"A VOZ DA REVOLUÇÃO DE 1932".
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César Ladeira - Radialista |
César Ladeira
César Rocha Brito Ladeira, mais conhecido como César Ladeira, nasceu em 11 de dezembro de 1910 na cidade de Campinas, SP e faleceu em 08 de setembro de 1969.
Foi um dos maiores nomes do rádio brasileiro de todos os tempos. Com sua voz marcante ditou o tom do rádio por muitos anos.
Iniciou sua carreira em 1931 como locutor da Rádio Record de São Paulo e celebrizou-se a partir de 1932 tornando-se a grande voz em prol da Revolução Constitucionalista.
Suas narrações à frente da Rádio Record fizeram com que ele se tornasse “A Voz da Revolução de 1932” e sua voz foi além das fronteiras paulistas ecoando por todo o país. Sempre a meia-noite, furando o bloqueio da censura varguista, e sempre com fundo musical a marcha “Paris Belford” transmitia com entusiasmo as narrativas sobre os combates e os acontecimentos relativos ao Movimento Constitucionalistas.
César Ladeira criou tanto impacto com suas narrativas que por pouco não foi deportado após o termino da Revolução
Mesmo com o término da Revolução e tendo se mudado para o Rio de Janeiro, César Ladeira não encerrou sua ligação com o ideal dos bravos heróis de 32 e em 1957 lançou um LP chamado “São Paulo de 32 – Pró Brasilia Fiant Eximia”, totalmente narrado por ele e incluiu além de poemas de Guilherme de Almeida e Oliveira Rosa, uma crônica sua chamada “25 anos depois”.
"A VOZ DE SÃO PAULO".
Em 1932 era uma época que não existia televisão e o rádio era o principal meio para levar as notícias dos campos de batalhas até a população. Era comum naquela época as famílias se reunirem ao redor do rádio para saber as últimas notícias.
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Rádio usado em 1932, acervo do Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes. (Fot. M.H.ToledoS.M.) |
A PRB-9 (antes de ser chamada como Rádio Record) foi fundada em 1927 por Álvaro Liberato de Macedo, como Rádio Sociedade Record, e passada à Paulo Machado de Carvalho em 1931 é rebatizada como Rádio Record.
A emissora teve seus trabalhos iniciados nos estúdios na Praça da República, região central da cidade de São Paulo, participando efetivamente dos momentos mais importantes da história do País, como a Revolução Constitucionalista de 1932 comemorada no dia 9 de Julho. Nesta época São Paulo exigia a deposição do então Presidente Getúlio Vargas, e então as rádios paulistas, em especial a Rádio Record se transformaram em poderosas armas. Em julho, teve início o movimento que ficou conhecido como a Revolução Constitucionalista, que tinha como principal exigência a convocação de eleições para a formação de uma Assembléia Constituinte, pois o país necessitava de uma nova Constituição.
Quando as manifestações ganham força em 23 de maio de 32, a Rádio Record empresta seus microfones para a leitura de um manifesto do movimento estudantil.
Naquela mesma noite, choques entre os manifestantes e os membros da Legião Revolucionária resultaram na morte dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. O trágico desfecho se deu bem em frente à sede da Record, à Praça da República, 17.
No dia 9 de julho daquele ano de 1932, a revolução, que já vinha sendo articulada desde abril de 1931, teve início.
A Record passa a levar ao ar mensagens patrióticas que representavam São Paulo contra o regime Getulista. Essas mensagens geralmente eram textos do poeta paulista Guilherme de Almeida e assume o papel de porta-voz do Movimento Constitucionalista.
Em frente à sede da emissora, um alto-falante transmite os discursos inflamados de César Ladeira, Nicolau Tuma, Renato Macedo e Licínio Neves. O povo se reunia para ouvir os textos transmitidos por eles.
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Prédio da Rádio Record na Praça da República em São Paulo. |
Fonte de informação.
Disponível em
acesso em junho de 2013.