta, todo paulista sabe e se resume em três palavras: coragem, valor, abnegação.
Terminada a Revolução, ele esperou a chegada do vencedor das armas. Não temeu prestar contas à ditadura da sua coparticipação na rebeldia magnifica, que afirmara ao mundo a força do civismo bandeirante.
Preso e exilado, manteve a mesma serena, suave e forte atitude de resignada altivez.
E quando voltou do exílio, mais velho, cansado dos sofrimentos suportados em terra alheia, encontrou o fiel e grato povo de São Paulo a espera-lo para pagar-lhe a dedicação imensurável do seu sacrifício. Nunca homem algum foi recebido e aclamado nas ruas de Piratininga com tamanho ardor, com tantas flores e com tal sinceridade.
Era o Governador de São Paulo que retornava.
Pedro de Toledo retomava o posto que, nos corações dos paulistas, lhe estava reservado e que só ele ocuparia”.
Fonte.
FIGUEIREDO, E. Contribuição para a História da Revolução Constitucionalista de 1932. São Paulo, Livraria Martins Editora S.A.,1954. 325p.,2 doc., 10 mapas.
MONTENEGRO, B; WEISSHON, A.A. (org.) CRUZES PAULISTAS: os que tombaram em 1932 pela gloria de servir São Paulo: Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais, 1936. 516p.
www.america.org.br, acesso em out. de 2014.
historiacritica.blogspot.com, acesso em set.de 2014.
Editado e publicado por Maria Helena de Toledo Silveira Melo.
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